Capítulo 12

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— Ok, Sangie, então você não foi na festa ontem porquê a sua ex estava lá, a Sun-hee, certo? — Yeosang concordou, pela milésima vez.

— E o seu rolo de agora também, o... Seo! — gritou San, convicto de que dessa vez havia acertado, e Wooyoung ao seu lado sorrindo, também esperançoso.

— Não, eu não fico com o Seo a meses, San. Puta merda, vocês tem amnésia? — falou batendo a mão na testa e fingindo uma cara de indignação quando no fundo queria rir, era no mínimo engraçado os amigos nunca gravarem os nomes de deus ficantes. Não que Yeosang ficasse com muitas pessoas, é claro.

— Chega, eu desisto. — falou San, levantando as palmas das mãos em rendição, logo sendo abraçado de lado pelo namorado e recebendo de bom grado o carinho dado por ele.

— Desiste do que? — Mingi perguntou enquanto se sentava, pondo sua bandeja a frente.

— Do Yeosang, seu melhor amigo beija muitas pessoas, não dá pra acompanhar ele. — falou Wooyoung, vendo Yeosang sorrir e balançar os ombros, como quem dizia "O que eu posso fazer? É verdade mesmo"

— Ih, esse daí não tem salvação mais. Mas você está certo Yeo, tem mais é que beijar mesmo, quando morrermos quem vai beijar a gente é a minhoca... Que nojo — Estremeceu o corpo ao finalizar a fala, mostrando uma expressão de repulsa, fazendo todos a mesa rirem.

— Cara, você falou igualzinho a mãe do JinMyeong agora — Falou Yeosang, rindo.

— Nossa, lembra quando a gente foi na casa dele? — San falou, batendo as mãos na mesa enquanto ria, lembrando da noite da festa.

— Misericórdia, eu nunca senti tantas coisas ao mesmo tempo quanto senti naquele dia — Wooyoung disse, já rindo — Cara, a mãe dele chegou na festa e viu aquele monte de adolescente tendo o seu momento adulto, bebendo bebidas que provavelmente vieram da sala trancada dos pais dele e se esfregando pelos cantos da casa, e simplesmente disse "Garoto, me dá um copo dessa bebida roxa que você está bebendo, não quero lembrar disso amanhã" e subiu pro quarto.

— Foi a coisa mais inesperada que eu já vi, juro. Acho que até vence a vez que o Mingi foi expulso de sala por ter desenhado um pênis no trabalho. — Yeosang falou em meio as risadas, limpando as lágrimas que saíam pelos cantinhos de seus olhos e olhando pro amigo, que estava sério olhando para o outro canto do refeitório, mais do mundo da lua do que nunca. — Ei, Mingi? — Balançou as mãos na frente do maior, chamando sua atenção.

Wooyoung se esticou para o lado de Mingi para olhar no mesmo ângulo, tentando encontrar o motivo da distração do amigo, logo sorrindo quando encontrou a possível razão de tudo.

— Ele está olhando o Yunho — bateu no ombro do maior, dando sorrisinhos cúmplices com o restante dos amigos presentes à mesa, fazendo Mingi finalmente voltar sua atenção para eles, antes de se levantar rapidamente e correr para o corredor dos armários, acenando e dizendo:

— Já volto, preciso fazer uma coisa!

— Será que ele vai beijar o Yunho aqui mesmo? — Perguntou Yeosang.

— Claro que não, ele pode ser pra frente mas não é desrespeitoso. Pelo que ele nos disse, o Yunho é muito tímido. — Wooyoung.

— Hm... E será que ele gosta do Yunho? Tipo, gosta gosta. — San perguntou.

— Se gosta? Olha 'pra ele, qualquer um consegue responder isso. — Todos os três se viraram para onde o amigo havia ido, ele estava apoiado nos armários da esquerda, na frente de Yunho, sorrindo pequeno enquanto observava o maior falar sobre algo que os meninos não conseguiam ouvir, mas não precisavam ouvir a conversa para saber que o coração de Mingi batia forte no peito. Se gostava de Yunho? Ah, com certeza.

Mingi não sabia exatamente quando começou a sentir esse friozinho na barriga quando via o maior, só sabia que estava curtindo esse sentimento e que não iria mais se deixar levar pelo relacionamento passado. Yunho não se parecia em nada com seu ex, então, o que há de mau em tentar novamente?

— Então, eu estava pensando, sobre a próxima aula... — Mingi começou, meio incerto de como falar, ou melhor, convidar.

— O que? Você não quer mais? — Yunho disse, lançando um olhar triste para o garoto a sua frente, logo o vendo balançar as mãos desesperadamente em frente ao corpo em sinal de negação.

— Não, não, eu quero! Eu só... Queria te perguntar se a gente pode ir em outro lugar. É um parque, podemos sentar na grama e olhar as tartaruguinhas na água, acho que você vai gostar. — falou tudo muito rápido, abaixando a cabeça logo em seguida, brincando com os dedinhos numa tentativa falha de esconder a vermelhidão em seu rosto. Continuou olhando para seus pés quando percebeu estar no silêncio. Yunho não havia respondido, então levantou seu olhar, vendo o maior com um sorrisinho no rosto.

O Jeong não sabia o que dizer, estava surtando por dentro por pensar que Mingi era seu soulmate, mas sabia que devia soar o mais normal possível, então agiu como agiria sempre, brincando.— Está me chamando para um encontro? — Se inclinou para frente, sorrindo brincalhão.

— O que? Não! — Na verdade... Era sim. Mingi se afastou, fazendo Yunho sorrir ainda mais, o puxando pelos braços de volta para sua frente.

— Eu estou brincando, é óbvio que podemos. Te mando uma mensagem mais tarde então, tudo bem? Tenho que ir, estou atrasado, até. — Falou o maior, se virando enquanto sorria e acenava para Mingi, seguindo caminho para sua sala apressado. O menor continuava parado no mesmo lugar sorrindo nervosamente enquanto acenava de volta.

Quando Yunho deu a volta no corredor, automaticamente encostou seu corpo todo nos armários, suspirando e tendo sua mente trabalhando na mil por hora.

— Porra... — Estava confuso, o que poderia fazer? De certa forma estava se sentindo atraído por Mingi, mas não sabia se era por suspeitar que o menor era seu soulmate ou pelas razões naturais. Afinal, o Song era lindo, não podia negar. Os olhos castanhos quase se fechando quando sorria mostrando todos os dentes fazia o coração de Yunho bater mais forte, e o dentinho da frente mais pra baixo o diferenciava de todo mundo, o que era mais lindo e único ainda.
Mas tudo estava sendo muito novo para o Jeong, e com certeza mais novo ainda para o Song. Yunho sempre teve uma forte política de não se envolver com quem não acreditasse em suas crenças. Havia criado isso como uma barreira de defesa, usando a justificativa de que seria muito mais fácil cortar o mal pela raíz do que ir cultivando e se arrepender depois, e com Mingi não seria diferente.
Pela primeira vez na vida Yunho estava com uma vontade imensurável de ser egoísta, queria ensinar astrologia para Mingi e queria que ele acreditasse em tudo. Queria sentir a marca em sua pele e vê-la na do menor também. Se Mingi era seu soulmate ou não, não sabia ao certo, mas iria descobrir. E mal podia esperar para isso.

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