Capítulo XX

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Notas iniciais:

Como pode fingir que não aconteceu nada
Depois de toda esta dor que causou a este meu coração?


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POV. Charlie

Lúcia ficou tão feliz com o carro que parecia uma criança recebendo doce pela primeira vez e eu estava feliz por deixá-la feliz.

Desde que Lúcia chegou minha vida mudou por completo, tudo que eu achava ter sob controle não é realmente mais importante, mas eu não quero nem vou mais me deixar levar por uma buceta.

Dirigi lado a lado com o carro de Lúcia nos trechos que dava e íamos o tempo todo nos comunicando. Ela dizia o quão macio o carro deslizava na pista, quão gostoso era o estofado dele e várias outras coisas. Eu ria da situação, pois tive a mesma sensação quando ganhei meu primeiro carro, contudo, eu tinha que controlar tudo isso para não parecer um viadinho.

Quando chegamos ao galpão os meninos vieram recebê-la. Sua alegria esvaiu-se de sua face assim que seus olhos cruzaram com o de Alexia.

Eu sabia que mais cedo ou mais tarde essas duas iam me dar trabalho, ainda mais agora que as coisas com Lúcia estavam fluindo e eu estava deixando Alexia meio que de lado no que se refere a minha satisfação para ficar com Lúcia.

Devo admitir que, mesmo que seja para a minha satisfação, as coisas com Lúcia são diferentes de como eram com Alexia depois que ela voltou. Com Lúcia tudo é mais intenso, o desejo, a atração, a química, o sexo, até mesmo o ciúme, coisa que eu não tinha quando eu e Alexia éramos noivos.

Depois de Lúcia eu não tenho mais vontade de foder com ninguém, porque se tem uma mulher que sabe me deixar satisfeito na cama é ela. Nunca imaginei que uma freirinha inexperiente pudesse rebolar tão bem num pau e chupar tão bem o meu cacete como ela faz. Nenhuma profissional que eu peguei fez um serviço tão bem quanto ela. Se minha mãe não tivesse tirado ela do convento, e se eu não tivesse tirado a virgindade dela eu diria que ela nunca foi freira.

Saí dos meus devaneios assim que ouvi a Alexia gritando comigo.

- O que esse projeto de freira está fazendo aqui? - gritou com raiva.

- Projeto de freira é você sua filha de Jezabel - Lúcia respondeu com raiva.

Até para brigar essa menina é devota,  ingênua e certinha?

- Só sabe citar trechos bíblicos coisa fofa? - Alexia rebateu.

- Coisa fofa vai ser o meu salto no seu cu piranha.

Não é que as coisas estão ficando melhores rapaz...

Lógico que eu não ia deixar essa história ir adiante, foi bom enquanto durou, mas já estou ficando sem paciência.

- Tá bom meninas, chega. Não quero ouvir mais ladainhas de nenhuma das duas. Lúcia, as madres ficariam decepcionadas com esse seu linguajar - provoquei - Alexia, a Lúcia faz parte da nossa equipe agora, quer você queira ou não, ela é gerente de uma das boates, enquanto você é só uma assaltantezinha, coisa mínima. Então comporte-se ou você vai ficar de disciplina e não vai ser na minha cama, tá mais para uma gaiola cheia de ratos - falei perdendo a paciência.

- Mas Charlie, ela não sabe de nada, só vai atrapalhar os nossos negócios - Alexia falou mais manhosa.

- Não se meta nos meus assuntos, eu mando aqui, eu decido quem faz o quê - falei e vi o sorriso no rosto de Lúcia crescer.

Eu sabia que estava aumentando o ego dela falando assim com Alexia, mas ver o sorriso de satisfação dela valia mais que qualquer outra coisa.

- Vamos parar com essa ladainha e voltar aos trabalhos. Alexia, você pode começar preparando os carros para mais tarde - assim que falei Lúcia acionou o alarme do carro dela e guardou as chaves na bolsa, como se estivesse dizendo que Alexia não encostaria em seu novo bebê - Lúcia, vá com Thomas resolver sobre o que precisa da boate.

Lúcia entrou com Thomas e Alexia ficou do lado de fora para olhar os carros, mas, antes que eu pudesse sair, ela me chamou.

- Charlie? - chamou manhosa.

- O que você quer? - respondi sem um pingo de vontade de responder.

- O que está pegando entre você e a freirinha?

- Ela é uma funcionária, assim como você, nada além disso.

- Tem certeza? Você mudou comigo depois que ela chegou.

- Que saco Alexia. O que eu faço, deixo de fazer ou quem eu coloco e deixo de colocar na minha cama é problema meu. A gente não está bem e eu não estou "normal" - fiz aspas no ar - contigo desde que você me deixou com cara de otário por anos enquanto você fingia brincar de casinha com o seu pai, que, por sinal, até hoje eu não sei da existência dele.

- Meu pai é complicado, eu já te disse isso. Ele não ia permitir que a filhinha dele namorasse um gangster.

- Se você sabe que o otário do seu pai não ia deixar a princesa dele namorar um mafioso, então por quê aceitou casar com um porra? Por que fingir que vai casar comigo para depois sumir e voltar anos depois com a maior cara de cú?

- Porque eu amo você Charlie. E te ver todo feliz com ela me deixa louca, você nem a conhece direito...

- A conheço mais do que conheço você. Sei que a mãe dela está morta, que o pai dela abandonou a mãe dela para ficar com a esposa que estava grávida, sei quem é esse filho da puta e sei que ela também sabe, mas não quer conhecer ele. Ela sabe quem eu sou, o que eu faço, e é isso que basta. Eu não vou casar com ela, mas estamos bem da forma que estamos. Ponto final. Agora volte para a porra do seu serviço e me deixe em paz caralho.

Entrei no galpão furioso e Lúcia continuava em reunião com Thomas.


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Notas finais:

Obrigada por lerem.

Amo vocês 😘😘❤❤

I'm not HolyOnde histórias criam vida. Descubra agora