Capítulo 11

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— Hyung? — Yunho deu pequenas batidinhas na porta, esperando por uma resposta, quando não ouviu nada, bateu novamente os dedos na porta antiga — Hongjoong Hyung, está em casa? — chamou, logo ouvindo passos e o barulho característico da fechadura sendo destrancada, revelando um ruivinho com os cabelos rebeldes, resmungando frases inaudíveis, emburrado por provavelmente ter sido acordado repentinamente.

— Que porra— Ah, Yunho, é você. O que foi, meu amor? Teve outro sonho daqueles? — Se acalmou instantaneamente ao ver o melhor amigo negar com a cabeça, o dando espaço suficiente para que adentrasse a casa.

— Hyung, eu... Ah, os meninos estão aqui ainda — Falou baixinho, dando um meio sorriso e coçando a nuca, envergonhado e incerto se deveria contar logo para todos os meninos o que achava sobre Mingi, ou se esperava até que fossem embora e confidenciasse essa informação apenas ao melhor amigo.

— Yunho, está tudo bem? Tá sentindo alguma coisa? — O menor ficou nas pontas dos pés, apoiando a palma da mão na testa do Jeong, checando se este estava com febre ou algo do tipo. Logo o vendo sorrir baixinho e segurar as mãos do amigo.

— Hyung, não é nada disso. Eu só... queria conversar — olhou para os pés, escondendo a vermelhidão do rosto.

Mesmo sendo melhores amigos, Yunho nunca foi lá essas coisas quando se tratava de sentimentos. Não que tenha vergonha de conversar com seu hyung. Nunca. Mas não sabia como se expressar, nem muito menos como contar a Hongjoong que ele achava que Mingi era seu soulmate.
Não sabia ao certo, porque, afinal de contas, passou sua vida inteira tendo a certeza de que não tinha uma alma gêmea. Uns dias de dúvida não substituem quase 20 anos assim do nada

— Desculpa não ter atendido de primeira. Você disse que estaria com Mingi hoje, então chamei os meninos pra ver um filme, mas eles dormiram! Olha. — o menor disse rindo, fazendo com que Yunho percebesse como os dois estavam deitados. Jongho e Seonghwa estavam embolados no sofá, Choi com os braços e pernas jogados por cima do maior, provavelmente nem imaginavam que estavam a milímetros do rosto um do outro.

— Quando eles perceberem a posição que estão vai ser a maior gritaria — Disse o maior, fazendo os dois soltarem risadas gostosas e se apressarem para tapar a boca um do outro ao verem os dois dorminhocos se mexendo, dando sinais de que logo acordariam.

— Mas então, meu amor. O que era? — falou baixinho, começando uma conversa em sussurros, para que não acordasse os dois. Passou a mão que estava na boca de Yunho para os cabelos, fazendo uma massagem pequena ali.

— Não sei muito bem. Na verdade, não sei de nada! Eu estou totalmente confuso. — Resmungou a frase toda muito rápido, se jogando na banqueta atrás de si, onde ficava exatamente da altura do menor, fechando os olhos e sentindo o carinho que ainda era depositado em seus fios.

— Como assim? Confuso com o que exatamente?

— Lembra daquela cachoeira pra onde eu sempre "vou" quando estou cansado? — Abaixou o olhar para o colo, brincando com os dedinhos.

— A cachoeira amarela?

— Sim.

— O que tem ela?

— Aparentemente, Mingi teve o mesmo sonho.

— O que? — Hongjoong levantou a cabeça de Jeong num impulso, o fazendo olhar em seus olhos — Yunho, isso... Você... Caralho!

— Calma, pode não ser nada.

— Como assim "pode não ser nada"? Jeong Yunho, você é idiota?

— Nós podemos apenas ter idealizado o mesmo lugar dos sonhos. Isso acontece, sabia?

— Nem você acredita no que está falando.

Yunho riu. Realmente não acreditava muito no que dizia. Não havia como pessoas que se conheceram a tão pouco tempo terem pensamentos tão parecidos assim, mas era melhor acreditar nisso do que se iludir imaginando que finalmente teria encontrado seu soulmate assim do nada.

— Vem, vamos sentar lá na cama. Mais tarde eu expulso os dois e a gente dorme. Vai querer ficar aqui né? — Puxou o Jeong calmamente pela mão enquanto fazia a típica dancinha da felicidade que o maior conhecia tão bem, mexendo os dedinhos indicadores de um lado para o outro enquanto rebolava animadamente.

— Você sabe que sim — sorriu.

— Vai indo para lá enquanto eu faço um leite quente, já estou indo.

Yunho assentiu e seguiu para o quarto do ruivo.

— Devagar Hongjoong, calma! — Disse o Kim, enquanto tentava se equilibrar entre carregar dois copos cheios de leite quente e se arrastar pela porta do quarto, observando um Jeong todo embrulhado nos edredons da cama, tão enroladinho que quem olhava assim nem imaginava que o moreno estava quase nos 1.90. Hongjoong conseguiu chegar com os copos cheios na cama, entregando um ao amigo enquanto se sentava a sua frente.

— Bom, já expulsei o Tico e o Teco. Você ouviu um barulho? — Yunho negou com a cabeça — Jongho empurrou Seonghwa do sofá quando percebeu que eles estavam abraçadinhos, quase se beijando— Riu. — Então, voltando, quer dizer que ele idealizou o mesmo local de escape que você. Yunho, você sabe que esse é um dos sinais mais claros né.

— Sei, Hyung, mas... É difícil — bebericou sua bebida quentinha, se encolhendo mais ainda entre os edredons, sentindo a onda de calor se espalhar, o deixando o mais confortável possível — Eu passei a vida toda tendo a certeza de que não acharia ninguém 100% compatível. Você conhece toda a história né, se toda a minha geração não teve um soulmate, então, por tabela, eu também não tenho.

— Toda regra tem uma exceção. Talvez seja você.

— Não sei não, Hyung...

— Aish... Desde quando você ficou tão pessimista?

— Não estou sendo pessimista! Já disse, são só crenças — Levantou um dedo, agindo exatamente como uma criança quando é contrariada.

— "São só crenças" — Disse o ruivo, claramente fazendo deboche com o maior, o puxando rapidamente para o meio de suas pernas, o fazendo cosquinhas enquanto ria dizendo "são só crenças" repetidas vezes, vendo o maior se encolher e tentar se desvencilhar das mãos de seu hyung — Tudo bem, vamos dormir, pirralho, antes que eu te bata com essa tal de crença. Fulana chata. — Deu um tapinha leve na testa do moreno, sinalizando que a brincadeira havia acabado. Se virou e colocou os copos no criado-mudo ao seu lado, logo voltando a cama e se ajeitando o melhor possível ali.

— Boa noite, hyung — o maior se inclinou e abraçou o Kim, o ouvindo responder com um murmúrio, mas não se incomodando com aquilo — Não se canse tanto assim, você já é ótimo. — Hongjoong deveria estar cansado, ele se esforça demais para continuar com sua bolsa integral, então não o acordaria mais, apenas ficou ali deitado, "curtindo" a companhia do melhor amigo.

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