— Joong, nós já vamos indo — se levantou, jogando o moletom no ombro e arrumando os cabelos no espelho, chamando Jongho consigo — Temos que terminar um trabalho. Vocês ficam bem?
— Ficamos sim — acenou sorrindo — certo, Yunho? — Abraçou o amigo de lado e sorriu, vendo-o acenar também, junto com um sorriso pequeno.
— Tudo bem, até mais — Falou Jongho, puxando Seonghwa consigo — Pensa rápido, Joong — Jogou a chave em direção ao menor, que desviou rápido.
— Filho da puta! — Gritou quando a porta se fechou, ouvindo a risada dos dois ficando distante. Logo se virando ao maior, se jogando ao seu lado no sofá, suspirando cansado, vendo Yunho com a cabeça baixa, brincando com os dedinhos das mãos. — O que foi, meu amor? — Pôs as mãos no rosto do amigo, o fazendo olhar pra si.
— Hyung, posso dormir aqui? — Disse se virando e deitando o rosto no colo do amigo, enquanto o sentia mexer os dedinhos em seu cabelo, fazendo um carinho gostoso e calmante. Joong sempre fora muito carinhoso, e Yunho achava aquela uma das suas maiores qualidades, já que sempre foi muito mimado pelo menor. Na verdade, os dois ficavam na maior melação quando juntos.
— Claro, mas antes vai tomar um banho, dormir fedendo aqui na minha casa não! — Deu várias cutucadinhas no amigo com os indicadores, o vendo rir pelas cócegas repentinas, logo se levantando, sendo seguido pelo amigo até o banheiro — Fica aí que já já eu te trago roupas e uma toalha — Falou fechando a porta enquanto o via acenar com a cabeça.
☄️
— Hyung, onde eu ponho a toalha? — Chamou Joong, que estava na cozinha cortando algumas frutas, o vendo responder sem tirar os olhos do que fazia.
— Põe lá na varanda — Indicou com a mão
Yunho terminou de se arrumar para dormir e seguiu para a cozinha, pegando um copo de água na geladeira e se encostando na bancada, observando o amigo com uma expressão pensativa.
— Amanhã temos aula juntos né? — Se desencostou dali, lavando o copo e o pondo junto dos outros, se esgueirando por trás do menor e puxando um pedaço de maçã da tábua, ouvindo um "ei!" em protesto e levando um tapa na mão, rindo da situação. Hongjoong era pequeno e, por vezes, irritadinho demais, o que tornava tudo mais engraçado.
— Temos sim — Guardou tudo, se virando e batendo as mãos animadamente nos ombros do moreno — Vamos dormir? — sorriu para o maior, o vendo fazer o mesmo. Seguiram para o quarto e se aconchegaram na cama de casal do amigo.
Depois de um tempo sentindo Yunho bufando e se mexendo de um lado para o outro da cama, claramente inquieto, Hongjoong decidiu ceder e perguntar o que estava o incomodando tanto.
— O que foi? — Virou o corpo de lado e se apoiou no cotovelo.
— Você sabe a lenda do Akai ito? — Sentou na cama, puxando o cobertor consigo e o segurando nos pulsos, nervoso.
— Óbvio que sei, você nos contou zilhões de vezes, dã — bateu os dedos na testa.
— E qual é? — Olhou apreensivo para o menor, o vendo suspirar alto e se sentar na cama, os fazendo ficar frente a frente.
— Quando você nasce, uma linha invisível é amarrada no seu dedo e no do seu soulmate, essa linha nunca poderá ser quebrada, ela pode embolar, esticar ou até dar vários nós, mas nunca se quebrará.
— E? — simbolizou com as mãos para que continuasse.
— E o que?
— Tem os sintomas, lembra? — o viu fazer uma careta confusa, então tomou a frente — Você sente, as vezes fica aflito, inquieto ou até sente dores de cabeça, vai de pessoa para pessoa, mas os dois têm os mesmos sintomas, eles sempre vão ser iguais. Todos dizem que os sentimentos vem todos de uma vez, mas não é sempre assim. Sabe a marca? — olhou para o amigo, esperando seu sinal para continuar — Nem todos os soulmates tem. Essa marca é especial. Ela só aparece em pessoas que tem uma ligação muito forte, ou seja, é provável que em todas as vidas passadas, as almas se reencontraram. — Nesse momento Hongjoong já havia se arrumado na cama e olhava para Yunho com curiosidade e ansiedade — Você pode passar anos sendo amigo do seu soulmate, sentindo todos os sintomas e sabendo está "próximo" dele, mas sua marca só vai realmente aparecer quando os dois acreditarem piamente nisso, acreditarem que estão destinados.
— Puta merda. — Se jogou para trás na cama, abrindo os braços e apontando para o teto — Deus, se você não me der um soulmate a altura, eu vou me rebelar — Fez cara de bravo, ouvindo a risada de Yunho ao fundo.
— Para de besteira, garoto — O chutou de leve com o pé — É óbvio que você tem, é bom demais para não ter, quem iria perder uma graça dessas? — Estendeu as mãos para puxar o menor, que ria e concordava com a cabeça.
— Tá, tudo muito lindo, mas como é essa tal "marca" — fez aspas com os dedos — e como é que ela surge?
— Aí depende, pode ter qualquer forma, e ser de qualquer tamanho. Não sei muito sobre como ela surge, mas sei que você sente o local queimando antes dela aparecer, e que se parece com uma marca de nascença, ela fica um pouco mais escura que a sua pele, como uma mancha. Sabe a do Wooyoung? Aluno de dança.
— A do braço dele? — sinalizou em si mesmo onde estaria a mancha, vendo Yunho assentir.
— O San tem uma igual — Sorriu contente, ficava feliz em saber que os dois se encontraram e tinham uma ligação tão forte, mesmo nunca tendo nem falado com eles — Foda né?
— Muito! — Colocou as mãos no rosto, sorrindo animado, seria incrível um dia encontrar sua alma gêmea, imaginava ser um turbilhão de sentimentos bons — Tá bom, mas agora vamos dormir — Deu batidinhas no ombro do maior, o empurrando para deitar — Amanhã temos aula bem cedo, Senhor Astrólogo.
— Vamos, hyung — Se deitou de lado, puxando Hongjoong para perto, deixando um beijinho em seus cabelos — Boa noite.
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Do you believe in love? | Yungi
RomanceOnde Mingi, cético, jura não acreditar em almas gêmeas, até esbarrar em Yunho, o calouro de artes do bloco 7.