Capítulo 34 - A queda do líder

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— Você precisa se acalmar, vai acabar sendo morto se continuar tão nervoso. — Killer disse ao observar toda ansiedade que o filho sentia andando de um lado para o outro na van.

— Você não entende, não posso perder a Amanda, se alguma coisa acontecer a ela nunca irei me perdoar. — Micael respondeu ajeitando o colete à prova de balas sobre o corpo sem olhar para o pai.

— E eu não posso perder você, por isso se acalma, porra. — Retrucou rude, fazendo com que o filho se sentasse no chão mesmo a contragosto com os braços cruzados em frente ao peito.

Entretanto existia outra pessoa que estava igualmente nervoso, talvez até mais, dentro o veículo. Thomas nada dizia, mas seu coração estava acelerado no peito e os temores de perder a família o dominavam.

Pensar que Dulce e/ou May poderiam ser machucadas e até mesmo mortas, era doloroso, doloroso demais. Precisava ser rápido e manter a mente limpa, mas as duas eram seu porto seguro e agora estavam em perigo na mira de duas pessoas cruéis capazes de atrocidades que apenas de imaginar que poderiam acontecer a alguma delas o fazia estremecer.

— Sabe que isso vale para você também, não é? — Camila disse, chamando a atenção do namorado que a olhou com as sobrancelhas unidas.

— Do que está falando? — Perguntou tentando não ser rude, mas não sabia se controlar quando estava nervoso, principalmente naquela situação.

— Sobre ficar calmo. — Respondeu suspirando, aconchegando-se mais próxima dele. — Você precisa se acalmar ou vai entrar em colapso e morrer lá dentro sem salvar May ou Dulce.

— Não se preocupe, isso não vai me atrapalhar.

— Baby, ninguém é de ferro e eu sei o quanto ter uma mente perturbada pode ser perigoso numa hora dessas. — Ela deslizou a própria mão sobre o braço do namorado para alcançar a dele e entrelaçar os dedos afim de passar um pouco de confiança e conforto. — Confie na sua equipe, confie em mim, tudo vai dar certo e as duas estarão em segurança ao final desse dia.

— Já está quase amanhecendo, baby. — Tentou brincar, sentindo o peito meramente mais leve. Mesmo com um jeito tão bruto, aquela garota sabia exatamente o que dizer e fazer.

— Você me entendeu, idiota. — Camila riu virando o rosto do namorado para ela, afim de fazer com que se encarassem. — Nós vamos conseguir concluir essa missão e salvar as duas, só que você precisa se acalmar.

— Eu sei baby, mas não é tão fácil quando duas pessoas importantes estão em perigo e toda sua casa provavelmente destruída. — Desabafou permitindo que ela o entendesse.

— Baby, não se importe com bens materiais agora, foque em salvar as duas. — A garota tentou novamente passar confiança, fazendo o namorado sorrir levemente. — E qualquer coisa você pode morar comigo até conseguir encontrar um lar seguro para vocês três, por mais que não tenha lugar mais seguro que a minha casa.

Thomas nada disse, apenas observou a namorada com uma sobrancelha arqueada. Além de todas as preocupações referentes a Dulce e May, questionava-se sobre a sanidade de Camila. Fazia menos de 48 horas que Carlos havia sido assassinado, ela mal tinha tido tempo para se recuperar do luto e já estava indo para uma missão ultra perigosa com a mente tão perturbada.

Aquela mente tão inquieta e repleta de demônios que faziam com que a garota surtasse aos menores acontecimentos e controlassem suas atitudes em qualquer impulso um pouco mais intenso. Tudo isso causado por um padrasto e uma mãe com sede de poder que faziam de tudo para conseguir levar uma criança ao colapso.

— Eu vou se você concordar em procurar ajuda profissional. — Thomas respondeu depois de breves segundos fazendo com que Camila o olhasse com as sobrancelhas unidas.

Lealdade (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora