Capítulo 61

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No caminho de volta ao castelo, gritos na floresta fizeram-me sobressaltar

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No caminho de volta ao castelo, gritos na floresta fizeram-me sobressaltar.

"Ei o que raios é isto? Alguém está a chorar ali em baixo..."

"Não é nada Lara, vamos... a noite não tarda...", disse Harry, puxando-me pelo braço.

"Não, como podem vocês não ouvir. Isto. Parece uma criança a chorar" O meu coração acelerou quando Misa olhou preocupada para Harry, parecendo querer sair dali tão depressa quanto ele. Apressei-me por entre a vegetação, colina abaixo. Os últimos raios de luz irradiavam por entre as árvores. O choro estava cada vez mais perto. Ali. Uma pequena criança que não devia ter mais de 4 ou 5 anos, chorava com uma perna amarrada a uma árvore.

"O que é isto?" Disse aflita, dirigindo-me à criança.

"Lara, não! O amo não deve estar longe", gritou Misa em surdina urgente.

"Amo? Não podemos deixar esta criança aqui amarrada! Vão, eu vou levá-la para a aldeia!"

"Mas Lara, foram os pais que a deixaram aí... Philcrocks é perigoso a esta hora"

Quando Harry e Misa perceberam que nada me faria mudar de ideias, apressaram-se na direção do palácio, as suas caras apreensivas, como se eu fosse inconsciente por libertar aquela criança. Como poderiam eles deixá-la ali? O que raios se passava?

"O rapaz tinha finalmente remitido o seu choro, mal podia andar pelo que tive que o levar ao colo com passos cambaleantes, conforme as minhas forças permitiam. Não o podia abandonar. Quando estava quase a atingir a estrada principal de retorno à aldeia, alguém desmonta de um cavalo ao longe. A esta hora da noite apenas apanhei um vislumbre de uma capa preta e uma espada brilhante à cintura que me fez parar. O vulto dirigia-se com passos firmes na minha direção. Só havia alguém com tal agilidade e postura soberana. Marchal. O meu coração parou e as minhas pernas quase cederam sob o peso da criança.

"O que está aqui a fazer?" Perguntei, irritada, caminhando na direção da aldeia.

"Não podes retornar esse sleve à aldeia. Foi abandonado pelos pais em troca de dinheiro..."

Disse Marchal, tentando ocultar-me o caminho enquanto eu me desviava da sua figura, ignorando-o. Decidida a salvar a criança com quem ninguém se parecia importar.

"O amo é um Zelv, um feiticeiro puro! Tu estás a meter-te no meio de coisas que não te dizem respeito"

"Eu não o posso deixar aqui. Não é justo! Ele é apenas uma criança. Não tem culpa de não ter poderes, de não ser o que é considerado o mais digno nesta sociedade que exclui e subjuga os sleves!"

"Não te cabe a ti avaliar se é justo ou não Lara... é como as coisas são, é assim em Philcrocks... Se devolveres a criança à aldeia, irão matá-lo. O acordo é quebrado e votarão para se vingar. Melhor que os pais o façam da forma menos dolorosa, mas o fim será sempre o mesmo"

Philcrocks - Primeiro rascunho (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora