Capítulo 24 - A magia do Brasil

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Camila olhava admirada as paisagens de dentro do carro. O grupo se encaminhava rumo ao hotel beira-mar no Leblon, e a garota mantinha o rosto grudado na janela ao lado de Gabriel apontando animadamente cada mínimo detalhe daquela cidade tão cheia e fascinante.

Em alguns pontos, existiam diversos vendedores ambulantes gritando para tentar comercializar suas mercadorias, em outros podiam enxergar prédios enormes com estruturas que apenas viam enquanto estavam em cedes mafiosas. Sem contar com as paisagens praianas, onde enxergava o mar em suas diferentes formas e em determinados pontos poderia jurar que viu surfistas deslizando pelas ondas.

Assim que desceram no hotel, a garota se fotografou na entrada para que pudesse mandar ao padrasto, enviando também um vídeo logo em seguida, mostrando todos os homens que a acompanhava, incluindo Gabriel. Não se esqueceu também de mencionar sobre a elevada temperatura do país tropical, estava no verão no Brasil e o calor estava quase insuportável.

— Vem, pequena, precisamos guardar nossas coisas. — Killer disse, tocando sutilmente o ombro de Camila para guiá-la.

O grupo adentrou no hotel luxuoso, agradecendo pela temperatura mais baixa causada pelo ar condicionado.

O check-in foi feito por Japão e Thomas, que discutiam entre sussurros formas de como Holland poderia se aproximar da garota e que deveria também parar de encará-la tanto, porque mais parecia um psicopata.

— Não sei vocês, mas esse mar tá me chamando... — Micael disse, olhando a praia através do vidro.

— Eu me lembro da vez em que minha mãe me levou a praia. — Gabriel comentou observando o mesmo ponto. — Ela socou um homem porque ele a chamou de um nome feio e nós tivemos que ir embora porque ele queria chamar a polícia.

— Por que a sua mãe não fez com que ele implorasse de joelhos o perdão dela? — Camila perguntou confusa, guardando o telefone no bolso.

— Ela não sabia lutar tão bem quanto você, até porque, se soubesse, estaria viva agora. — Respondeu virando-se e caminhou em direção a Japão e Holland com os ombros caídos.

"Você é uma anta"

Foi como se um soco invisível tivesse acertado o estômago da garota. A primeira conversa entre os dois atingiu a mente dela como um raio, fazendo com que se recordasse de que Gabriel havia dito que tinha visto apenas 2 garotas lutando e que Camila era a melhor delas.

A primeira havia sido a mãe dele.

A garota se sentiu culpada por ter trazido a memória tão dolorosa da morte da mulher ao garoto. Sabia que ele havia assistido a mãe ser assassinada a sangue frio no dia do sequestro, e que talvez aquilo ainda o incomodasse.

— Responde, cacete. — Brasil irrompeu os pensamentos de Camila, empurrando-a com brutalidade.

— Que foi, inferno? — Respondeu rude, olhando-o com cara fechada.

— Estamos querendo ir à praia, você quer? — Anderson perguntou, o que deveria ser a quarta vez. — Ver as ondas, analisar o terreno, nadar beber um pouco...

— Assistir as mulheres... — Killer completou, dando de ombros com o olhar confuso que a garota o lançou.

— Mamãe ficaria furiosa se ouvisse isso... — Micael ralhou, exibindo uma expressão reprovadora.

— As chaves dos quartos. — Japão disse, interrompendo a conversa e entregando as chaves que foram minimamente calculadas para que tudo saísse conforme o que haviam planejado. — Gabriel, optou por ficar com Brasil, então tá tudo certo.

Lealdade (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora