-E-eu preciso ir ao banheiro. – Puxei minha mão e me levantei rapidamente. Caminhei cegamente, esbarrando em Jayce, e outras pessoas no caminho. Minhas mãos tremiam, eu mal conseguia respirar. Me apoiei na pia e encarei a porcelana branca, sentindo meus olhos arderem.
-Sam... – Jayce entrou no banheiro e fechou a porta. Minha respiração estava acelerada.
-Você não pode fazer isso comigo. – Limpei meu rosto, lágrimas teimosas haviam escorrido. Fazia anos que nenhuma lagrima ousava escapar de meus olhos. Eu havia me blindado de uma maneira quase impenetrável. Ele se aproximou e me abraçou. – Eu não posso...
-Me desculpa... – Ele beijou meu rosto e se afastou, limpando meu rosto.
-Você sabe....
-Ela não é uma estupradora, você sabe disso... – Ele acariciou minha bochecha.
-Não posso me envolver nisso... Estupro não Jay... – Eu disse tremula.
-Samanta... – Maggie entrou de uma vez no banheiro, observando-nos. – Policiais estão aqui... Vão leva-la. – Pisquei algumas vezes e me virei rapidamente para o espelho, limpando meu rosto. – Ajuda minha filha. – Os olhos de sua mãe estavam marejados, suspirei e assenti.
Caminhei rapidamente até a sala de reuniões. Billie estava algemada acompanhada de policiais. Seus olhos encontraram os meus.
-Você já conseguiu levar alguém algemado do meu escritório? – Me aproximei da detetive. Que parou, apoiando-se em uma das pernas, e me mediu de cima a baixo.
-Não achei que você defenderia estuprador... – A voz acida de Katarina soou com surpresa. Me aproximei, ficando em uma distância intima.
-Não defendo. – Eu disse baixo, ela suspirou. – Desalgema minha cliente Katarina.
-Não. – Ela sorriu, mostrando seus dentes alinhados e brancos. Ela usava uma camisa social e uma calça jeans apertada. Entre seus seios havia seu distintivo pendurado.
-Por favor... – Eu pedi com jeitinho. – Ela não apresenta risco algum, além de ser inocente.
-Ela vai comigo, se tentar alguma coisa... Vai sobrar para você. – Eu assenti, sem romper o contato visual. Ela descruzou os braços e estalou o dedo. – Solta ela.
-Vamos pelos fundos... – Mantive o tom de voz. Ela adorava me provocar.
-Dessa vez você não vai comigo... Nos encontramos na delegacia. – Ela suspirou. – Já coloquei a viatura na sua garagem.
-Obrigada. – Eu sorri e caminhei até Billie, que passava a mão em volta dos pulsos, estava vermelho por conta da algema. Billie entregou o celular para mim, suas mãos tremiam.
-Olha as mensagens, com ela. – Assenti e segurei seu telefone.
-A senha... – Eu disse baixo.
-Nossos números. – Ela mal conseguiu falar.
O policial colocou a mão no ombro de Billie. Katarina saiu na frente, suas botas de saltos ecoavam pelos corredores do escritório. Todos olhavam. Meu coração estava acelerado, minha boca seca. Fechei os olhos por alguns segundos e me virei, vendo Finneas e Maggie acompanha-la. Murmúrios começaram, pessoas estavam cochichando.
-Voltem ao trabalho, o show acabou. – Eu praticamente berrei, fazendo com que um silencio perpetuasse no ambiente. Jayce se aproximou, ele me olhava curioso. Caminhei na frente, em direção à minha sala. – Puta que pariu. – Meu telefone começou a tocar, senti meu peito doer ao ver.
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O azul dos teus olhos - pt. 2 - Billie Eilish
RomanceA Segunda parte do romance: O azul dos teus olhos. Quando Samanta estava conformada com a situação de perder definitivamente seu amor um caso criminal trás de volta todos os sentimentos oprimidos e rejeitados pela mesma. Ela se vê sem maneiras de r...