Capítulo 51

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Não consegui encará-lo

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Não consegui encará-lo. O meu corpo ainda termia sobre o seu, enorme e firme como uma estátua esculpida em aço. Não pude levar-me a levantar mesmo depois de ele me largar. As minhas pernas estavam trémulas, a minha respiração irregular. Sentia a minha cara quente, todo o sangue tinha afluído ao meu rosto. Não podia ter sido mais humilhada por este homem, fazendo o meu corpo responder de maneiras que a minha mente repugnava. Detestava-o. Detestava-o tão intensamente que mal pude conter um grunhido de frustração.

Virei-me de rompante assim que as forças regressaram, assim que a vergonha e o tremor cederam ao ódio, à repulsa. Afastei-me dele no sofá, forçando os meus punhos cerrados no seu abdómen, na esperança de o atingir com força. Movimento errado. Inútil.

Ele olhou-me, indiferente... como se não tivesse acabado... como se não... o quê?

Para ele isto não tinha sido nada...

Corei ainda mais, o meu corpo vibrando com raiva.

"Odeio-te" Atirei por entre dentes cerrados. Mal tinha conseguido recuperar a minha voz. O meu corpo estremecia com repulsa.

"Isso não é o que uma feiticeira costuma dizer habitualmente! És tão bom. Tão atraente - Essas são geralmente as expressões usadas" Explicou Marchal naturalmente, erguendo as suas costas largas e angulosas no sofá, recuperando a sua postura austera de comando e soberania, passando a mão pelo cabelo quando me olhou de relance. Ele estava frustrado? Argh! Porque não podia eu decifrá-lo?

O príncipe reclinou-se para a frente, cotovelos nos seus joelhos angulosos, a sua cara apoiada numa mão rude. Um dedo cruzava os seus lábios carnudos, matraqueando-os ritmada e irreflectidamente. O seu olhar impiedoso vibrava com... crueldade - só havia crueldade nele. Voltou-se na minha direção. Ele não estava ofendido de todo.

Susti a respiração, arrependendo-me imediatamente das minhas palavras, desejando poder retirá-las. Senti medo. Depois de tudo isto, tinha deitado tudo a perder, falado sem pensar. A repulsa em mim, por tudo o que aquele assassino representava tinha me feito perder o controle. O meu coração disparou, desesperado por escapar dali.

"Eu sou uma feiticeira!" disse, a possibilidade de ele me reconhecer agora que me encarava tão completamente fez a minha voz vacilar. Engoli em seco.

"Nunca vi uma feiticeira mais humana que tu. Prova-me! Resiste ao meu comando!"

"Isso não é justo! Tu disseste que se eu..."

"Eu não sou justo." – cortou Marchal asperamente.

Eu não podia aguentar. Ele tinha-me mentido. Ele nunca me planeara deixar ir. Baixei-me de rompante, ignorando o seu olhar dominador. Desapertei uma das minhas sandálias e atirei-lha, com tanta força quanta consegui contra a sua cara.

Marchal apanhou-a sem esforço. Rugi, fúria corria através das veias, fazia o meu sangue ferver.

Ele não estava surpreendido. "Tão pouca força para alguém que reclama ter tanta magia". Marchal pegou-me no braço e puxou-me contra ele com força. Antes de ter tempo de pensar, Marchal fitava-me, os seus olhos nos meus. "Faz o que eu te digo..." disse com intenção. O meu coração saltou. Ele ia-me compelir. Eu era uma mulher morta.

Philcrocks - Primeiro rascunho (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora