I can't even look at you right now.

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Capítulo 10

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Capítulo 10.
Eu não aguento olhar para você agora.
BETTY COOPER

Por pouco minhas pernas não cedem. Eu estou estática, com falta de ar e minha visão começa a embaçar.

A garotinha nos braços de Cheryl sorri olhando para ela, mas sua mãozinha continua apontada em minha direção, mexendo os dedinhos gordinhos.

- Mamãe? - questiona ela mais uma vez, dessa vez olhando a Cheryl.

- Sim, Bree, é a mamãe. - diz a ruiva com um largo sorriso.

Meu estômago embrulha com tamanha violência que dou dois passos para trás involuntariamente.

Jughead estava cinza.

Minha filha estava ali, nos braços da melhor amiga de infância de Jughead. Ele esteve com a nossa filha o tempo inteiro.

O ar me falta.

- Jughead, deixa de ser um babaca e trás a Betty para dentro, ela vai desmaiar.

Ouço Cheryl gritar ao longe e logo apago completamente, ficando inconsciente.

- Por que você a trouxe aqui para fora? - ouço Jughead vociferar mas não consigo me mexer.

- Jughead, ela é mãe da sua filha, não é possível que você esteja agindo assim agora. - grunhe Cheryl.

- Ela nos abandonou. - diz duro.

- Se você quer continuar mentindo para si mesmo, o problema é seu, mas eu não vou permitir que você mantenha a Brianna longe da mãe nem mais um segundo. - dita Cheryl. - Vai buscar um vidro de álcool, ela está desacordada a muito tempo e isso pode fazer mal. - exige.

Aos poucos consigo abrir os olhos, mas meu corpo ainda está mole e pesado.

Olho ao redor procurando por minha filha, que não está mais nos braços de Cheryl.

- Ela está com ele na cozinha. Não se preocupe, eu estou contigo. - assegura, dando-me um abraço.

Cheryl fez parte da minha vida desde que tornou-se melhor amiga de Jughead. Ela era a pessoa mais altruísta e solidária que eu já havia conhecido. Lembro que quando era adolescente costumava dizer a ela que se um dia eu tivesse uma filha, queria que fosse igual a ela. E pelo jeito, aquela vontade aconteceria, afinal, até onde eu entendi, era ela quem criava Brianna junto com Jughead.

- Obrigada. - sussurro, sentindo meus olhos arderem.

- Se te consola saber, nunca acreditei na história do seu pai. - ela afaga brevemente meus cabelos e coloca-se de pé.

- História do meu pai? - sussurro mais para mim que para ela e a encaro confusa. - Como ela me reconheceu, Cheryl?

- O Jughead tinha uma foto sua na gaveta do quarto, uma vez ela achou e ficou sacudindo e eu disse-lhe que era a mamãe dela, e dali em diante ela nunca mais largou o porta-retratos. - Cheryl encolhe os ombros e eu sinto meus olhos inundarem de lágrimas.

- Eu preciso segurá-la. - suplico assim que Jughead pisa na sala.

Brianna sorri em minha direção enquanto bate palmas e em seguida estica as mãos para mim, abrindo e fechando as mãozinhas.

- Jughead... Por favor, eu te imploro. - minha voz sai como um sopro.

Ele se aproxima de mim com minha filha nos braços, e antes mesmo que ele pudesse sentar-se ao meu lado no sofá, a garotinha loira joga-se em minha direção e aperta os bracinhos ao redor do meu pescoço.

Meu peito quase explode de dor e felicidade.

Aperto-a contra meu corpo e inalo seu cheirinho infantil.

Eu sonhava com aquele momento todas as noites, e muitas vezes achei que jamais poderia tê-lo.

- Betty, eu ouvi você dizer que não tem onde ficar, fique com a gente. - sugere Cheryl, mas Jughead logo a repreende.

Ignoro os dois e mantenho toda minha atenção no rosto de minha filha, mimando-a o máximo que posso. Não queria nunca mais ficar longe dela.

- Eu te amo. - sussurro olhando aquelas enormes cópias dos olhos de Jughead. - Senti tanto a sua falta, meu amor. Eu te amo tanto, tanto. A mamãe nunca mais vai sair de perto de você, nunca. - prometo, olhando-a nos olhos.

- Amo mamãe. - dita ela, arrebitando o narizinho, e é o suficiente para que eu volte a chorar.

- Você pode passar a noite aqui. - insiste Cheryl, e dessa vez, Jughead não diz nada.

Eu observo o rosto dele minuciosamente. Ele está pálido, com os olhos fincados em nossa filha. Sua expressão de dor e arrependimento quase faz com que a raiva que sinto dele agora diminua. Quase.

Aceito a oferta de Cheryl por não ter para onde ir e por querer ficar mais tempo com a minha filha.

Durante uma hora, com Brianna ainda em meus braços, conto para Cheryl tudo o que aconteceu comigo desde o momento em que descobri que estava grávida. Chorei algumas vezes, e fui consolada por ela e por minha filha em todas elas.

Eu, provavelmente, nunca conseguiria perdoar Jughead por ter escondido nossa filha de mim, mas seria sempre grata a ele por ter colocado alguém como Cheryl para cuidar dela.

- Vocês duas precisam colocar o pijama e comer. - ditou Cheryl e eu soltei uma risada.

- Cheryl, você realmente nasceu para ser mãe. - brinco, deixando um beijo em sua bochecha.

- Engraçadinha. - ela revira os olhos. - Vai para a cozinha achar alguma coisa para você e para Bree comerem, eu vou lá em cima buscar os pijamas para vocês.

Empurrou-me até o meio do caminho para a cozinha e depois sumiu corredor a dentro.

Caminhei até a cozinha com Brianna nos braços, fazendo-a rir e a enchendo de beijos. Quando cheguei no cômodo bem iluminado, deparei-me com Jughead, que havia sumido desde que comecei a conversar com Cheryl.

- Nós precisamos conversar. - ele dita assim que pousa os olhos em mim.

- Não tenho absolutamente nada para conversar com você, Jughead. - dito, olhando-o nos olhos. - Eu não aguento olhar para você agora. - rio sem ânimo e nego com a cabeça. - Meu único assunto com você é a Brianna e vai ser tratado contigo através da Cheryl, de resto, você pode esquecer que eu existo.

A amargura de minhas palavras queima minha garganta.

Jughead se aproxima e Brianna joga-se nos braços dele.

- Por favor, Betty. Nós precisamos conversar.

- Ah... - solto uma risada debochada. - Agora você quer conversar? Sinceramente, Jughead, vai pro inferno!

Tomo Brianna de seus braços e saio da cozinha, logo esbarrando com Cheryl.

- Perdi a fome.

- Nem precisa se explicar... Sobe as escadas, segundo quarto a direita. Já levo o lanche de vocês lá. - ela me entrega os pijamas e eu subo em direção ao local que ela havia me direcionado.

_____

Parece que o jogo virou, não é mesmo?
Cheryl um anjo.
Como vocês devem ter lido (se me seguem) eu estou com dificuldades técnicas por causa da falta de wi-fi e 3g escasso. Então está complicado escrever e postar. Agradeçam a chuva.
Enquanto não atualizo aqui, as convido para ler minhas outras histórias.
Espero que tenham gostado!
(ah, quando a internet normalizar eu coloco o gif do capítulo hihi)

ʟɪғᴇ ʀɪᴅᴇ 彡 ᵇᵘᵍʰᵉᵃᵈOnde histórias criam vida. Descubra agora