Capítulo 52

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Não podia acreditar que tinha matada Loran

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Não podia acreditar que tinha matada Loran. Empurrei o corpo de Loran para de baixo da cama do meu quarto enquanto afastava com mãos trémulas o cabelo desgrenhado colado ao meu rosto suado. Este homem pesava toneladas! Argh! Não tinha tempo para lamentar, para pensar sequer. Loran estava morto e não havia nada que eu pudesse mudar acerca disso. Tinha sido legítima defesa mas eu duvido que alguém se importasse, ou acreditasse, nisso quando perante uma luta entre um feiticeiro puro e... um humano, um ninguém. Engoli em seco. O cheiro do corpo ia não tardar começar a notar-se. Da minha experiencia com animais na floresta, sabia que tinha pouco tempo para me livrar do corpo. As minhas pernas tremiam enquanto dei o ultimo empurrão com as minhas botas de treino. O corpo, cizento, gélido, coberto por um tapete arrastou-se no chão, desaparecendo completamente de vista a quem ali entrasse.

Estava a ofegar e o nó na minha garganta e o meu estômago contorcido não me deixavam esquecer por um segundo o momento em que apunhalei Loran. Se não o tivesse feito aquele cadáver seria eu. Mas tinha sobrevivido. Não estava certa por quanto tempo isso seria verdade. Não por muito se alguém descobrisse o corpo.

Pancadas na porta fizeram-se saltar, acelerando a minha respiração descontrolada. O meu coração disparou. Um último olhar para o corpo garantiu-me que estava fora de vista. A minha cara estava vermelha no espelho, como se tivesse acabado de correr atrás de uma presa difícil, o que não podia usar como desculpa, bem, dentro do quarto. Com as forças que me restava recompus o meu cabelo e abri a porta num movimento tenso. Age normal.

Quando eu e Harry chegámos à cabana real para tomar o pequeno almoço tudo estava estranhamente normal. Os estudantes bebiam e comiam o habitual, caça, javali, aves. Fumo saia por todo o lado de pequenas fogueiras. Algumas pessoas falavam da ausência de Loran mas sem qualquer suspeitas do que realmente lhe aconteceu. Ninguém mencionou a festa de feiticeiros nem reuniões secretas porque, bem, ninguém sabia da sua ocorrência. Ninguém temia ataques de espiões de Ashen ou antecipava a morte de um estudante.

Sentei-me como Harry numa mesa ao fundo da cabana, junto de Misa e Putin, não contendo um suspiro. Não tinha esperado... tal normalidade.

Dafne arregalou os olhos na minha direção. Podia jurar que o seu olhar lançava facas. Ela não podia acreditar que ainda estivesse viva e no castelo.

"Que aventura a de ontem, hein! Já me sinto pronto para outra". Harry olhou em redor com o peito para fora e uma expressão triunfante. Estava convencido que tinha sido uma das suas maiores aventuras. Dei-lhe um leve encontrão com o meu ombro e sorri levemente, baixando a cara para o meu chá fumegante, aproveitando todo o vapor que emanava. Aqueci as mãos contra o barro quente da caneca. O ar que expirava formava uma nuvem de vapor a cada respiração. O dia estava gélido e o meu corpo parecia mais hirto que o cadáver no meu quarto. Estremeci. Afastei o pensamento contemplando Harry de esguelha. Ele realmente buscava aventura. A adrenalina fez-me esquecer todos os outros problemas por um momento, mas a realidade tinha voltado.

Philcrocks - Primeiro rascunho (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora