Ambush.

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Capítulo 15

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Capítulo 15.
Emboscada.
JUGHEAD JONES

No meio de todo aquele mar de tristeza, Betty dizer que me amava foi o maior vislumbre de felicidade que eu poderia ter.

Por tanto tempo eu me forcei a odiá-la, a mantê-la longe dos meus pensamentos, que eu nem consegui perceber que era apenas uma estratégia infantil do meu cérebro para não sofrer com a ausência dela. Mas agora ela estava ali, na minha frente, e com tudo o que havia acontecido nas últimas horas, eu não queria que ela estivesse em nenhum lugar diferente.

A conversa sobre o tratamento de Brianna fora difícil e dolorosa. Saber que minha filha estava passando por tanta dor numa idade tão nova me destruía por dentro.

O sofrimento de Betty, o medo de perder Brianna, a preocupação com as dívidas do hospital iriam me enlouquecer a qualquer momento.

***

Por três dias eu adormeci na cadeira do hospital, observando Betty dormindo com Bree na cama. As duas estavam cansadas e estressadas, e nada do que eu fizesse fazia as coisas melhorarem.

O tratamento de Brianna era intenso, a fazia vomitar e chorar várias vezes por dia. Eu podia ver Betty adoecendo de tristeza a cada vez que nossa filha demonstrava o mínimo de sofrimento. Era horrível.

Depois de alguns dias, recebemos algumas notícias boas. A primeira, era que Cheryl havia conseguido um comprador para minha casa, o que me ajudaria muito no momento. Eu poderia comprar um apartamento menor, teria dinheiro para pagar parte da dívida do hospital.. A segunda notícia boa era que Betty havia recebido a herança de seu pai, e a maioria das contas do hospital já estavam sob controle.

A corrida estava chegando. E por mais que eu tivesse prometido a Betty que não iria, eu tinha que mandar dinheiro para minha mãe e para minha irmã, e a única maneira de fazer isso, era ganhando a maldita corrida. Afinal, eu não poderia mexer no dinheiro da venda da casa por elas, porque precisava pagar as contas do hospital, de um lugar para morar e de algumas economias.

Uma leve batida na porta me fez levantar sobressaltado do sofá. Eram oito da manhã. Estava cedo demais para os medicamentos de Brianna, ou para visitas.

Ao abrir a porta me deparei com Cheryl. Sua expressão não estava nada boa, e ela fez apenas um sinal para que eu a acompanhasse até o lado de fora.

Olhei para trás para me certificar de que Bree e Betty estavam bem, e logo acompanhei minha melhor amiga, que andava até a cafeteria.

- O que está rolando? Aconteceu alguma coisa?

- Jellybean ligou lá para casa. Parece que sua mãe usou as últimas economias com bebidas. A garota está passando fome, Jughead.

- Como assim, Cheryl? A minha mãe nunca foi de beber, porra. Não é possível.

A frustração e a confusão tomaram conta do meu corpo de tal maneira que precisei dar dois passos para trás enquanto puxava meus fios de cabeça com força.

Esfreguei o rosto e respirei fundo, numa tentativa um tanto quanto falha de de acalmar minha respiração.

- Parece que isso já vem acontecendo faz alguns meses, Jug... Mas a JB não havia notado pois passava a maior parte do tempo na escola. Mas agora com as férias, ela está em casa o tempo todo e vê tudo acontecer. Nós precisamos tirar sua irmã de lá e colocar sua mãe numa reabilitação.

- Cheryl, eu não tenho como fazer isso... - sinto meu peito doer e meus olhos marejaram de imediato. - Como eu vou fazer isso? Minha filha está doente, meu dinheiro está indo todo para o tratamento. Não tenho como sustentar minha irmã e bancar um tratamento para minha mãe, não agora.

Cheryl me abraça apertado, mas seu ato não me acalma. Permito que as lágrimas grossas de desespero escorram por minhas bochechas e abaixo a cabeça.

- Chuck apareceu lá em casa te procurando...

- Como se as coisas não pudessem piorar. - resmungo, afastando-me do abraço de Cheryl e seco meu rosto. - O que ele queria?

- Ele só deixou esse bilhete comigo. - ditou, entregando-me o papel meio amassado. - Olha, sobre esse mala eu não tenho como ajudar, mas sobre a sua irmã sim. O avô da Toni é enfermeiro em uma ong que ajuda pessoas necessitadas a receberem tratamentos, se você conseguir trazer sua mãe para cá, eu posso levá-la para lá. E quanto a JB, ela pode ficar comigo e com a Toni enquanto seu apartamento não fica pronto. Eu posso resolver tudo isso em poucos dias, só preciso do dinheiro para as passagens.

Respiro fundo e seco meu rosto com o dorso das mãos depois de guardar o bilhete de Chuck.

Cheryl era de fato minha melhor amiga, e eu nunca a conseguiria agradecer por sempre salvar minha pele.

- Eu vou transferir o dinheiro para sua conta e você trás as duas. Obrigado, Cher. Eu nem sei como te agradecer.

- Só se cuida, ok? E cuida das nossas meninas. Elas precisam de você bem agora. Eu só quero tirar esse peso de cima de você pra que você possa se dedicar a elas.

- Eu te amo. - murmuro a abraçando. - Obrigado.

Enchi a paciência de Cheryl a agradecendo e bajulando por alguns minutos antes que ela decidisse ir embora.

Amanhã passou como todos os outros dias, triste e dolorosa, mesmo que descemos nosso melhor para animar a nossa filha. No fim da tarde, Betty me convenceu a ir ao meu apartamento, que já estava quase pronto, para pegar algumas roupas e brinquedos para Brianna, e algumas trocas de roupas para nós dois também.

Quando estava saindo do elevador do meu apartamento, me assustei com a quantidade de sirenes de polícia que soavam cada vez mais próximas, mas logo ignorei ao lembrar do bilhete de Chuck que estava guardado em meu bolso. Ajeitei a mochila nas costas, e enquanto saia do prédio, revirei meu bolso e peguei o bilhete, mas antes que eu pudesse ler, uma voz aguda e autoritária me impediu.

- Jughead Jones?

Levantei o olhar e me deparei com quatro carros de polícia estacionados ao redor do meu carro. Assenti com a cabeça, dizendo que era eu mesmo e levantei minhas duas mãos, deixando que o bilhete de Chuck caísse aberto em meus pés.

- Temos um mandado de busca e apreensão. Vamos revistar seu carro e sua casa. Precisamos que colabora se não quiser ter mais uma ocorrência na sua ficha.

Sem conseguir processar o que estava acontecendo, apenas abaixei a cabeça, a procura de forças e calma, mas o que encontrei fora o bilhete de Chuck.

"Betty pagou a dívida, mas você vai me pagar."

_____

Ontem eu perguntei a vocês se queriam que eu continuasse postando e mais de 180 comentários positivos surgiram. Vocês não tem noção do quanto eu fiquei feliz!!!!

Espero que gostem do capítulo e do rumo da história e COMENTEM MUITO!

Até o próximo capítulo <3

ʟɪғᴇ ʀɪᴅᴇ 彡 ᵇᵘᵍʰᵉᵃᵈOnde histórias criam vida. Descubra agora