Lealdade (CONCLUÍDA)

Capítulo extra - Japão

— A lealdade forma família, Cams, somos uma família.

— A última coisa que você foi é leal. — A cacheada disse sem ânimo, sentindo o coração apertado. — Traidores não vivem, Japão, e você foi o pior deles.

— O que faremos com ele? — Brasil perguntou sem encarar o oriental, também sentia o coração apertado no peito.

— Vocês sabem o que fazer. — Camila respondeu subindo as escadas com um nó se formando na garganta. Não conseguiria machucá-lo, Japão havia sido parte da sua família desde que se lembrava e apenas olhá-lo já era doloroso demais. — Ele é todo de vocês.

— Camila, por favor! - Japão gritou quando os seguranças o renderam no chão. — TOM, POR FAVOR!

Diferente do esperado, o casal subiu as escadas sem olhar para trás, deixando o oriental ser arrastado rumo ao quartinho do lado de fora da casa.

Japão não tentava relutar ou fugir, aceitou seu destino sem contestar mais, o destino que ele mesmo traçou, que ele mesmo escolheu. Por mais que também tivesse sido enganado pelos Osterfield, ele optou por nunca contar a verdade, por continuar ao lado dos Azablanca e se apegou a eles.

Foi jogado no centro do cômodo e esperou de olhos fechados todos os golpes que receberia, aquele seria o seu fim e só queria que o matassem logo. Mas nenhum golpe veio. Um silêncio tomava conta do local e quando tomou coragem para abrir os olhos, notou estar em volta de um círculo, círculo este composto pelos membros de sua antiga equipe.

Brasil o olhava com um misto de raiva e decepção mantendo os braços cruzados. Flash e Pablo também o encaravam num canto, ambos mostravam todo desapontamento, trazendo um nó na garganta do oriental. Ele, então, procurou por Micael, mas não o encontrou.

— Não vão fazer nada? — Se atreveu a perguntar, observando as expressões desapontadas e desaprovadoras em sua direção.

Se levantou do chão observando todos a sua volta, questionando-se do que poderia acontecer ali, mas não conseguia chegar em nenhuma conclusão concreta. Nunca havia presenciado nada daquele tipo, esperava apenas pelo pior, e parecia que não iria chegar.

— Você nunca pensou em nos contar? — Ouviu Flash perguntar e se virou para ele.

— Todos os dias, mas temia o que poderiam fazer comigo. — Respondeu sendo sincero, não iria esconder mais nada. — Quando entendi que Camila e Tom não tinham nada a ver com o assassinato dos meus pais, eu deixei de ajudar os Osterfield, eu ajudei apenas vocês.

— Nos ajudou?! — Brasil finalmente disse, chamando atenção para si. — Killer está morto, Micael está praticamente morto, Camila quase morreu, José e Manelik sofreram atentados no Brasil, GABRIEL SOFREU ATENTADO NO BRASIL, PORRA!

— Eu sinto muito por isso, eu... — Japão tentou se justificar, mas foi interrompido.

— Você tem noção da quantidade de vidas que seriam poupadas apenas se você contasse a verdade? — Foi Pablo quem disse. — Muita gente estaria viva agora se você tivesse apenas dito a verdade.

— Vocês sabem o destino de traidores, sabem o que aconteceria comigo. — Tentava inutilmente se justificar, buscando todos os motivos que assombrava seus sonhos, mas sabia que não seria perdoado.

— E o que aconteceu com Killer? — Um dos agentes disse. — Micael não sobrevive sem aparelhos, ele seria pai e nunca vai conhecer o próprio filho, ele não... — A porta abrindo chamou atenção dos presentes e o casal que entrou trouxe novamente o silêncio ao ambiente.

Thomas foi o primeiro a cruzar pela porta, com uma expressão nada boa, seus ombros mostravam a tensão que carregava consigo devido toda a situação.

Camila entrou logo em seguida, fechando a porta num baque seco. Sua expressão sempre carrancuda, as mãos fechadas em punho enquanto encarava o oriental no centro do círculo. Japão, por sua vez, engoliu a seco encarando o casal já sabendo que seu destino havia sido encurtado ainda mais.