Loss.

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Capítulo 8

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Capítulo 8.
Perda.
BETTY COOPER

Três anos antes.

Depois do nascimento da minha filha, a única coisa que eu sentia era medo. Não dormia durante a noite, não saia do lado dela. Vivia em constante terror.

Sei que meu pai havia me prometido que não faria nada com ela desde que eu me mantivesse longe de Jughead, mas, no fundo das minhas entranhas eu sabia que assim que ele tivesse uma boa oportunidade, a tiraria de mim.

Respirei fundo enquanto amamentava Brianna, observando-a adormecer em meus braços. Os cabelinhos loiros agora mais visíveis do que quanto ela nasceu, e o nariz uma perfeita cópia do de Jughead. Se perguntassem a mim, diria que a única coisa que Brianna havia puxado de mim eram os cabelos e o formato dos lábios.

Quando minha filha finalmente adormeceu. Coloquei-a em seu moisés ao lado de minha cama e saí do quarto.

Precisava de um copo de água.

Era mais de meia noite, e, por isso, acreditava que meu pai já estivesse recolhido em seu quarto, dormindo em seu maldito sono de pessoas ruins e infelizes. Mas quando cheguei no fim da escada, ouvi sua voz vindo do escritório.

- Ok, ok. Obrigado. - ditou. Conseguia ouvir seus passos, como se estivesse andando em círculos. - Eu preciso que esta falsificação esteja perfeita, a pessoa conhece muito bem a letra original. - alertou.

Nego com a cabeça e rio desacreditada. Meu pai era o pior tipo de ser humano, não só dentro de casa, mas também na vida civil. Era um ladrão maldito e nojento que tinha que apodrecer na prisão.

- Amanhã eu passo aí antes de ir para o aeroporto.

Foi a última coisa que ouvi antes de voltar para o quarto.

Sentei-me na cama e tornei a tomar minha filha nos braços. Bree ainda estava dormindo, mas se aconchegou em meu peito e abraçou meu indicador com sua pequena mãozinha.

Aquele era meu único momento de paz no inferno em que vivia, quando a tinha em meus braços. Brianna era a única coisa que me mantinha sã, com a cabeça no lugar.

Desde a morte de minha mãe que eu não consigo mais saber quem eu sou e onde me encaixo. O mundo que eu conhecia fora tirado de mim de maneira brutal, assim como as duas pessoas que eu mais amei na vida.

Pensar em Jughead e em minha mãe me doia profundamente. Saber que eles não teriam a oportunidade de conhecer a preciosidade que era Brianna, era, de longe, o meu pior castigo.

Deitei-me na cama com minha filha debruçada em meu colo. Seria mais uma noite em claro.

Talvez quando meu pai estivesse viajando eu conseguisse ter alguma paz de espírito e finalmente dormir.

Já estava clarendo quando Brianna mexeu-se em meus braços, espreguiçando-se e abrindo aqueles enormes olhos azuis acizentados, que me tiravam o fôlego toda vez que me encaravam. Era assustador olhá-los as vezes. Era como se Deus tivesse feito uma cópia perfeita dos olhos de Jughead e colocado nela.

- Ei, Bree... - a chamo baixinho, a observando coçar o narizinho com as mãozinhas fechadas em punho.

Ela é tão linda.

Meu peito aperta.

- O seu pai ia amar te conhecer, meu amor - sussurro, com lágrimas grossas escorrendo pelas minhas bochechas. - Ele não está aqui, mas eu vou cuidar de você, está bem? - minha voz sai abafada pelo choro e por que meus lábios estão encostados na cabecinha dela.

Brianna repousou a mãozinha em meus lábios quando suspendi a cabeça e ficou olhando durante um longo tempo em meus olhos, até que começou fazer beicinho para chorar.

Poderia ser loucura, mas eu tinha certeza de que minha filha sentia exatamente o mesmo medo que eu.

- Take a piece of my heart and make it all your own so when we are apart you'll never be alone - cantarolo em um sussurro, acalmando-a.

Jughead costumava cantar aquela música para mim, com a voz desafinada e os agudos que doiam meus ouvidos.

- When you miss me close your eyes I may be far but never gone - continuei, observando-a se acalmar e fechar seus olhinhos expressivos. - When you fall asleep at night just remember that we lay under the same stars...

Eu vivia constantemente exausta, graças a alimentação escassa que meu pai me provia e as inúmeras horas de sono perdidas. Com isso, acabei apagando com minha filha nos braços, não sei por quanto tempo, mas despertei com um estrondo de uma porta sendo fechada brutalmente.

Levei as mãos para o meu corpo e me sentei imediatamente ao sentir a ausência de minha filha. Olhei para o moisés e ela também não estava lá. Uma dor excruciante tomou conta de meu peito, me deixando tonta e enjoada quando me coloquei de pé e corri em disparada para fora do quarto.

Quando chego no corredor, vejo meu pai andando apressado com Brianna nos braços, andando às pressas em direção a saída de casa.

Então, eu corri.

- Onde você vai? - gritei assim que ele passou pela porta. - Me dá ela, ela está chorando! - me desespero, puxando-o pela camisa ao alcançá-lo, mas Hal me empurra forte o suficiente para que eu caia no chão.

- Só estou a levando para passear... - um sorriso perverso brota em seus lábios e meu corpo estremece.

Um choro gutural irrompe por minha garganta, fazendo-a arder. Lágrimas grossas desatam a descer por minhas bochechas, enquanto forço-me a levantar do chão.

- Hal, pelo amor de Deus, devolve a minha filha. - imploro, aproximando-me, mas ele torna a me empurrar.

A essa altura, já estamos parados em frente ao carro dele.

- Eu fiz tudo o que você me obrigou esse tempo todo. Eu não falei com Jughead, eu me comportei. Por favor, devolve a minha filhinha. - gritei aos prantos.

- Chega dessa palhaçada, Betty! Chega de brincar de mamãe com a filha daquele desgraçado! - ele grita com o rosto colado no meu, e em seguida enfia o bebê conforto no banco do carro, logo colocando Brianna dentro do mesmo. - socor suas costas e tento puxá-lo para pegar minha filha de volta, mas ele me acerta com um tapa e outro empurrão, jogando-me longe.

Tento correr em sua direção, mas ele já havia entrado no carro e trancado as portas. Ele arranca com o automóvel, passando por cima de meu pé e eu caio no chão gritando e chorando de dor.

Abraço meus joelhos e enfio o rosto entre os mesmos, sentindo meu peito doer com os soluços violentos que eu emitia.

Nunca havia sentido tanta dor em minha vida. Era uma mistura horrível de dor psicológica, com a dor física no peito. Ele havia tirado um pedaço de mim.

Meu próprio pai havia me mutilado. Não me refiro ao meu pé atropelado e com alguns ossos provavelmente quebrados, mas ao pedaço que ele havia arrancado cruelmente do meu coração: minha pequena filha, minha Brianna.

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O lado da Betty da história... bem mais pesado que o imaginado, né?

Amores, me sigam, o wattpad constantemente não envia notificações e quando isso aconteceu eu posto no perfil avisando que postei um novo capítulo, mas você só recebe essa notificação se me seguir!

Espero que tenham gostado do capítulo! Até o próximo!!!

ʟɪғᴇ ʀɪᴅᴇ 彡 ᵇᵘᵍʰᵉᵃᵈOnde histórias criam vida. Descubra agora