Capítulo 31 - O dono das vozes

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Já haviam se passado alguns minutos quando Camila se levantou da cama e começou a se vestir sem dizer nada, deixando um Thomas confuso sobre os lençóis. Havia sido tão ruim assim?

— O que foi? — Ela perguntou após abotoar o próprio sutiã notando o olhar do namorado sobre si. — Eu preciso ir embora.

— É a segunda vez que você vai depois de gozar, eu estou me sentindo usado. — Holland brincou observando o corpo tão maravilhoso da namorada. Era tudo o que ele sempre quis e muito mais.

— Você é apenas meu escravo sexual, sua única função é me satisfazer. — Camila entrou na brincadeira vestindo a calcinha que estranhamente estava debaixo da cama.

— Então você precisa voltar pra cá, preciso te mostrar mais alguns dos meus dons.

— Não me tente, baby, poderia ficar com você aí a noite toda. — A ideia não era ruim, na verdade era excelente. Passar mais algumas horas tranquila, longe de tudo e todo mundo, inclusive de Fernando... FERNANDO. — Desculpe baby, eu realmente preciso ir.

— Nem mais uma horinha? — Thomas insistiu fazendo um biquinho que disparou o coração da garota.

— Nem meia, eu deveria estar em casa às seis da tarde e agora são quase dez e meia da noite. Além do mais, Fernando não... — Antes que finalizasse, o toque do telefone se fez mais alto do que as vozes irrompendo a conversa. — Aí cacete... — Ela lamuriou quando viu o nome do padrasto na tela.

"Estamos na merda"

— Que foi, baby? — Mas ele não obteve resposta porque ela já estava com o telefone no ouvido e a sua expressão deixou uma grande interrogação na mente do namorado.

— Oi, pai... — Camila atendeu num suspiro já sabendo exatamente o que estava por vir.

— Onde você está, Camila? Eu disse até às seis, já passam das dez da noite. — A voz imponente de Fernando fez os pelos da garota se arrepiarem. Daquela vez seria ainda pior.

— Desculpe, eu estava ocupada. — Respondeu fechando os olhos já sabendo do castigo que receberia.

— Ocupada? Estava ocupada? Um garoto foi morto e eu recebo a mão dele numa caixa, ironicamente esse mesmo garoto era seu amigo e eu não fazia ideia. Você me deve exposições, Camila, muitas explicações.

"Você só faz cagada"

— Você recebeu o quê? — Perguntou surpresa, não de um jeito bom.

— A mão do garoto, esse Carlos. Os assassinos me enviaram a porra da mão dele. Esse cara foi morto por sua causa, Camila, tenha modos.

— Não foi minha culpa, eu cuidei de tudo para que isso não acontecesse, eu... — Tentou se justificar, mesmo sabendo que seria em vão.

— Se tivesse cuidado direito, Carlos estaria vivo e com as duas mãos. — Acusou, fazendo a garota se encolher ainda mais.

— Não é minha culpa, me desculpe, pai, eu não... — Camila buscava de todas as maneiras encontrar uma defesa, mas sabia que não existia nenhuma. Carlos estava morto, e ela era a culpada.

"Você sabia das consequências desde o princípio"

— Eu exijo que você esteja em casa dentro de 10 minutos ou as consequências serão ainda piores. — A ligação se encerrou, deixando uma garota apavorada sentada sobre a cama e um Thomas confuso observando a expressão chocada da namorada.

Era estranha forma como ela se tornava vulnerável se tratando de Fernando. Sempre recuava e se mantinha acuada, parecendo que, caso dissesse algo de errado, sofreria. Camila sempre era tão imponente, defendia sua opinião doa a quem der, mas quando se tratava do padrasto era completamente diferente.

Lealdade (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora