Capítulo 29 - Final.

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Mingi abriu a porta, olhando para Yunho com uma expressão indescritível, mas que o moreno sabia significar "para de deixar a merda da porta destrancada", então passou silenciosamente por debaixo do braço do Song, sorrindo travesso, como uma criança que fez o que o pai avisou 38 vezes para não fazer.

Yunho colocou as coisas em cima da mesa e rumou para o quarto enquanto cantarolava, procurando uma das mudas de roupa de Mingi para que pudessem tomar banho e, finalmente, abrir o presente e sentar para ver filme e comer os Pockys.

Yunho estava ansioso pelos Pockys.

Colocou as roupas do Song no banheiro e no caminho de volta para a sala teve que prometer mais uma vez que só abriria o presente depois que os dois tivessem de banho tomado.

Mingi sempre perdia no pedra papel e tesoura para decidir a ordem do banho, então na última vez que jogaram ele resolveu dizer algumas palavras mágicas para Yunho, que resultaram em ações e barulhos mais mágicos ainda. As vezes para um casal as coisas funcionavam na base da chantagem sexual, e dava certo. Então, Mingi tomava banho antes.

— Que sexy — comentou quando Mingi saiu do banheiro com o pijama de frio azul que Yunho havia lhe dado, que vergonhosamente tinham dinossauros por todo ele.

— Calado — retrucou, inabalado, dobrando as peças de roupa sujas que estavam em seus braços. — Você que me deu.

— Eu sei, você fica pequenininho assim, mesmo sendo grande. — Yunho comentou inocentemente.

Nós dois sabemos que isso é verdade, pensou.

— Vai logo tomar seu banho — disse rindo, ignorando completamente seu subconsciente.

Mingi parecia calmo por fora, mas era a personificação de confusão, baderna e gritos internos bem lá no fundo. Se qualquer pessoa olhasse fixamente nos olhos dele agora, poderia ver as faíscas das chamas de surto interno pelas orbes escuras dele.

Como caralhos ele pediria Jeong Yunho em namoro? O Yunho que quando lhe conheceu, estava literalmente de joelhos o implorando para participar de um projeto de faculdade, o Yunho que adora morango, mas só come se estiverem cortados porquê sente agonia das folhas; o Yunho que enche o peito pra dizer que, se quiser, aguenta 4 dias inteiros acordado, mas que dorme a noite nos primeiros trinta minutos do filme. O Yunho que surpreendentemente fica lindo sentindo prazer, tipo? Isso não é justo! Qualquer pessoa minimamente humana deveria ficar estranha durante o sexo, mas os fios castanhos molhados colados na testa e os lábios inchadinhos eram um charme do inferno que Mingi ansiava por ver por tempo indeterminado.

— Posso abrir agora? — Mingi foi tirado de seu transe por Yunho lhe abraçando por trás perguntando sobre o presente.

Mingi concordou enquanto sorria nervosamente.

Ele vai abrir o presente. Jeong Yunho vai abrir o presente que contém a letra da fucking música mais importante que ele já havia escrito.

Yunho carregou o quadro embalado para o chão da sala, se sentando confortavelmente no tapete fofinho, apoiando as costas no sofá e sorrindo novamente para Mingi, já desembalando o presente.

Era fofa a maneira como Yunho tinha um extremo cuidado com tudo. Ele desembrulhou sem rasgar nem um centímetro sequer do papel e o pôs dobrado em cima da mesinha de centro, junto com a fita que o estava segurando.

Estava agora tateando o quadro inteiro, alternando o olhar entre Mingi — que se mantia estático ao lado da mesa de jantar — e o objeto em suas mãos. O segurava com o maior cuidado, passando a ponta dos dedos pelo vidro e pela moldura fina e simples.

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