Capítulo 25 - Favor

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Me levantei de uma vez, antes que seus lábios tocassem os meus.

-Preciso ir para casa... – Humedeci os lábios e coloquei o copo sobre a mesa de apoio. – Vou procurar Jayce...





-Você está bêbada. – Eu estava fazendo esforço para não fazer barulho, mas aparentemente Billie estava acordada. Soltei meus saltos no chão, fazendo um barulho.

-Não queria te acordar. – Tirei minhas roupas. Puxei uma das blusas de Billie, vestindo-a desajeitadamente. Cambaleei para cama, deitando-me. Soltei um longo suspiro, vendo o teto rodar.

-Você sabe o quanto eu odeio isso... – Ela disse com a voz emaranhada. – São quase seis da manhã...

-Você sempre chega esse horário dos afters Billie... – Passei a mão no rosto, sentando-me na cama. Ela estava sentada e virada para mim.

-Eu não chego bêbada... – Ela disse entre dentes. – Sério Sam?

-Eu saí daqui bêbada... – Cruzei os braços. Um soluço desajeitado me interrompeu a fazendo soltar o ar pesadamente e começar a rir.

-Vamos tomar banho... Você está cheirando à álcool...

-Talvez eu tenha vomitado um pouquinho... – Ela assentiu, descendo da cama e vindo até meu lado. Ela me puxou pela mão. Desci da cama e a acompanhei até o banheiro. Me sentei no vazo, com a tampa abaixada. Ela ligou o chuveiro e caminhou até mim, ficando à minha frente. A abracei pela cintura, com a cabeça em sua barriga. Fechei meus olhos e puxei o ar com força, sentindo seu perfume. Eu amava seu cheiro. Abri meus olhos e pude observa-la de baixo. – Seu peito é tão grande...

-Eu sei vadia. – Ela começou a rir. – Vai pro chuveiro.

-Não quero... – Fiz beicinho. Billie soltou o ar pesadamente e me puxou pelo braço sem delicadeza. Me levantei e cambaleei até o box.

-Tira minha blusa... – A encarei e puxei sua blusa para cima, a fazendo gargalhar. E tentar se desvencilhar, mas consegui tira-la. – Não burra... – Não consegui evitar uma risada, vendo-a apenas de top. – A que você está usando. – Abri a boca em surpresa.

-Não posso... – Ela pegou sua blusa de volta, jogando-a sobre a pia. – Aí você vai me ver pelada. – Ela balanço9u a cabeça negativamente bem devagar.

-Eu te vejo pelada com muita frequência. – Ela cruzou os braços abaixo dos seios, me encarando. – Vai logo... – Aproximei minha mão do seu corpo e toquei seu seio com o dedo indicador. Billie cerrou os olhos e tirou minha blusa sem delicadeza alguma, me fazendo quase cair para trás.

-Acho que vou furar também. – Com uma das mãos eu apontei para seu umbigo, com a outra eu enfiei o dedo no meu. Billie olhou para o próprio piercing e depois me encarou. – Vamos usar piercings iguais...

-Claro... – Ela segurou dos dois lados do meu braço e me empurrou para trás. Senti a água gelada bater com força em meu corpo, me fazendo soltar um gritinho.

-Sua filha da... – Soltei, sentindo-a passar por todo meu corpo.

-Shi... – Ela me interrompeu, soltando-me. Dei um passo para frente, completamente molhada. Em choque com a temperatura da água. A puxei pelo braço com força, a fazendo entrar de baixo da água.

-Samanta, puta que pariu. – Ela disse, dando um passo para trás. – Vou te matar.

-Não vai não... – Eu disse igual criança, vendo-a passar a mão pelo cabeço encharcado. – Você me ama...

-Pode ter certeza. – Ela olhou para baixo, tirando a bermuda. Ela se virou de costas, torcendo o tecido completamente encharcado. Olhei para baixo, dando-lhe um tapinha na bunda. – Garota, você está testando minha paciência. – Ela se virou, mudando a temperatura do chuveiro. – Agora vou ter que lavar o cabelo...

-Eu te amo. – Eu sabia o quanto Billie odiava isso, mas ela continuava ali. La encontrou meus olhos e sorriu. Me aproximei, segurando em sua nuca. Ela virou a cabeça suavemente de lado, observando-me.

-Você não é assim... – Ela levantou a mão até meu rosto, tirando alguns cabelos grudados em minha boca. – Sei que é uma época difícil para você... Estou tentando Sam... – Ela segurou em minha cintura. Desviei o olhar, sentindo uma onda de sentimentos me atingir em cheio. – Sei que esse ano em especial vai ser complicado...

-É a última. – Voltei a encara-la, sentindo um aperto na garganta. Meu nariz ardia, assim como meus olhos. – Vai fazer oito anos... – Puxei o ar com certa força.

-Eu sei... – Ela sorriu fraco, olhando-me com pesar.

-Achei que eu superaria à essa altura. – Billie assentiu. – Mais fica pior ano após ano... Eu sinto que uma parte de mim acabou... – Senti lágrimas escorrerem por minhas bochechas. – Por que tem que ser tão difícil?

-Eu não sei... Não posso imaginar o que você está sentindo, mas... – Ela me puxou para um abraço. – Estarei aqui por você, até o resto das nossas vidas...

Fechei meus olhos e me aconcheguei em seu abraço.




-Gostei dos óculos escuros. – Dei um discreto pulo na cadeira do escritório. Eu havia cochilado. Levantei o olar para Jyace, que também usada óculos escuros. – O que tá fazendo aqui domingo? De pijama?

-Eu não sei... Billie foi levar Alice no parque, quando eu me dei conta estava aqui... Me encostei na cadeira, sentindo uma dor na minha testa. – Para de gritar...

-Não estou... – Jayce sentou-se nas cadeiras frente à minha mesa. Sua voz estava rouca, como a minha. Minha cabeça estava latejando dolorosamente. – Katarina pediu o divórcio...

-Como você sabe? – Fechei meus olhos, apoiando minha cabeça no encosto. – E por que eu deveria saber?

-Ela me pediu para representa-la...

-Você entende de... – As palavras se perderam, embalando-me em outro profundo cochilo. Não ouvi a resposta, mas pude presumir que ele havia me xingado.

-Samanta caralho... – Voltei rapidamente do cochilo que eu havia caído. Tirei os óculos com os olhos ainda comprimidos, observando-o. – Você vai representar ela, vai ser divorcio litigioso...

-Claro que eu não vou fazer isso... – Voltei a posição normal. – Chega de ex na minha vida... – Dei de ombros. – Eu preciso dormir, meu cérebro está entrando em colapso... – Bocejei. – Preciso de cortinas também, é ridículo como meu quarto é claro...

-Você precisa fazer isso, vou ter uma fusão em NY...

-Já pensou em recusar? – Cruzei os braços, dizendo como se fosse óbvio. – Eu odeio divorcio litigioso, eu sou da área de acusação criminal...

-Ela pediu o favor... De volta...– Engoli seco, observando Jayce mudar completamente a fisionomia. – Não podemos dizer não... Vamos acusa-lo de agressão.

-Agressão? – Jayce assentiu. – Que merda... – Massageei as têmporas, sentindo a dor apenas se aumentar. – Nunca tive uma ressaca igual essa...

-Em todas as ressacas você diz a mesma coisa. – Ele levantou. – Marquei uma reunião para segunda de manhã... 

O azul dos teus olhos - pt. 2 - Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora