Capítulo 15 - Confiança

293 40 18
                                    

Camila olhava furiosamente para o ruivo falecido no chão. Uma poça de sangue havia se formado ao redor do corpo, e a garota precisava se controlar para que o estrago não ficasse ainda maior.

Ela não entendeu o que tinha acabado de acontecer ali, mas sabia que foi graças a Miguel que estavam todos bem. Por algum motivo não tão desconhecido, ele havia salvado a vida da garota e a de seus homens, mesmo sabendo que todos ali o queriam morto.

— Obrigada... — Camila murmurou para Miguel, ainda observando o corpo caído no chão. Se recusava a encarar o ex-namorado.

— Queria dizer que você faria o mesmo por mim... — O homem brincou, enfiando as mãos dentro do bolso dianteiro de sua calça. — Não é certo atacar pelas costas. — A frase trouxe um milhão de memórias a mente da garota, principalmente a de quando o casal havia decidido praticar defesa pessoal junto.

— Cala a boca. — Ela respondeu rude ao guardar a pistola na cintura. Não queria vomitar na frente de toda aquela gente com todas aquelas lembranças. — Achei que estivesse proibido de vir aqui.

— Sabe que ninguém manda em mim, além do mais preciso de uma desculpa para estar perto de... — Antes que Miguel pudesse completar, Thomas surgiu ao lado da garota, abraçando a sua cintura.

— Precisamos ir, babe... — Disse encarando o segundo homem como se ele fosse um verdadeiro inimigo, e talvez realmente era.

— Cara novo? — Miguel perguntou retirando as mãos de dentro do bolso da calça, encarando Holland da mesma forma.

— Não é da sua conta. — Camila novamente foi rude, abanando com a mão para que ele se afastasse. — Temos trabalho a fazer aqui, suma da minha frente.

— Boa sorte na Austrália. — Foi a última coisa que Miguel disse antes de sumir em meio à multidão.

— Austrália? — Thomas perguntou enquanto observava a garota virar para si.

— Era o único lugar onde não tínhamos muitas ligações... — Deu de ombros, notando Killer aparecer em meio à toda aquela gente em volta acompanhado de dois agentes.

— Camila?! — O homem disse abandonando a postura de ataque ao observar que a garota estava bem. — Dios mio, criança... — Puxou-a dos braços de Holland e a tomou para si em um abraço apertado. —Achei que tivesse acontecido o pior.

— Estou bem, estamos todos bem. — Camila retribuiu o ato, aconchegando-se no mais velho. — Miguel nos salvou.

— Miguel? O que tinha preguiça de arrumar o cabelo? — Killer se afastou alguns centímetros para ter certeza de que estava ouvindo direito.

— Esse mesmo, fiquei tão surpresa quanto você. — A garota se soltou do abraço, observando os valentões assustados com as mãos sobre a cabeça.

— Onde está Micael? — Perguntou preocupado com o filho.

— Está com Brasil cuidando dos valentões. — Camila respondeu apontado para Cael, que já auxiliava os agentes a colocarem todos os homens dentro da van.

— Vamos levar essas imbecis para o chefe e acabar logo com isso.

Logo os valentões, incluindo o falecido, estavam dentro da van. O carro que os quatro amigos foram para a terra, seria levado por um dos agentes que veio para ajudar Killer. Camila fez questão de estar dentro da van para que conseguisse ficar de olho em qualquer coisa que os valentões ainda vivos pudessem fazer, mas estes se mostravam tão amedrontados que não pareciam entender o que estava acontecendo ali dentro.

— Cams, precisamos levar informações a Fernando para que ele entenda a gravidade do que aconteceu na terra... — Brasil disse encarando friamente os quatro homens sentados no chão.

Lealdade (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora