Notas iniciais:
Foi aquele beijo,
foi aquele beijo
Aí meu Deus do céu
o que foi aquele beijo?
(Aquele beijo - Turma do Pagode).******
POV. Charlie
Saímos do galpão e umas três quadras depois percebi que havia um carro nos seguindo.
- Qual o lugar mais próximo daqui para nos protegermos? - pergunto irritadíssimo.
- A sua casa chefe - me respondem.
- Jura que tem que ser realmente lá? Justo lá? E colocar a minha mãe e a freirinha em perigo para depois dona Louise vir me falar merda?
- Infelizmente sim Charlie.
- Certo.
Bato no volante umas três vezes irritado com tudo isso, xinguei tudo quanto é nome em todos os idiomas possíveis. Não é possível que eu vou estragar tudo antes mesmo de eu ter usufruído do corpo da nossa nova hóspede.
Atravesso os portões da mansão mais rápido que um relâmpago e me deparo com Lúcia na piscina e minha mãe na borda conversando, mas se assustam assim que nos viram atravessar contudo.
- Saiam da piscina imediatamente. Código 10 - falei entrando, mas percebendo a confusão que estava na mente de Lúcia.
Não prestei atenção em mais nada, apenas entrei e fui ao meu escritório pegar mais armas em um dos meus compartimentos secretos.
Saí do mesmo e vi Lúcia correndo até a dispensa, sabendo que a mesma estava sendo acompanhada por um dos seguranças e que tanto ela quanto a minha mãe estariam seguras e, caso desse alguma merda, conseguiriam fugir sem serem vistas.
Voltei ao meu escritório e fui verificar as câmeras de segurança dos quarteirões aqui perto. Não havia nada suspeito. Voltei alguns minutos e vi que despistamos quem quer que fosse antes mesmo de nos aproximarmos da mansão, o que foi um tremendo alívio.
Peguei meu celular e disquei o número de Lúcia, sabendo que minha mãe comprou um celular para ela, pois eu já havia conseguido o seu número (não me perguntem como, porque não vou revelar nesse momento, ainda estou puto por ter assustado a freirinha antes mesmo de começar a jogar uma lábia para cima dela.
POV. Lúcia
Antes que eu pudesse falar alguma coisa meu celular toca.
"Alô" - atendo.
"Lúcia, avise a minha mãe que foi só um alarme falso, que as duas já podem voltar e que eu quero falar com ela em meu escritório imediatamente" - disse-me Charlie.
"Tá bom" - falei desligando.
- O Charlie disse que podemos sair, foi só um alarme falso, e que quer conversar com a senhora em seu escritório imediatamente.
- Vamos querida, venha por aqui, estava louca para te mostrar a outra saída, mas não vai ser dessa vez e espero que essa vez nunca chegue - falou apreensiva.
Nós passamos por algum lugar do qual não imaginei que tivesse acesso a qualquer outro canto e saímos no jardim da frente. Louise foi direto para o escritório de Charlie e eu fui para o meu quarto, tomar um banho de banheira para relaxar.
Quando acabei o banho escuto uma batida na minha porta, era o Charlie. Vesti a toalha e fui atendê-lo.
- Posso entrar? - perguntou-me.
- Fique a vontade, a casa é sua. Se me der licença e tiver um tempinho sobrando eu gostaria de colocar uma roupa.
- A casa é minha, mas o quarto é seu. Eu volto depois que você se trocar - disse-me tranquilo.
- Não precisa, tem espaço mais que suficiente em meu closet.
- Está bom, então.
Me dirigi ao closet e, propositalmente, deixo a porta entreaberta, não de forma escancarada, mas com uma pequena abertura que dava para ver alguns lugares dentro do closet. A minha intenção era provocar nele o que ele provocou em mim na noite passada, mesmo sem saber direito como fazer isso nem porquê estou fazendo isso.
Procurei uma roupa leve com muita paciência. Me virei ainda sem roupa para o espelho e enquanto eu fingia que estava me olhando no mesmo reparei que Charlie não tirava os olhos de mim.
Optei por uma lingerie na cor branca, um vestido levinho que fica quase um palmo acima do meu joelho e uma rasteirinha. Passei um perfume suave e fui em direção a porta do closet.
Ao perceber que eu estava saindo, Charlie fingiu estar vendo a decoração em meu quarto.
- Desculpe a demora, não estou acostumada a ter várias roupas para escolher, então eu acabo ficando perdida.
- Tudo bem, hoje eu tenho todo o tempo do mundo.
- O que é um código 10? A Louise disse-me que só você poderia me explicar - perguntei curiosa e mal dando tempo dele falar qualquer outra coisa que não fosse me esclarecer aquela situação.
- É um ataque inimigo em casa.
- Por que só você poderia me explicar mais já que é só isso? Ou tem mais alguma coisa?
- Tem um pouquinho mais. Mas eu só posso te dizer se você escolher ficar conosco.
- Eu não sei se quero ficar aqui. Sinto falta das madres e de estudar.
- Eu posso contratar um professor particular para você, e te ensinar a dirigir também, se você quiser, claro. Sabe Lúcia, a minha mãe mudou muito depois que vc veio para cá, seus olhos garanham mais brilho, coisa que eu não vejo há muito tempo, e eu gostaria muito que isso fizesse parte da sua rotina - disse-me confiante.
- Eu também gosto muito de estar aqui, sua mãe é maravilhosa e eu só tenho a agradecer a ela por ter dado um enterro digno a minha mãe - falei com a voz falhando.
- Então pensa no que eu te disse a respeito de ficar conosco.
- Eu vou pensar.
- Até que para um quarto de menina tem muito pouco rosa aqui - disse-me olhando o meu quarto e mudando o assunto.
- Eu não gosto de rosa - falei me fingindo de ofendida.
Não sei como nem em que momento, mas eu e o Charlie ficamos mais próximos fisicamente dentro do meu quarto, nossos rostos estavam quase colados, seus lábios estavam a menos de dois centímetros dos meus, e numa fração de segundos sua boca estava colada na minha.
Antes disso estávamos sentados de frente um para o outro em minha cama, e agora Charlie está deitado por cima de mim, me beijando de forma doce e violenta ao mesmo tempo. O calor vem crescendo dentro do meu quarto e quando me dou conta do que está acontecendo, sinto suas mãos brincando com os bicos dos meus peitos por baixo do meu vestido.
- Charlie, nós não podemos - falei lutando contra o calor que só crescia em mim.
- Por que não? - perguntou-me.
- Não é justo com sua mãe, e se eu resolver ficar seremos "irmãos" - falei fazendo aspas no ar.
- Nós nunca seremos irmãos Lúcia. Mas pense no que eu te disse sobre estudar e suas aulas de direção.
Acenei com a cabeça e tentei me recompor enquanto Charlie saia do meu quarto.
******
Notas finais:
Obrigada por lerem.
Amo vocês 😘❤

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I'm not Holy
AksiEla nunca quebrou uma única regra em toda a sua vida, muito pelo contrário, sempre foi muito certinha e empática com todos a sua volta. Ele nunca foi certinho, nunca seguiu os padrões, ao contrário dela, ele sempre quebrou regras e ama o proibido. E...