Capítulo 31

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- Olha ali esta ela!

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- Olha ali esta ela!

- A humana? Onde?

- Aquela de cabelo castanho claro eriçado, com o ar de quem acabou de ser queimada por uma poção da Sra Fitz.

No dia seguinte, todos os feiticeiros pareciam horrorizados por me verem. Apontavam na minha direção como se fosse um qualquer animal do zoo. Estranhamente, em Philcrocks todas as raparigas tendiam a ter o cabelo apanhado ou entrançado em complexos penteados, o que me fazia sobressair ainda mais entre elas.

- É verdade que ela afugentou um Zelv? 

- É o que dizem, parece que tem alguma magia... e agora foi selecionada para a academia de guardiões. Dizem que o Príncipe Marchal mal podia conter a sua raiva. E ela desobedeceu-lhe.

A outra rapariga abriu a boca, como se aquela fosse a coisa mais inacreditável que até então ouvira.

Apenas quando viam Harry chegar junto de mim, os murmúrios tendiam a ser transmitidos mais cautelosamente e os estudantes esforçavam-se por conter as suas observações. Harry era um feiticeiro puro, respeitado entre os estudantes, ninguém queria perder uma eventual amizade com ele à custa de uma humana, que segundo todos, tinha os seus dias contados em Philcrocks. Além do mais, toda a gente achava que Harry iria retomar rapidamente ao seu senso comum e afastar-se de mim. Até eu.

Não foi fácil encontrar todos os locais dos treinos nos primeiros dias, especialmente porque o castelo era enorme e tinha entradas que não pareciam de todo entradas, mas antes becos em que ninguém passava, abandonados e degradados, que eram afinal os caminhos certos para as aulas. Por vezes as paredes tornavam-se transparentes, quando algum gato ou espírito passava e nessa altura era mais fácil localizar as massas de estudantes.

Eu e Misa odiávamos os espíritos porque muitas vezes só percebíamos a sua presença quando eles tinham entrado no nosso pensamento, quando dava-mos por nós tristes sem razão aparente ou a recordar memórias aleatórias, sem razão para isso. Eles gostavam de brincar com os nossos pensamentos e baralhavam-nos ainda mais na orientação no castelo. Algumas vezes murmuravam pensamentos de outras pessoas ou acontecimentos passados, mas nunca sabíamos quando estavam a falar a sério ou a tentar-te pregar-nos uma partida para nos assustarem. Curiosamente apenas pareciam divertir-se com os feiticeiros de baixa classe. Os feiticeiros puros tendiam a não serem incomodados pelos espíritos. Bem, exceto o espírito da bisavó de Putin que aparecia com frequência para dar na cabeça ao neto.

Também não facilitava o facto de os professores estarem sempre a alterar a conformação das passagens conforme lhes dava mais jeito.

"Porque não podia a prof Eril subir as escadas? Era mesmo preciso trocar o segundo piso com o primeiro?", reclamava Misa, enquanto procurávamos outra forma de chagar à sala. Todos os estudantes tinham um mapa do castelo em mudança constante, mas eu achava que era demasiado confuso e nunca batia lá muito certo. Por outro lado, vários espaços eram frequentemente interditos para limpeza ou atividades secretas e tinhamos que encontrar outra passagem.

Philcrocks - Primeiro rascunho (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora