Capítulo 8

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— Vai lá! — Jongho sussurrou, empurrando Hongjoong. Os três estavam observando Yunho conversar sorridentemente com o garoto alto de cabelos verdes.

— Vai você! Porque eu?

— Você é o mais pra frente aqui — sussurrou Seonghwa, empurrando o ruivo com o cotovelo, que caiu de lado para fora do esconderijo deles.

— Traidores — se levantou, limpando a garganta e arrumando a mochila nos ombros. Recebendo um joinha dos dois, o incentivando a seguir. — Ahn, Yunho? — disse ao cutucar o ombro do amigo. — A gente já vai indo, tudo bem? Não queremos atrapalhar.

— Não estão atrapalhando — Mingi interviu, balançando exageradamente as mãos na frente do corpo e sorrindo — Não sabia que tinham mais pessoas aqui. Eu posso voltar depois.

— Não! — Seonghwa gritou, vindo rápido fazer companhia ao ruivo, juntamente com Jongho — Não precisa, a gente já estava indo, não é Jongho? — Puxou o menor pela manga do moletom.

— Claro, hyung! — sorriu amarelo para Yunho.

— Ah, vamos todos então, vou fechar a rádio — se levantou junto de Mingi, que ainda estava confuso sobre de onde os três haviam saído, mas sorria. — Mingi, quer companhia 'pra casa? A gente pode conversar mais.

— Claro — sorriu.

Yunho juntou tudo o que precisava o mais rápido possível. Não queria que Os Três Mosqueteiros começassem a interrogar Mingi sobre absolutamente tudo na sua vida.

— Vamos? — sorriu enquanto passava a alça da mochila pelo pescoço. Abrindo a porta e dando espaço para que todos passassem.

— Yunho, vou carregar os meninos e fazer a janta, mais tarde eu levo na sua casa, tudo bem?

— Claro, hyung. Obrigado. — sorriu, já se virando e seguindo caminho com Mingi, que também sorria.

Nossos dormitórios, o meu e o de Hongjoong — até certo ponto — eram próximos, então o caminho era o mesmo. O que resultou nos três caminhando silenciosamente atrás de nós, mantendo uma distância segura de 10 metros para não serem percebidos. Bobos.

Perto do final do terreno da universidade, olhei para trás, para onde os três nos observavam com olhares curiosos e sorridentes. Balancei uma mão atrás do corpo, enxotando eles silenciosamente. Mingi não viu, graças a Deus.

— Então, Song Mingi, qual é a sua história? — falei divertidamente, o empurrando levemente com o ombro.

— Ahn... — sorriu amarelo, passando a mão na nuca. — Eu não tenho uma história. Eu acho.

— Todo mundo tem uma história.

— Tá bom, eu... Eu não sei. Gosto de dançar, detesto rosas e já vi absolutamente todos os filmes do Silvester Stalone.

Todos? — arregalei os olhos.

— Todos. Por que está tão surpreso? — riu.

— Não estou surpreso — pigarreei. — É que são muitos filmes.

— Digamos que eu tive bastante tempo. Minha vez — Segurou meu braço, nos parando e me lançando um olhar sério. — Vai ser muito pessoal, então pode se sentir a vontade para não responder.

Me preparei mentalmente para perguntas do tipo "pra qual lado você torce?", "você dorme com roupa ou sem?" ou "por que diabos você sempre usa esse tênis surrado se trabalha e claramente tem dinheiro pra comprar, pelo menos, um all star clássico novo?"

— Se você pudesse escolher uma cor para usar pro resto da sua vida, qual seria?

Ok. Eu não estava esperando por isso.

— Cacete, você me assustou — bati no braço, soltando todo o ar que, até então, não reparei estar prendendo, o fazendo rir. — E eu não sei, não tenho preferência por nenhuma. Mas, eu sei que odeio roxo.

— Todos os roxos?

— Existe outro roxo? — agarrei a haste da placa logo a nossa frente e girei o corpo, parando de frente para ele.

Obviamente eu sabia da existência de outros tons de roxo e suas eternas variações horrendas, mas realmente odeio todas então não fazia sentido falar qual eu odiava mais.

— Claro que sim. Exemplo — se apoiou na placa, fazendo o número um com o dedo indicador. — O roxo do Sully é lindo, já o roxo da Sally* é muito estranho. — Me chamou para perto, como se fosse contar um segredo. Nos fazendo rir. — Na verdade, é bem morto o roxo dela.

Me aproximei mais, curvando as mãos ao redor da boca em concha — Eu acho que ela realmente está morta. — Rimos. Eu me afastei, voltando a andar ao lado dele.

— Mas acho que entendi. Então, eu usaria para sempre o vermelho do vestido da Rainha de Copas, de Alice no País das Maravilhas.

— Cortem-lhe a cabeça! — disse rindo. — Mentira. Esse vermelho é lindo, eu também o escolheria. Pode continuar com a cabeça.

— Obrigado, é muito importante para mim continuar com ela grudada no pescoço — fiz uma falsa reverência enquanto ríamos. — Bom... É aqui. — parei, ficando em frente ao menor quando chegamos a portaria do prédio de artes — Nos vemos amanhã, meu mais novo aluno?

— Claro, professor. Só não garanto que vou gostar da sua matéria — fez uma expressão sofrida e um sinal negativo com a mão.

— Garanto que vai. E caso não goste, pelo menos a comida do Hongjoong é ótima, e ele sempre traz pra cá — disse me virando e acenando sorridentemente. — Xau, Mingi.

— Xau, Yunho, até a floricultura. — sorriu.

— Até.

Sally* é uma personagem do filme O estranho mundo de Jack, ela é uma "boneca" cheia de costuras pelo corpo.

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