— Ela fez o quê?! — Micael perguntou chocado quando Camila finalmente terminou de contar tudo o que havia acontecido.
— A filha da puta me deu um tapa na cara. — Ela respondeu socando o encosto de cabeça do banco. — Eu não queria que ela se envolvesse naquela porra, mas quando Leona me bateu, perdi a linha e só queria acabar com aquela.... AAAHH EU ODEIO O THOMAS!
— E você viu eles se beijando? Língua na língua? — Japão questionou, alisando os braços de Camila como forma de consolo.
— Não, mas nem precisa, os dois estavam com as testas uma na outra, além do mais... — O cantar de pneus logo atrás do carro em que os quatro estavam, fez com que a garota parasse de falar e se virasse rapidamente para verificar o que estava acontecendo.
Thomas os seguia a toda velocidade, usando a manga da própria blusa para limpar o sangue do nariz dentro do carro. Ele não aceitaria perder Camila daquela forma, ainda mais quando não estava errado.
— Deixa que eu resolvo isso. — Brasil disse puxando a pistola debaixo do banco do passageiro e destravando-a.
"Eles vão machucar o Tom"
— NÃO! — Camila gritou, puxando a arma da mão dele. — Só não deixem que ele se aproxime de mim, mas não façam nada.
— Camila... — Micael a repreendeu, mas o olhar suplicante o fez desistir de argumentar
— Não façam nada, por favor. — A garota pediu mais uma vez, mantendo um tom de voz manso, o que era bastante incomum.
Os quatro permaneceram em silêncio até que chegassem na mansão. Uma onda tensa pairava sobre o ar, o mesmo nome se passava nas quatro mentes e cada uma com um pensamento diferente sobre Holland.
Duas mentalizavam diferentes formas de assassinar o ex namorado da herdeira dos Azablanca, já que haviam prometido a eles mesmo que jamais permitiriam que ela fosse magoada por algum babaca de novo; outra se questionava se a garota havia visto corretamente, já que sabia o controle que as vozes possuíam sobre ela e o que era capaz de fazer quando se deixar ser dominada; e Camila perguntava a si mesma qual era o problema consigo para que não desse certo com ninguém.
"Você é uma Azablanca, não é qualquer um que consegue estar ao seu lado"
Sentia seu coração acelerado e as mãos, ainda sujas com o sangue de Leona, tremerem pelo nervosismo. Sua cabeça rodava pensamentos desconexos e as vozes estavam completamente alvoroçadas. O peito apaixonado doía ao se lembrar de vê-lo tão próximo a Leona, mas não se permitirá chorar, ele não merecia isso.
Assim que o carro cruzou os enormes portões, Camila destravou o cinto de segurança pronta para correr e evitar mais um confronto com Holland. Ela sabia que não aguentaria segurar todos seus homens caso decidissem que seria interessante dar uma lição em tom, por isso precisava ser rápida em correr para o próprio quarto.
Logo quando Micael diminuiu a velocidade, a garota abriu a porta e saiu disparada rumo a entrada, mas antes mesmo que pudesse cruzar o portão a voz grave a fez arrepiar toda a epiderme.
— Camila, nós dois precisamos conversar agora mesmo. — Não havia aquele tom apaixonado ou gentileza. Ele estava alterado, tomado pela raiva, e Camila sabia exatamente onde chegariam se conversassem.
— Vai embora, Thomas, eu não tenho nada para falar com você. — Continuou caminhando para dentro de casa, mesmo sabendo que seria seguida.
— Mas eu tenho, e não são poucas coisas. Que porra foi aquela?
"Ele só pode estar brincando com a gente"
— Que porra foi aquela? QUE PORRA FOI AQUELA, THOMAS! — Virou-se ainda mais nervosa, acusando-o. — Eu cheguei para o encontro com meu namorado e ele tinha acabado de beijar a ex namorada dele.
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Lealdade (CONCLUÍDA)
AçãoQuando Camila Azablanca completou 10 anos, Germano, seu pai e o líder de todo um império mafioso, foi assassinado em uma missão. Desde então, a garota passou a receber treinamentos árduos para que seja a sucessora de tudo o que sua família havia con...