Capítulo 30. - Epílogo

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2 anos depois

— Você não está esquecendo nada? — Escutei a voz do mais velho e quando meu olhar o encontrou, pude vê-lo segurando a caixa com o laço esverdeado.
— Obrigada! — Sorri, alcançando o pacote e o colocando na mala. Nik estava pronto, a calça escura sport chic junto com a camisa branca social, um sapato que ele havia alugado para a ocasião e uma pequena mala azul marinho ao lado do corpo. Enquanto procurava meus sapatos, deixei um recado no celular. — Oi, Amy! Estamos saindo de casa. O vôo é daqui 40 minutos. Vamos chegar um pouco em cima da hora para o jantar de ensaio, mas prometo que estaremos aí a tempo. — Guardei o pequeno aparelho e olhei ao redor para garantir que não estava esquecendo mais nada.
— Eu ainda acho que você deveria ir sozinha. — O moreno disse, claramente tenso. — A última vez que nos vimos...bem, eu ainda sinto falta daquela minha tigela.
— Amy disse que meu pai está mais calmo. E que ele vai gostar da sua presença. É um momento importante pra ele.
— Estou com colete à prova de balas por baixo da roupa por precaução. — Ele brincou, e então com as malas nas mãos entramos no táxi que nos aguardava do lado de fora.
Em poucos minutos estávamos em LAX, apresentando toda a documentação do embarque para Louisiana. Nikolai começava a ficar mais tenso conforme o tempo passava, e era bonitinho ver um homem daquele tamanho com tanto medo de voar.
Longos 30 minutos depois finalmente embarcamos no avião, e eu estava agradecendo por não ter tido nenhum atraso.
— Querido, só tenta não quebrar a minha mão. — Eu pedi, e Nikolai então se deu conta de que segurava a minha mão com demasiada força enquanto o avião decolava. Ninguém que o olhasse apostaria que teria tanto medo de voar.
— Desculpe. — Ele disse, soltando e agarrando a lateral do banco enquanto fechava os olhos. Eu segurei um riso, beijando seu rosto e abraçando seu braço a fim de lhe dar algum conforto. Quando o avião estabilizou no céu, ele relaxou um pouco mais.
— Não acredito que meu pai vai se casar. Depois de todo esse tempo. — Constatei, observando o convite de casamento em minhas mãos. No envelope, lia-se "A&A" em uma grafia turquesa linda, em contraste com o papel branco. Dentro, no próprio convite, nossos nomes escritos também da mesma cor: Sophie e Nikolai. Sabia que era obra de Amy, mas esperava que meu pai já tivesse mais acostumado com a ideia. Desde a briga ainda em Louisiana, quando descobriu que estávamos juntos, eles haviam se encontrado apenas duas vezes. Uma seis meses depois, mas à distância, enquanto Nikolai me esperava do lado de fora de casa para me levar até o aeroporto e irmos juntos à Califórnia pela primeira vez. Outra há oito meses, quando nos mudamos para uma casa melhor. Quando meu pai viu que estávamos morando juntos, alguns utensílios de cozinha voaram em uma discussão bastante pesada.
Então, dois meses atrás recebemos o convite - o que nos surpreendeu. Apenas esperava que Amy não estivesse surpreendendo meu pai, ou Nikolai seria expulso do casamento a tapas.
O moreno a meu lado dormiu durante as quatro horas de viagem, o que não me surpreendeu devido aos remédios que tomara antes de embarcar. Eu tirei alguns cochilos durante o tempo, sem conseguir de fato descansar a mente.
Após finalmente chegar em Nova Orleans, ainda foi preciso encarar 50 minutos até chegar à casa de meu pai - onde já estava começando o ensaio. Eram dez para as seis quando bati na porta da frente da casa tão familiar, e logo uma figura loira e pequena nos recepcionou.
— Amy! Que linda! — Disse, meus olhos brilhando ao vê-la com um lindo vestido branco logo acima dos joelhos. Era quase uma versão moderna de um vestido de noiva. Com os cabelos domados em um lindo coque, e uma maquiagem leve, ela estava absurdamente maravilhosa. Ela me abraçou forte. Havíamos desenvolvido uma boa relação desde que descobrira que estava namorando com meu pai, e eu estava realmente feliz por eles.
— Oi, Nik! Como está? — Ela cumprimentou, também abraçando o mais velho. Nikolai estava com um rosto de quem havia acabado de acordar, o que apenas o deixava mais bonito pois sua roupa e postura permaneciam impecáveis.
— Estou ótimo. Você está linda. Parabéns, Amy. — Ela agradeceu, fechando a porta atrás de nós. — E ele, sabe que estou aqui?
Amy sorriu de lado, assentindo. Bem, pelo menos não seria surpresa. Ouvi um pigarro e olhei para a porta, meu pai estava ali. Ele parecia ter envelhecido três anos naqueles oito meses, e eu senti os olhos encherem de lágrima ao vê-lo. Estava com muita saudade. Eu o abracei com força.
— Parabéns, pai. Estou tão feliz por vocês.
— Obrigado, querida. — Ele agradeceu, devolvendo o abraço forte. Então, quando nos afastamos, virou em direção a Nikolai. Já me preparei para intervir em qualquer discussão, quando meu pai começou a caminhar até ele ser dizer nada. Antes que eu pudesse pedir que se acalmasse, meu pai abriu os braços como se chamasse o antigo colega para um abraço. Eu fiquei totalmente perplexa, enquanto observava os dois se abraçarem.
— Obrigado por vir. — Meu pai disse, e eu sabia que jamais admitiria, mas pude notar que sua voz estava saindo com certa dificuldade.
— Fico feliz por estar aqui nesse momento, amigo. — Nikolai respondeu, dando alguns tapinhas nas costas de meu pai. E foi então que me dei conta de que a amizade deles superaria tudo aquilo.

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Opa, galera, belezinha? Bee aqui. Estou começando uma história chamada Cicatrizes, então se vocês curtiram essa por favor dêem uma olhadinha!

Sinopse:

Maxwell retorna a sua cidade natal para finalizar o ensino médio após morar um tempo em Los Angeles com a tia.
Caleb, antigo melhor amigo do garoto, agora mudou completamente e faz parte do grupo de idiotas do colégio.
Ao serem forçados a passar tempo juntos, segredos são revelados e a pergunta a se fazer é: O tempo cura todas as cicatrizes?

O TreinadorOnde histórias criam vida. Descubra agora