Capítulo 4 - Incompetente

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- Mandou me chamar, pai? - Camila perguntou ao adentrar no escritório de Fernando, limpando o suor de sua testa.

Estava treinando desde acordou, começou com a prática de tiros pela manhã e depois de almoçar passou a treinar seus golpes, sentia que estava cada vez mais pronta para tomar seu lugar na máfia.

- Sim, minha pequena, preciso que você vá buscar as mercadorias com Alonzo no estacionamento do Bangkok. - Fernando disse se levantando e caminhando até a garota. - Desta vez não é uma carga tão grande, são algumas drogas de um novo fornecedor que ele descobriu e um armamento novo para teste, armas incrivelmente potentes se os vídeos que me foram mostrados forem verdadeiros. - A cadeira em frente a grande mesa se virou e mostrou um Tom com uma feição nada boa, mas que mudou completamente ao ver a garota parada a poucos passos atrás dele com sua roupa de treino.

- Melhor ainda, menos trabalho. - Respondeu assentindo e virando de costas para sair rumo a sua missão.

"Não desaponte seus superiores."

- Não tão depressa assim, minha pequena, Alonzo está cada vez mais arisco e você precisa de bons homens ao seu lado para pegar tudo o que preciso. - Fernando a cortou, fazendo com que se virasse para ele novamente.

- Alonzo é só um drogado qualquer, não é problema para mim. - Respondeu com desdém ao se sentir insultada por duvidarem de sua capacidade.

- Mas é um problema para tudo o que nós temos, por isso quero que seja cuidadosa com seus atos e suas palavras. - Disse no mesmo tom que a garota que apenas ergueu as sobrancelhas ao ser tão confrontada. - Você mal se controla ao falar com seu pai imagina com Alonzo te ofendendo, ofendendo a Germano e principalmente duvidando de sua competência por apenas ser uma mulher.

- Puta que pariu, pai, Alonzo é um viciado imbecil e não faria mal a mim e a ninguém em meu meio. - Camila retrucou novamente se sentindo ainda mais ofendida.

- Não subestime seu adversário. - Fernando disse alisando os ombros da garota. - Alonzo pode ser um viciado imbecil, mas é um viciado que sabe demais e eu não o perdoaria se fizesse algo contra você, então preciso que se contenha e que principalmente confira a mercadoria. - Camila assentiu entendendo o ponto onde Fernando queria chegar.

- Não confia nele? - Questionou, franzindo o cenho.

- Não confio no vicio dele. - Respondeu, beijando o topo da cabeça da garota. - Mas confio em você o suficiente para saber que cumprirá essa missão sem nenhum problema ou imprevisto. - Camila assentiu novamente contendo um sorriso que queria brotar em seus lábios.

- Mais algum detalhe que eu deva saber? - Perguntou agora em seu tom natural.

- Não, até o momento é tudo que eu tenho para te dizer. - Sinalizou para que a garota saísse e ela assentiu acatando a ordem.

- Chefe? - Thomas disse como se estivesse lembrando-o de algo e assim foi feito.

- Ah, pequena já ia me esquecendo. - Novamente Camila se virou para o pai. - Thomas vai com você, ele está na sua equipe.

- O QUÊ?! - Gritou sentindo uma onda de indignação subir a sua cabeça. - Você só pode estar brincando, pai, não pode ser real.

- Thomas foi exposto por Gagliasso, seu trabalho como espião se tornou inútil já que todos sabem quem ele é agora, o mais viável é que ele passe para alguma equipe que o trabalho dele seja valorizado como realmente deve ser, e a melhor equipe aqui sabemos que é a sua. - Fernando disse simples e sinalizou para que Tom também saísse.

"Não permita que te diminuam."

- Ninguém entra na minha equipe sem que eu queira, é a minha equipe, não é qualquer pessoa que pode entrar simplesmente porque você quer. - Retrucou sentindo uma onda de raiva tomar conta de si.

Lealdade (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora