Brasil coçava a testa usando a mão direita enquanto se ajeitava sobre o colchão macio da cama de Camila. A garota havia acabado de atualizá-lo sobre como estavam as coisas com Thomas Holland, focando-se especialmente sobre a tal "General" que o namorado chamou de May.
— O problema não é a garota, é ele querer tanto assim esconder as coisas da vida pessoal, Cams. — Anderson tentou argumentar. — Você só sabe o nome, sobrenome e talvez o dos pais dele, mas e quanto ao restante? Cor e comida favorita? Com quem ele vive? Onde? Você não sabe nada dessas coisas. Se deixaram levar pelo tesão e não pensaram no mínimo para se manter um relacionamento de verdade.
— Você tá exagerando... — A garota revirou os olhos, mesmo sabendo que talvez o amigo tivesse razão.
— Ah, estou? Por quanto tempo ele e a Leona foderam? — Perguntou observando-a atentamente, como se estivesse ansioso pela resposta.
— E eu lá preciso saber sobre essas coisas?! Puta que pariu, hein. — Camila foi rude ao responder, estava odiando perceber o quanto estava errada naquela conversa.
— Precisa, sua anta! Você precisa saber tudo sobre ele assim como ele tá descobrindo tudo sobre você. Caralho, Cams, voce quer foder com um desconhecido?
— Ele não é um desconhecido, é o Tom. Meu namorado.
— Se ele não é um desconhecido, me conta mais sobre a família dele. — Novamente Anderson a olhou atentamente, curioso com o que seria respondido.
— Vai se foder, Brasil. — A garota retrucou novamente sendo rude.
"Talvez ele esteja certo"
— Estou falando sério, Camila, você sabe muito bem que não pode confiar em alguém de olhos fechados como está confiando. — Sustentou o argumento tocando sutilmente o braço da amiga de forma confortadora. — Ninguém tem ideia de quem seja essa general com codinome May.
— EU CONVERSEI COM ELA! — Micael entrou gritando animado no quarto interrompendo a conversa enquanto exibia o telefone de tela acesa.
— Com quem? — Camila perguntou confusa tombando a cabeça para o lado. — Com a May?
— May? Quem é May? — Perguntou confuso digitando algo no celular e o guardando no bolso.
— Você conta com quem conversou e a gente te fala o que tá rolando. — Brasil sugeriu apontando para o lugar vago na cama. — É a garota da biblioteca, não é? Qual o nome dela?
— Amanda, ela se chama Amanda. — Respondeu empolgado, aconchegando no meio dos dois. — Ela cuida de uma garotinha de 9 anos, e é apaixonada por literatura.
— Meio lógico né, você a via na biblioteca. — Camila provocou debochando do amigo que pareceu nem sequer ouvir a provocação.
— Pelo menos ele tá conhecendo a garota de verdade. — Brasil afrontou, fazendo Camila revirar os olhos em resposta.
— Ela é super educada, simpática e me passou o número de telefone. Marcamos de sair na sexta-feira, para um cinema. — Micael estava incrivelmente empolgado, falando em uma velocidade acelerada demais. — Ela não quis que eu a pegasse em casa, mas vamos nos encontrar lá às 7. CARALHO, EU CONSEGUI!
— Finalmente, Cael, só não mate a garota de tédio. — Camila provocou novamente, mas desta vez em tom fraternal.
— Eu vou começar com uma piada, para quebrar o gelo e ela me achar engraçado. — Ponderou alisando o próprio queixo, como se quisesse arquitetar cada etapa daquele encontro.
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Lealdade (CONCLUÍDA)
AçãoQuando Camila Azablanca completou 10 anos, Germano, seu pai e o líder de todo um império mafioso, foi assassinado em uma missão. Desde então, a garota passou a receber treinamentos árduos para que seja a sucessora de tudo o que sua família havia con...