Tudo o que poderia esperar desta viagem era obter informações sobre em que estaria o meu irmão envolvido. Conheceria ele estas pessoas? Os sleves, os feiticeiros, os guardiões? que havia reinos e magia? Uma academia real que treina guardiões? Que o príncipe anda atrás das pedras e da princesa? Poderia o meu irmão acreditar nessas lendas? Suponho que parte das respostas fossem sim. Afinal ele tinha um mapa de Philcrocks e deu-me o medalhão. Poderia ser verdade que o príncipe Marchal não conseguisse pegar no medalhão porque as suas intenções fossem más? Porque o seu coração não era puro? Mas eu não era uma boa pessoa e nada acontecia quando tocava no medalhão. Eu iria usar qualquer poder que conseguisse para matar quem matou o meu irmão. Príncipe incluído.
Mas primeiro tinha que descobrir o que era realmente aquela pedra. E Marchal parece saber mais que todos. Não posso simplesmente ir ter com o príncipe e perguntar. O guardião iria muito provavelmente matar-me. Tinha que arranjar um plano. Por agora chegar a Nazar era a minha melhor chance de descobrir algo. De preferência viva, e mais importante, sem que que ninguém mais descubra que eu tenho a pedra. Mas antes tinha que acompanhar os clãs à vila para comprar armas.
O mais próximo de uma arma que eu tive era a minha navalha de bolso, sempre comigo. E essa nunca me deixara ficar mal. As pessoas endurecem com o tempo. Já não me lembro de um tempo em que não era dura. Sem Ray eu já não precisava de um coração de qualquer forma. Nunca confiar em ninguém, é assim que tenho sobrevivido.
Cavalgava com Harry. Estava vestida nas roupas que as guardiãs vestiam. Uma espécie de túnica que apertava a um dos ombros e caia até aos joelhos deixando uma racha de lado para mais possibilidade de movimentos. À cintura uma faixa de couro castanha apertava o tecido. Uma capa preta presa atada acima dos ombros, voava atras de mim sobre o constante galope do cala. Não coloquei o chapeu pontiagudo já que esse parecia estar apenas reservado para ocasiões especiais.
À minha frente feiticeiros dos diversos clãs cavalgavam, as capas pretas eram sacudidas pelo vento. Na visita à vila vieram a Sr. Fitz e o seu tutorando, Harry do clã sol. Murtagh e Misa do clã Lua e Cron e Loran do clâ cobra. Eu estava sozinha porque... bem porque o clâ em que o rei me integrara era o clâ real e não havia sinal do príncipe Marchal. Ele odiava sleves, especialmente eu que era uma mera humana com a pedra que ele não conseguia pegar. No entanto, não me tinha deixado completamente sozinha, Rupert, da guarda do rei, acompanhava-nos, nunca me perdendo de vista. Outra fuga significava a minha morte.
A trepidação do galope do cala era-me estranha. Agarrava Harry, à minha frente, com força. Não havia calas suficientes e uma vez que eu era inexperiente a cavalgar partilhei o cala de Harry. "Então qual é a tua especialidade, quero dizer, tu sabes... estratégia... ataque?" Perguntei num sussurro, lembrando-me da apresentação que o rei fez de cada guardião.
"Eu não tenho uma. Ainda. Contudo, eu considero-me um mestre em ilusões. Por vezes a magia não é o mais importante... a ilusão da magia é. A ilusão do poder. Tu sabes, coisa de família. Juntei-me ao clã sol porque tinha sede de aventura. Não há nada melhor que poder lutar ao serviço do reino sabes... sempre foi o meu sonho. E como as coisas estão agora, os ataques constantes a Philcrocks..."
VOCÊ ESTÁ LENDO
Philcrocks - Primeiro rascunho (Concluído)
FantasyLara, uma feiticeira que odeia magia, deve abraçar os seus poderes na Academia de Guardiões de Philcrocks e aliar-se ao seu maior inimigo, o príncipe Marchal, para vingar a morte do seu irmão. * Lara luta todos os dias para manter a magia na sua vid...