Capítulo XXVI

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POV. Lúcia

O caminho até a boate foi tranquilo. Eu queria verificar como estavam as mudanças que eu sugeri no dia anterior. Tudo estava saindo conforme o que eu sugeri. Sentir o cheiro de móveis novos e de tinta fresca estava tendo um efeito calmante dentro de mim.

Dei a tarde de folga as meninas enquanto trabalhava nas mudanças. Fui verificar algo em meu escritório e vejo o carro de Charlie estacionando pela câmera.

Eu não estava pronta para falar com ele, mas não poderia evitá-lo o resto da minha vida.

Vi Charlie cumprimentando alguns funcionários e acho que ele perguntou onde eu estava, tendo em vista que um dos rapazes apontou na direção daqui do escritório.

Ótimo, tudo que eu precisava agora era falar com ele.

O vi subindo as escadas até aqui e sentei-me naturalmente em minha mesa, fingindo olhar o projeto que eu e Thomas fizemos no dia anterior. Charlie bateu na porta perguntando se poderia entrar e eu apenas destravei a porta sem o responder.

- Estou muito ocupada, o que você quer? - perguntei sem paciência.

- Eu vim ver como estavam as mudanças que você mandou fazer. Confesso que está ficando muito melhor. Thomas me falou que vocês tinham adiantando as mudanças no projeto da boate do Brooklin e eu vim olhar se estava no computador daqui, já que eu não o vi hoje ainda.

- Sim, eu vou abrir o projeto aqui no meu notebook e já te mostro.

Abri o projeto e fui o mostrando o antes e depois de cada espaço. Tivemos uma "reunião" agradável apesar de tudo e algumas coisas ele me perguntava a relevância de tal alteração, fui explicando a ele ponto a ponto e a medida que eu explicava ele ia concordando comigo.

- Isso é tudo - falei.

- Eu realmente gostei de todas as mudanças que você fez. Hoje mesmo eu conversarei com o pessoal que está responsável por lá e eu gostaria muito que você pudesse estar presente para explicar tudo isso que você me explicou agora.

- Tudo bem. A boate só vai abrir lá para às 21hs, posso fazer essa reunião com você às 18h30min, tudo bem para você? - perguntei.

- Claro, vou marcar o horário com eles.

Murnurei apenas um "Ok" e o ouvi suspirar.

- Precisamos conversar - disse-me receoso.

- Não temos nada para conversar.

- Temos sim. Lúcia, eu não queria que você soubesse como eu era dos portões da mansão para fora daquele jeito. Eu queria ter me preparado e eu mesmo ter te mostrado.

- Eu vi a forma que você olhou para ele. Não era você. Se você fez tudo aquilo com ele, o que você não faria comigo caso eu te "chateasse"? - perguntei fazendo aspas com os dedos na última palavra.

- Eu nunca faria nada do tipo com você - disse se aproximando de mim.

- Quem me garante isso? - perguntei me afastando dele.

- Eu e a Alexia. Se eu fosse o monstro que você viu com todo mundo ela já estaria morta.

- Você a ama, é diferente porque eu não sou nada sua, sou só uma freirinha órfã que você faz a caridade de abrigar.

- Eu nunca amei a Alexia, eu achei que a amava, mas nunca a amei. E eu gosto de você Lúcia, se eu não gostasse você também já estaria morta, só por ser filha do seu pai.

- Prove que você gosta de mim ao ponto de nunca me machucar daquela forma.

- Namora comigo - disse-me e eu quase engasguei.

- O que me garante que você vai ser fiel? - perguntei.

- Desde que você chegou e começamos a ficar eu não sinto tesão em mais ninguém, tudo que eu quero é você, não só na minha cama, como também na minha vida.

- Eu vou pensar na sua proposta - falei e o ouvi bufar.

- Certo, leve o tempo que precisar. Te aguardo às 18h30min no escritório da mansão.

- Tudo bem - falei e o vi sair.

Fiquei na boate por mais algum tempo vendo todos os detalhes serem finalizados de acordo com o meu projeto. Tinha uma cortina vermelha que escondia o palco com os pole dances quando a boate funcionasse apenas como barzinho durante o dia.

Quando dei por mim, já eram quase 18hs. Tranquei o escritório e saí correndo para a reunião das 18h30min. Dirigi feito uma louca e cheguei faltando exatamente dois minutos para a reunião começar.

- Quase atrasada - Charlie disse-me olhando no relógio.

- Quase não é estar atrasada sócio - retruquei.

A reunião começou e eu Charlie ficamos falando sobre os benefícios de criar um clima mais descontraído e intimista ao mesmo tempo para a nova boate. Estava explicando como o ambiente ficaria com um ar melhor com o novo tom e o empreiteiro levantou a voz para mim, fazendo com que Charlie ficasse furioso com o mesmo.

-  Quem você pensa que é para falar com a Sra. Kiefer desse jeito? - falou levantando seu tom de voz.

- Perdoe-me senhor, mas a Sra. Kiefer não é a dona Louise? - perguntou em deboche.

- Também. Lúcia além de minha sócia é a minha namorada, e você deve obediência a ela da mesma maneira.

- Perdoe-me eu não sabia, é só que ... - Charlie o interrompeu.

- É só que nada, se ela está aqui é porque merece ser respeitada. Levante o tom de voz para ela de novo que você vai acordar com minhocas e terra na boca.

O rapaz pediu desculpas novamente, Charlie o mandou seguir o novo projeto (o que levaria mais uma semana além do combinado, pois precisaria refazer algumas coisas que já estavam prontas) e desligou.

- Você sabe que não precisava disso tudo neh? Até porque não temos nada - falei calma.

- Não temos porquê você não quer - respondeu-me.

- Não temos porque você é safado, quer uma oficial para você comer em casa e várias outras na rua - falei simples.

- Isso você só vai saber se tentar - disse-me safado.

- Tá bom, eu aceito - falei e ele sorriu satisfeito - Mas no seu primeiro deslize eu largo tudo vou embora.

- Fechado.


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Notas finais:

Obrigada por lerem.

Amo vocês 😘😘❤❤

I'm not HolyOnde histórias criam vida. Descubra agora