Capítulo 33

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O meu coração saltou uma batida

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O meu coração saltou uma batida. Porque tinha o príncipe decidido humilhar-me em frente da turma? Ele sabia que tudo aquilo me era desconhecido. Eu era uma humana e ele odiava-me... isto era tortura. Apertei as mãos, decidida a terminar com o tremor. Clareie a voz. Não ia demonstrar que ele me tinha afetado.

"Não professor. Mas porque não pergunta a outra pessoa? Provavelmente outros saberão".

Nesse momento todos os alunos baixaram a cabeça, com exceção de Misa que se chegou à frente.

"Aquela feiticeira sabe tudo... é um pouco irritante" sussurou Harry, revirando os olhos. Eu não podia deixar de concordar um pouco. Misa era um pouco metediça e parecia saber sempre tudo, apesar de ser uma feiticeira de baixa classe. Por vezes ainda ajudava os pais na pequena loja de poções na vila e durante a semana passava horas na biblioteca. Talvez por isso tenha sido selecionada para academia... esforçava-se por ser bem vista perante os professores e raramente respondia algo errado. Era já a aluna preferida da maioria. Apenas Marchal não parecia muito encantado. Mas afinal ela era de baixa classe e nada apagava isso.

Ninguém além dela sabia a resposta. Marchal olhou-me com um olhar austero. O príncipe esperava obediência e eu já sabia melhor do que tentar cruzá-lo. Engoli em seco.

"Se acha que por ter sido a primeira humana a entrar na academia é mais que os outros, Lara, está bastante enganada. Parece que não sabe tanto como o seu desinteresse sugere. E eu decido a quem pergunto o quê".

Vi Dafne rir-se à socapa. Ela adorava o facto de Marchal parecer ter um interesse especial em massacrar-me.

"Na verdade, para um feiticeiro experiente, inúmeros augúrios podem ser retirados do cântico dos pássaros". Devem deixar fluir um pouco da vossa magia para entrar em comunhão com o que vos rodeia. Isso ajudará. Os paus de teixo que podem encontrar na floresta são uteis para canalizar essa magia. Muitos feiticeiros usam um, mesmo quando dominam amplamente o seu poder." Os estudantes retiraram os paus de teixo que tinha colhido na aula nos bosques. "Devem cravar esta runa no pau", disse Marchal, esculpindo uns traços cruzados no tronco de uma árvore gigante com pó vermelho das bagas da Índia. No fim de desenhar a runa uma estranha energia percorreu-me. De repente senti-a ligada aquela varinha. Harry sorriu, em admiração. Tinha resultado.

Vi Misa esperar aborrecida. Ela já tinha previamente feito a runa no pau de teixo.

"Isto é uma espécie de varinha?" perguntou-me Harry, admirado com o poder que também sentira.

"Varinha?" Olhei para o pau, que agora parecia firme e perigoso. "Quer dizer que existem mesmo varinhas mágicas?"

"Agora ouçam o cântico do pássaro, deixem a energia fluir através da varinha para o exterior. Conectem-se com a floresta." Disse Marchal, avançando por entre o nevoeiro, numa voz firme e grave. As sombras que via moverem-se à distância distraíam-me, dificultando a minha concentração.

Philcrocks - Primeiro rascunho (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora