Capítulo 5

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— Ah, para com isso, não vai ser tão difícil assim, e além do mais, é extracurricular — Dizia Hongjoong, arrumando seus livros e jogando sua mochila nos ombros. Finalmente as aulas de hoje haviam acabado.

— Você diz isso porquê conhece quase todos os alunos dessa universidade — Me levantei quando soou o sinal, socando todos os livros na mochila lateral enquanto ouvia Hongjoong tagarelar alegremente sobre como seria legal colaborar com outras turmas e (Não. Definitivamente, não.) quase esbarrei na diretora Dan-i.

— Yunho! Você! — Segurou meus ombros com ambas as mãos enquanto me olhava com um sorriso enorme.

— Acho que sim — Respondi enquanto ainda era balançado pelo corpo menor da mulher.

— Vem comigo — se virou e foi caminhando para a coordenação sem conferir se eu a estava seguindo. (Eu estava, é claro).

— Pode ir, mais tarde eu passo lá — Hongjoong acenou e seguiu caminho.

Apressei o passo para alcançar a diretora, que me esperava na porta de sua sala, sorrindo. Aparentemente havia mais pessoas ali. Entrei no cubículo (que a cada mês parecia menor) e vi a professora Seojun apoiada na ponta da mesa com os braços cruzados abaixo do peito com uma expressão pensativa, observando alguém.

O menino que eu esbarrei essa semana. Era ele!

Cumprimentei rapidamente a professora e me sentei logo ao lado dele, na cadeira vaga, sentindo uma tonteira repentina, mas a ignorando. Provavelmente era porque eu não havia comido nada hoje ainda. Com certeza era isso.

— Bom. — Se dirigiu a mim, dividindo seu olhar entre nós dois — Yunho, você já está sabendo sobre o trabalho conjunto, não está? — Assenti — Então, vocês dois estão aqui justamente por causa das duas habilidades excepcionais em arte. No caso, arte e música. — Apontou para nós dois — Óbvio, Yunho, existem outros alunos de artes que eu poderia chamar, mas acho que para o assunto você seria perfeito — Sorriu.

Levantei meu dedo, pedindo por um local de fala — Desculpa, mas, qual é o assunto?

— Astrologia e Astronomia.

O garoto se afundou na cadeira, colocando ambas as mãos na testa e respirando fundo. Estranhei, mas não disse nada, afinal, eu não o conhecia ainda. E estava tonto demais para lidar com o mau humor de um estranho.

— Quando a professora Seojun conversou comigo sobre este trabalho, ela me disse do que se tratava e eu não consegui pensar em alguma outra dupla melhor do que...

— Não — disse o garoto, interrompendo a diretora.

— Desculpe, mas... como assim "não"?

— Não — repetiu, como se só aquela palavra bastasse.

— Eu não entendo... — comentou a diretora, claramente perdida, qualquer um haveria aceito.

— Não acredito em astrologia. Fico feliz que você queira me ajudar na música, mesmo, mas não.

— Olha, Mingi — Seojun se virou para ele, se sentando na mesa e tentando relaxar a postura — Você faz música, se for ficar o tempo todo na sua zona de conforto, não vai a lugar algum.

— Com todo respeito, Srta. Kang, mas esse trabalho é extracurricular, não vou ganhar nada fazendo, e são só palavras de algum "super sensitivo" por aí — fez aspas com os dedos — Elas não valem nada.

Pegou sua mochila, se curvando rapidamente e saindo sem falar mais nada. Deixando eu, a Sra. Dan-i e a Srta. Kang com expressões surpresas, incrédulas e decepcionadas, nessa ordem.

Juro que fiquei parado na mesma posição desde que entrei, tão surpreso que demorei uns bons 30 segundos para reparar que estava bravo.

— Podemos conversar amanhã? — Levantei arrumando minhas coisas rápido. Ele ainda deve estar perto.

— Sim... Claro, pode ir, obrigada.

Corri para o pátio central, olhando todos os lados e gritando quando finalmente o encontrei.

— Oi!

Ele parou e olhou em volta, e quando finalmente me achou ali, balançando o braço, fixou o olhar em mim rapidamente e voltou a andar.

Apressei o passo e quando finalmente cheguei perto o suficiente, segurei em seu braço, sentindo um outro choque fraco. Aparentemente, ele também havia reparado, pois levou a mão ao local por reflexo, e então me encarou.

"Ok. Que porra está acontecendo com o meu corpo? Ignora Yunho, esse não é o foco agora".

— Por que fez aquilo? — Disse enquanto continuava abaixado com as mãos nos joelhos, recuperando a respiração.

— Não acredito naquilo, fazer uma música e cantar ela para centenas de pessoas sendo que eu nem acredito no que escrevi é idiotice demais até pra mim.

— Bom...

— Bom o que?

— Não sei... — passei a mão na nuca, envergonhado — Não pensei que teria que te convencer. Não sei muito bem o que dizer agora.

— Olha, sem querer ser grosso. Mesmo. Você parece um garoto legal, mas eu estou com uma dor de cabeça do caralho desde que aquela "reunião" começou, então... Não sei — balançou as mãos na frente do corpo — Vou pensar nisso tudo. Você parece bem animado com o assunto. Depois a gente conversa, falou? — Fez um joinha com a mão, já se virando.

— Tudo bem, obrigado. — disse sorrindo.

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