Capítulo 8 - Nem tão boazinha assim

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Eu estava me sentindo suja em estar ali, principalmente pelo histórico conturbado de nossa relação.

-Não pode entrar, ela vai ficar brava. – Rolei os olhos e tirei uma nota de 100, entregando para a garota que me impedia de entrar na sala de Katarina. Ela bufou e pegou o dinheiro, saindo da minha frente. Adentrei a sala e fechei todas as persianas, procurando o caso de Jessica. Eu não estava convencida de tudo aquilo, meu sexto sentido me dizia que algo estava muito estranho. Retirei ele com cuidado e o abri sobre sua mesa, sentando-me em sua cadeira. Cruzei as pernas e abri a pasta. Tirei foto de cada arquivo ali, o colocando de volta. Havia alguns arquivos em cima da sua mesa, atraindo minha atenção. Antes que eu pudesse tirar foto a porta se abriu ruidosamente, fazendo meu coração acelerar. Ela cerrou os olhos e fechou a porta atrás.

-Quem te deixou entrar? – Ela se aproximou. Usava botas, uma calça preta de cintura alta e uma camisa social por dentro. Sorri de lado e afastei suavemente a cadeira da mesa. Ela caminhou até mim, ficando na minha frente apoiada na mesa. Ela sempre demorava no horário de almoço, logo hoje seria uma exceção.

-Bom te ver também. – Sorri de lado, descruzando as pernas, atraindo seu olhar para elas. Eu pretendia sair de lá antes de encontrá-la. – Surpresa. Katarina apoiou nos braços da cadeira, me fazendo ficar encostada e encurralada ali. Engoli em seco, ela me media.

-Meu marido vai chegar daqui a pouco. – Ela disse baixo, quase me fazendo pular. Ela escorregou sua mão para minha coxa, suspendendo suavemente minha saia, revelando o final rendado de ambas as meias pretas. Ela sorriu de lado, mordendo o lábio inferior. – Tá fazendo isso porque? O que Samanta Becker quer? – Ela ajoelhou-se entre minhas pernas, sem desgrudar os olhos dos meus. Que droga Samanta.

-Seu marido... – Eu disse, tentando me ajeitar na cadeira.

-Temos vinte minutos, acho que preciso menos que isso. – Ela sorriu, pervertida.

-Achei que você estivesse sozinha. – Menti. Achei que ela nem estaria ali. Katarina sempre foi uma cretina, mas eu não gostava de usa-la. Na maioria das vezes, ela quem me usava.

-Estou.

Ela subiu meu vestido bruscamente, até minha cintura. Revelando minha calcinha de renda. Ela começou a beijar a parte inteira da minha coxa, fazendo-me arrepiar. Era uma região sensível, mesmo coberta pela meia. Soltei o ar pesadamente. Seus olhos não desgrudavam dos meus. Ela tirou minha calcinha lentamente, ela a colocou no bolso da calça. Minha respiração estava ofegante, eu sentia algo queimar entre minhas pernas. Mesmo a contragosto eu estava molhada. Ela sorriu vitoriosa, me fazendo rolar os olhos. Ela deu algumas mordidas em minha coxa e me puxou pelas pernas para frente, dando-lhe acesso à minha intimidade. Fechei os olhos quando pude senti-la colocar os lábios em contato com minha vagina. Que droga Samanta. Entrelacei os dedos em seu cabelo, aproveitando seu toque. Forcei os olhos, ainda sem abri-los, quando a senti dedilhar meu clitóris. Mordi o lábio inferior, rebolando suavemente. Uma pessoa em especifico surgiu em minha mente. A senti penetrar-me com dois dedos, segurei um gemido com toda as minhas forças, ou a delegacia inteira me ouviria gemer. Katarina tinha razão, eu não demoraria. Deixei que minha imaginação tomasse conta, aproveitando cada toque. Não demorou para que eu gozasse. Aquela sensação me consumiu brevemente, me fazendo apertar sua cabeça contra meu corpo. Soltei suavemente meus dedos e abri meus olhos. Katarina beijou suavemente minha intimidade e se levantou. Ela passou a língua por seus lábios e sorriu. Pigarreei e me levantei, desajeitadamente.

-Você não presta. – Eu disse me aproximando de seu corpo.

-Você muito menos. – Ela sorriu de lado. – Eu finjo acreditar que você veio aqui para foder...

-Você quem me mandou um... – A porta se abriu, me fazendo praticamente pular de susto. Um homem alto, cabelo loira e olhos castanhos entrou. Ele era bem musculoso. Sua camisa ficava bem justa ao seu corpo. Ele nos olhou, confuso.

-Becker, esse é meu marido. – Katarina abriu sua gaveta e retirou de lá um halls, o colocando na boca. Ele sorriu e estendeu a mão. Me aproximei e o cumprimentei.

-Ouvi falar muito de você.

-Aposto que mal. – Lancei um olhar para Katarina, que se escorou na beirada da mesa com os braços cruzados. – Tenho que ir, prazer em conhece-lo. – Eu queria sumir dali, que situação terrível.

-Você é nojenta. Lavou a... Depois? – Jayce disse olhando as fotos. – A sala dela tem câmeras?

-Claro que sim, eu esfreguei bem. Pra ver se saía a vadia impregnada em mim. – Rolei os olhos. – Tem, mas eu as desliguei. – Balancei meu celular. – Aquele negócio...

-Claro. – Ele me entregou uma das fotos. Havíamos imprimido. – Olha isso. – Ele apontou para o coquis de Jessica. – Quando a vi na delegacia, ela tinha uma tatuagem aqui.

-Estava olhando para a bunda dela? - Jayce rolou os olhos.

-Que nojo... – Ele bufou. – Ela estava bebendo água com aquelas calças de cós baixo, ridículas por sinal. Ela tinha um negocio lá. Fiquei me perguntando se Billie gostava daquela tatuagem bem no cofrinho. – Balancei a cabeça negativamente, afastando pensamentos nojentos de minha cabeça. – Falando nela. Reunião com eles na sala 20. Eu tenho que ir no tribunal, então...

-Não. – Bufei. – Sou advogada de defesa.

-Vão ter outros lá, mas você é a representante principal. – Ele me entregou alguns arquivos. – Vamos investigar isso mais à fundo, hoje à noite. – Hesitei em pegar, mas acabei pegando e bufando. – É só hoje, coincidiu bem na minha audiência.

-Eu estou sem calcinha. – Jay fez uma careta e rolou os olhos. – Katarina não me devolveu... Eu não poderia dizer na frente do marido dela. "Ei, tem como me devolver a calcinha."

-Era só ter passado em casa.

-Eu tinha uma reunião em vinte minutos, cheguei em dezenove. – Me levantei, ajeitando meu vestido.

-Samanta não são nem três da tarde e você já perdeu a calcinha. – Abri a boca e o empurrei, andando na frente. – Sua bunda ficou empinada com esse salto, continue usando.

Levantei o dedo do meio e sai da minha sala, indo em direção à sala vinte. Todos já estavam lá, o que me fez odiar ainda mais. Estavam me esperando. Meu lugar estava reservado, ao lado do de Billie e próximo à ponta. As pontas haviam um projetor e do outro lado uma tela para slide. Que saco. Me sentei, o que fez a mulher do direito tributário começar a falar. Billie se aproximou e sussurrou em meu ouvido.

-Não sabia que você vem trabalhar sem calcinha. – Meu coração disparou. Era obvio que ela perceberia. Tentei manter a calma e olha-la.

-Só quando vou te encontrar. – Disse em seu ouvido. Droga Samanta! Billie sorriu e balançou a cabeça negativamente. O lance de Jessica estava me incomodando. Me esgueirei para falar em seu ouvido. – Jessica tinha uma tatuagem em cima da bunda? – Eu disse bem baixo, o que a fez arregalar os olhos e me encarar confusa. – Ela assentiu. Talvez eu esteja sendo paranoica. Balancei a cabeça negativamente, me livrando de pensamentos como aquele. Pelo visto eram bem próximas. Tentei fazer que o monstro dos ciúmes se afastasse. Era ridículo aquela sensação, éramos amigas e na época não éramos nem isso. 

O azul dos teus olhos - pt. 2 - Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora