Certo dia, algum tempo depois da minha primeira prova, dois guardas apareceram na cela. Sentia-me melhor, depois do príncipe me oferecer o seu sangue, facto que me deixava nauseada sempre que pensava nele. Isso e o meu estômago vazio não ajudavam à minha disposição. o Sentimento crescente de revolta crescia dentro de mim, mas a esperança de conseguir salvar a princesa apagava-se a cada dia.
"Temos algumas tarefas para você", disseram os guardas, arrastando-me por corredores escuros, e por fim corredores do castelo, onde cortesãos passeavam, indiferentes aos guardas que me arrastavam. Podia imaginar a minha figura, não me lembrava da ultima vez que tinha tomado banho. Sentia o pó na minha cara, o suor e o sangue. As minhas roupas estavam rasgadas e cheias de manchas de sangue e terra, misturadas com a humidade da cela. Mas eu era invisivel, tal como tantos outros sleves escravos ali. Ninguem queria saber se era torturada ou explorada.
Um dos guardas apontou para um balde com água e uma esfregona, ao entrar-mos numa sala cheia de luz do palácio. Provavelmente nos aposentes de um nobre. tinha uma enorme lareira de pedra, algumas poltronas douradas e acolchoadas com pelo de um qualquer animal, louças de prata e ouro, cortinas pesadas ocultavam uma janela.
A porta atrás de mim fechou-se com um estrondo e os dois guardas atiraram uma gargalhada. Estremeci.
Era uma escrava agora.
Olhei para o balde. "Esta água está suja". A agua estava negra. Como iria eu lavar o chão com aquela água? O meu olhar percorreu a sala, havia uma pequna porta que descobvri dar para uma casa de banho. ótimo. Troquei a agua. Os meus olhos mal podiam acreditar, quando ao mergulhar novamente o pano no balde, a água estava pior do que inicialmente. Completamente negra, quando momentos antes estava limpida.
O meu estomago contorceu-se em raiva. um feitiço.
Peguei num dos panos e esfreguei o chão ajoelhando-me junto à lareira. Era impossível... Mais tarde, quando o chão estava ainda mais sujo do que inicialmente, graças à agua que usara, um guarda apareceu.
"O que pensas que está tu a fazer? troca de água mulher! Não queres irritar Zelda pois nao? isto precisa de ficar limpo ainda hoje!"
O guarda saiu. Vários cortesão pararam à porta a observar-me. ouvi vários risos.
"Belo rabo, escrava!"
Fiz-lhe um pirete, mas logo me arrependi do gesto quando um guarda chegou, furioso.
"Já chega desta idiotice! Acende a lareira humana. Zelda não vai gostar que nem para limpar sirvas. Para que quer ela uma escrava assim afinal?"
ódio pulsava nas minhas veias mas retive-me de responder. Em nada ajudaria. Ao invés disso, desloquei-me junto da Lareira. Devia ser quase noite, porque as frechas de luz que entravam por baixo da cortina tinham se apagado. Os meus joelhos doiam tanto que podia jurar estarem a sangrar.
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Philcrocks - Primeiro rascunho (Concluído)
FantasíaLara, uma feiticeira que odeia magia, deve abraçar os seus poderes na Academia de Guardiões de Philcrocks e aliar-se ao seu maior inimigo, o príncipe Marchal, para vingar a morte do seu irmão. * Lara luta todos os dias para manter a magia na sua vid...