Capítulo 8 - Amigos normais - Parte 2

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 — Qual é o assunto? — Camila perguntou se sentando sobre o cajón. — Do que vocês estão falando? — Ramon, o cachorro, veio correndo de dentro da casa e se deitou ao lado do instrumento próximo a perna da garota.

 — Nada importante. — Thomas respondeu rapidamente, observando Carlos pegar o violão atrás do tronco em que estava sentado. — Onde vocês arrumam essas coisas? — Referiu-se aos instrumentos.

 — Meu pai é dono de uma produtora, eu quero ser artista por isso tenho vários aqui. — Carlos respondeu dando os ombros.

 — A casa é sua? — A falta de alguém mais velho e a menção ao pai deixou o questionamento na cabeça de Holland, seria incomum, pela pouca idade, já tiverem uma casa só deles.

 — Não, da minha mãe. — Lilo respondeu, alisando a coxa de Thomas como se fossem íntimos. — Carluxo guarda algumas coisas aqui para não ter que ficar trazendo e levando todos os sábados.

 — Você mora aqui? — Questionou curioso, onde estaria a mãe de Lilo?

 — Não, moro com meu pai, a minha mãe está vivendo no Brasil com o atual marido. — Deu os ombros, mas em seguida deu um sorriso indecente. — Posso te mostrar a casa se quiser.

 — Lilo... — Camila disse em tom suplicante, odiando ver tanta proximidade com Thomas.

 — Você vai assustar o convidado, para já com isso, seu sem vergonha. — Rosa repreendeu o amigo, que lhe lançou um olhar em reprovação.

 — Acho que a gente quem deveria estar assustado com ele, quer dizer, nunca vi nenhum cara dar corda 'pro Lilo assim — Gabriela se virou para Holland o olhando de forma acusadora. — Veio nos espiar e assassinar quando tiver a chance?

 — Adoraria ser morto por você, docinho. — Lilo novamente alisou a perna de Tom, quase chegando na virilha.

 — Vocês dois aí, Gabi e Lilo, parem de azucrinar nosso convidado, vão assustar o garoto e ele nunca mais vai visitar a gente. — Rosa novamente repreendeu os amigos.

 — É mais fácil vocês se assustarem com ele. — Camila interveio, tentando acabar com aquele assunto logo e o foco saísse de Thomas. — Vamos de qual primeiro?

 — Aquela do maluco... — Carlos disse se referindo a uma música longa que um dos vários pretendentes de Gabi compôs para ela quando começou a frequentar a casa, porém foi proibido de chegar a menos de 600 metros da garota após o término.

 A canção em si era muito bonita, principalmente a parte escrita pelo tal maluco, mas a história dos dois não, principalmente quando passou a não respeitar a distância protetiva, porém a visita amigável de Camila a casa do idiota fez com que nunca mais desse notícia.

 Os primeiros batuques sobre o cajón foram feitos e logo aquele sorriso que fazia o coração de Thomas quase sair do peito apareceu. Como adorava aquela droga de sorriso. Mal prestava atenção no que acontecia ao seu redor, só conseguia enxergar a garota maravilhosa batendo com as mãos sobre o instrumento de forma tão entusiasmada que o fazia sorrir de volta. O jeito como cantarolava animadamente acompanhando a música era único, ninguém jamais imaginaria do que era capaz vendo-a daquela forma tão extrovertida e sorridente, parecia ser outra pessoa, alguém que fazia o coração de Holland acelerar ainda mais.

 Uma sensação esquisita se expandia dentro de seu peito, era como se vê-la tão bem o deixasse igual, dando a entender que a felicidade de Camila seria a sua que aquela merda de sorriso maravilhoso o cativava a ponto de contagiá-lo. A música e todas as pessoas ao redor pareciam sequer existir, estava fascinado demais com a garota em sua frente.

Lealdade (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora