Prólogo

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Mingi acordou ouvindo vozes distantes, provavelmente vindas da sala mas, porra, era segunda de manhã, quem estaria em sua casa as 07:45 da manhã? 08:00 horas eles tinham aula.

Se levantou meio sonolento e foi — tropeçando em seus próprios pés, por causa do sono — em direção ao banheiro do corredor, enquanto ouvia a conversa alheia.

— Eu to falando sério, ele achou mesmo — San gesticulava muito, estava ansioso.

— Como você sabe, cara? Ele te disse? — Yeosang retrucou calmamente e Mingi riu enquanto escovava os dentes, adorava o jeito ácido do amigo.

Yeosang sempre fora desse jeito, era até engraçado perceber que mesmo tendo crescido tanto, o amigo continuava com as mesmas características de quando era apenas uma criança.

— A gente sente né Yeosang — Wooyoung começou. — Eu senti o mesmo com o San.

Buscou pela bochecha do namorado quando ouviu um murmúrio fofo vindo dele, deixando um beijinho casto ali.

— De novo isso? — Mingi entrou no cômodo, passando direto pelos três ali presentes e indo até a cozinha, procurando por algo para comer.

— Quem achou o "soulmate" agora? Você? — Disse fazendo aspas com os dedos e vendo seus amigos lhe lançarem o mesmo olhar de desgosto de sempre.

— Jisung — disse Yeosang, pegando sua mochila e se levantando para sair. — A aula já vai começar, tranquem tudo quando saírem.

Yeosang bateu com força atrás de si quando saiu, sem se importar com o barulho que faria no corredor deles.

— Por que você sempre faz isso? Sabe que ele fica irritado — falou San, sem dar muita importância, isso sempre acabava acontecendo entre eles alguma hora.

Se levantou do sofá, puxando Wooyoung consigo e pegando seus respectivos materiais.

— Nem todos acreditam — retrucou a fala do amigo, seguindo para o quarto — E ele está sempre irritado.

Entrou no quarto e se recostou na porta, esperando pelo barulho que confirmaria que seus amigos já haviam saído de seu dormitório, o deixando sozinho, e só então se permitiu cair em pensamentos que só apareciam quando estava ali, perdido em si mesmo.

Sabia que Yeosang tinha suas crenças e essa era uma delas, e sabia também que ele era o único que lembrava do que tinha acontecido consigo.

Mingi já acreditou nisso tudo, em toda essa baboseira de almas gêmeas, acreditou tanto que quando se decepcionou acabou por criar um mecanismo de defesa tão forte que o fez desacreditar em tudo que não pudesse ver ou tocar.

E Yeosang entendia o lado do amigo, só não aceitava o fato dele não querer tentar mais, não queria que apenas por um homem que não soube o valorizar, o amigo parasse de crer em tudo, achava isso tudo um puta de um erro, e, apesar de não querer, sabia que ele não seria a pessoa que o faria acreditar, mas que acharia alguém, ah, isso ele acharia.

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