Estava morrendo, eu via isso antes mesmo que se concretizasse, não seria iludido para acreditar que a vida que estava sobrevivendo era bonita e viva. Porque não era.
De longe eu me via em uma briga interna entre desistir e resistir, entre lutar ou deixar a espada cair, e mesmo que um dia eu tenha sido positivista, hoje não sou, porque mesmo que eu tenha um sorriso falso e pense que tudo vai ficar bem, não vai, e eu sei disso.
Antes negativo, do que iludido.
Uma chama em mim me mantém vivo sobrevivendo, mesmo que algo internamente me puxe para os confins de mim ao abraço da escuridão. E quando tempos assim e sussurros dizem para mim se deixar-se cair, eu vejo a luz, a luz que ilumina como esperança em um túnel negro de pesadelos, meus piores medos me puxam, me chamam, me empurram, e apenas fixo meus olhos no clarão distante ignorando todo o resto, embora neste mesmo lugar eu conversei com ele...
No meu túnel do desespero foi a primeira vez que conversei com meu alter-ego, uma mistura de escuridão com desejo, e na minha luz de esperança, eu vi o espelho do meu próprio sentimento. Sua ânsia mascarada em esperança em viver minha própria vida, mas não como nossa.
Ele negou.
Eu acreditei.
Ele foi convivente.
Eu me iludi.
E quando a minha luz no final do túnel de esperança foi consumida por sua própria esperança turva, senti a escuridão adentrando meu ser e matando minha essência nascida e colorida.
Ele me tomou do modo mais puro. Disse que a dor iria acabar. E eu acreditei.
A dor acabou. E aquela luz no final do túnel se acendeu forte uma última vez e depois apagou.
Ele me tomou.
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Dois Lados de Mim
General FictionA história de um EU e um Alter-ego. A briga entre dois seres opostos para ver quem sobressai, quem reina em primeiro plano nos olhos da vida. Um alter-ego frio, calculista e maquiavélico. Um Eu depressivo, cansado e farto dos sussurros internos de s...