Luz: Da Minha Sobrevivência

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Caminhei dias, noites, semanas, meses, anos, até que quando me vi no tempo, já me contava algumas décadas em anos...

Acredito que tenha sido na metade da minha vida que parei a continua caminhada, assim, tudo que eu dizia ser um arco-íris de sete cores, logo se transformou em sete palmos... E a cada dia, era uma pá de terra úmida, encobrindo meu mortal ser. Tão logo estaria todo encoberto... Foi neste exato momento que deixei de realizar a caminhada da vida, para caminhar me para o outro extremo, a morte.

Nada fez sentido mais, não existia cores, não existia potes de ouro ou um riacho doce como descrevem em contos. Tudo havia ficado cinza, pálido, quieto, ensurdecedor, de fato parecia a morte chegando, já ouvira relatos, mas nunca soube como seria, afinal, meu ser até o momento cultivava vida.

Busquei em minha mente quase perturbada por todos os momentos que caminhei neste pouco de vida, ou melhor dizendo, nesta metade de vida, mas foi muito difícil encontrar.

Resumindo, não encontrei.

Assim como um ser que caminha em quatro, duas, três pernas, eu caminhei, primeiramente com a plenitude narcisista, depois com o lado bom da vida positiva e sábia, e agora, acredito que esteja conhecendo o definhamento na sobrevivência.

Não há mais nada!

Eu simplesmente perdi o brilho e as cores, sem explicação aparente. Nada me dá prazer, nada me instiga, nada me excita, nada me traz um sorriso, nada me traz alegria, sou apenas um tronco antigo, oco, sem vida, onde nenhuma fotossíntese me faça florescer para a vida.

Trágico fim, da metade da minha pequena e curta caminhada. Antes pleno, do que morto!

Sabe o que é pior? Saber que está morrendo e ouvir a morte te chamando!

Dois Lados de MimOnde histórias criam vida. Descubra agora