Capítulo 19

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POV: YUNHO

Não sei em qual momento exatamente eu comecei a cogitar o fato de Mingi ser a minha alma gêmea, mas estava acontecendo e isto estava me proporcionando incríveis dores de cabeça.

Tipo, porra? Por 20 anos da minha vida eu acreditei piamente que não havia ninguém destinado a mim neste mundo e lá pros 17 passei a apenas aceitar esse fato e viver a vida sem olhos românticos.

Não que eu tenha abdicado de todas as minhas vontades biológicas que me fazem querer colocar a minha boca em lugares que normalmente eu não colocaria. Já fiz muita besteira sim, principalmente na época de adolescente cheio daqueles hormônios ridículos incrivelmente ativos a todo momento. Mas agora eu só... não sentia vontade, então não era exatamente um problema.

Até ele chegar.

Song Mingi chegou com o seu cabelo verde azulado, seus coturnos surrados e seus olhinhos que se fechavam quando sorria. Ele chegou e bagunçou toda a porra do meu mundo.

Não sei bem quando comecei a pensar que ele poderia ser quem eu tanto esperei. Não sei se foi quando eu comecei a sentir tonteiras repentinas ou quando ele veio à minha casa pela primeira vez e me disse já ter visto meu quadro em algum lugar antes, sendo que era um quadro autoral, e eu nem tinha terminado de pintar. Ou quando, aqui na faculdade, nós nos beijamos.

Nós nos beijamos e tudo pareceu tão... Certo? As mãos dele me apertavam como se a qualquer momento eu fosse fugir e isso só me deixava mais afoito e com mais vontade de continuar ali, puxando aqueles cabelos verdes com meus dedos e rebolando contra o quadril dele, que — graças a deus — ele sempre fazia questão de pressionar mais e mais, e eu estava uma bagunça.

Eu sou uma bagunça.

— Inferno. Para de pensar nisso! — Digo a mim mesmo, andando em direção à casa do Hongjoong a passos lentos, quanto mais tempo tivesse para pensar no que aconteceu, melhor.

— Boa tarde, Yunho. Dormitório do Hongjoong? — Perguntou o Sr. Geunsoo, o porteiro sempre muito gentil do primeiro prédio de música.

— Boa tarde, Soo. Sim. — Respondi sorrindo quando ele me deu passagem para subir. — Bom trabalho!

Do corredor eu já podia ouvir as risadas dos meninos vindo do dormitório. Hongjoong disse mais cedo que eles iriam lá beber um pouco; estamos numa quinta feira, mas sexta é feriado então era, tecnicamente, véspera de final de semana, e eu queria muito, muito mesmo, beber hoje.

Abri a porta devagar e joguei minha mochila na mesa, recebendo sorrisos e aplausos dos meninos já claramente bêbados sentados no chão, me chamando para se juntar a eles.

— Grande Jeong Yunho, tudo bem amigo? — Cumprimentou Seonghwa entre soluços e umas arrastadas de voz típicas do Seonghwa bêbado, que cá pra nós, era o que eu mais gostava.

Ele ficava sincero até demais, e eu gostava de ouvir sobre todas as noitadas cheias de beijos e sexo com pessoas desconhecidas.

— Mais do que bem. — Me sentei ao lado de Hongjoong, recebendo uma latinha de cerveja nova e um sorriso cúmplice.

— Hmm, porque em? — Perguntou, esbarrando o ombro em Jongho e fazendo barulhos sugestivos. — Estava beijando na boca?

Olhei para Hongjoong, assustado, e o vi negar com a cabeça, mexendo os ombros em negativa, em um sinal claro de eu não sei do que eles estão falando, eu não contei, juro.

— Quem dera, só estava pintando. Consegui terminar o quadro da flor. Mas qual é o motivo da bebedeira hoje? É quinta. — Perguntei, abrindo minha latinha de cerveja.

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