Capítulo XII

28 2 2
                                    

Notas iniciais:

Esclarecendo a dúvida de uma leitora em relação ao capítulo anterior:
Lúcia não teve nenhum sintoma em relação aos ovários policísticos dela porque estava no início ainda e só foi descoberto por causa do desmaio dela pós perseguição, que Charlie fez questão dela fazer todos os exames para ver se estava tudo bem.

******

"Mas acontece que
nem tudo está sob o
nosso controle".
(D.L)

******


POV. Charlie

Ela, com certeza, é uma das pessoas mais fortes que eu conheço. Fico até com pena de apenas ter desejos sexuais com a mesma. Talvez, se eu a tivesse conhecido antes de Alexia, tudo poderia ser diferente.

Para Charlie, está falando que nem uma mulherzinha desse jeito. Se Marcos Martinelli me ouvisse agora tenho a mais absoluta certeza de que ele estaria decepcionado comigo, pois, para ele, mulheres não passam de "depósito de esperma para a procriação da espécie Martinelli", e, da forma que ele falava era como se tivéssemos voltado há época do nazismo e estávamos conversando com o próprio Hittler a respeito da raça Ariana, da qual ele julgava ser superior às demais, a diferença era que para Hittler a raça superior eram os Alemães e para Marco Martinelli essa raça superior eram os homens, e, de preferência os da sua família.

Por muito tempo eu pensei da mesma forma que ele, e só tratava diferente a minha mãe, até porquê, dona Louise pode ser muito rude e agressiva quando não fazem o que ela quer ou quando fazem o que ela não gosta. Foi aí que Alexia Gonzalez entrou na minha vida. Ela, depois da minha mãe, era a rainha do meu tráfico e da minha casa, nós tínhamos uma química muito forte, transaríamos o dia todo se deixassem, e em ação nós éramos perfeitos, um dava suporte ao outro, um auxiliava o outro, e planejávamos os melhores assaltos de todo o mundo, era como se ela tivesse sido criada para o tráfico também, pois sua mente em ação era incrível. Mas aí, ela fez o que fez.

Depois que ela foi embora eu precisei me adaptar, mudei algumas senhas de acesso, mudei meu estilo de ataque e aumentei o meu nível de tortura, pois precisava descontar a raiva que eu tinha dela e de mim mesmo por não ter escutado o meu pai e ter sido feito de trouxa por uma mulher. Eu jurei que nunca mais me deixaria ser dominado por uma buceta em toda a minha vida.

Fiquei discutindo com os rapazes e o chefe da segurança a respeito do assalto ao banco que ocorreria daqui a quatro dias.

Após algumas horas no escritório com os mesmos eu saí de lá e fui atrás da minha mãe.

- Ela já saiu do quarto? - perguntei.

- Não, e estou preocupada de que ela acabe entrando em depressão Charlie - disse-me suspirando.

-Eu sei, eu também não quero ter que lidar com uma pessoa depressiva da qual me dará trabalho em não deixar que a mesma se mate ou coisas do tipo, sem falar em mais despesas médicas e um monte de baboseira- falei indiferente.

- Você não pode ter empatia por alguém não? Já disse a você que dentro de casa você é o meu menininho, não o troglodita de fora de casa.

- Sou um menininho que já faz outros menininhos não é dona Louise? E outra, eu não posso ser um cuzão dentro de casa só porque a senhora quer que eu me finja de indefeso e pareça um marica. Eu preciso mostrar a todos os meus funcionários que eu sou o fodão da rua em casa também. A senhora mesmo viu quanto tempo e o que eu precisei fazer para que todos voltassem a me respeitar depois que aquela vadia me deixou.

- Filho, nem todos são Alexia Gonzalez. No fundo você sabe que Lúcia Bianchi jamais fará algo parecido como o que ela fez, pois ela tem o coração puro, tá certo que para uma freira ela é bem inteligente e durona, mas ela ainda é pura. Por isso o quero longe da cama dela, um banho de sangue poderia acontecer caso isso ocorresse e... - a interrompo.

- Como assim um banho de sangue poderia acontecer se eu me envolvesse com ela? - pergunto irritado.

- Merda - sussurra.

- Desembucha Louise - digo perdendo a paciência.

- A Lúcia é filha do Luigi. Mas ela não sabe de nada, nem ele sabe que ela está viva, a mãe dela disse a ele que a perdeu sem querer, porque ele não ia abrir mão dela, muito menos Amélia abriria mão da filha.

- E por quê diabos a senhora não me disse isso antes?

- Porque ela não sabe de nada Charlie, nem ele. A mãe dela não queria que ela tivesse contato nenhum com ele ou com a vida que ele leva. Luigi não tá nem aí para ela. Não sei como você não descobriu isso antes já que o sobrenome não nega.

- Eu não queria acreditar que ela era filha dele, até porquê nem tem como, ele morava na Itália até dois anos atrás, então, como ela é filha daquele filho da puta?

- Vou te explicar tudo, mas você vai prometer que não fará nada com ela. Me promete? - perguntou e eu assenti. Então sente aqui - disse apontando para um banquinho na cozinha.

Minha mãe me contou toda a história de amor da mãe de Lúcia com aquele filho da puta e eu não conseguia ficar com raiva dela, por mais que minha mente me alertasse sobre os perigos o tempo todo.

- Eu quero que a senhora a convença a mudar o sobrenome dela depois, não quero correr o risco de nenhum dos dois descobrirem sobre isso.

- Filho, eu não tenho como garantir que ela não saiba, porque a mãe dela deixou uma carta e eu não sei o teor da mesma.

- Porra Louise, por que diabos a senhora não abriu a porra da carta para descobrir que merda a mãe dela deixou para a mesma e garantir que ela não estragasse a minha "empresa"?

- Porque isso seria invasão de privacidade.

- Como se a senhora nunca tivesse feito isso. Bom, vou ver se derrubo algum copo com água em cima da carta ou se taco fogo no quarto dela e digo que ela esqueceu algo na tomada ou coloco a culpa em algum empregado, sei lá, apenas consertar a merda que a senhora fez - disse furioso.

Fui ao meu quarto, tomei um banho para relaxar, vesti uma roupa qualquer e liguei para Lúcia.


******


Notas finais:

Obrigada por lerem.

Amo vocês 😘❤

I'm not HolyOnde histórias criam vida. Descubra agora