Notas iniciais:
Primeiramente, gostaria de alertar a todos sobre a violência relatada nesse capítulo.
Eu caprichei mais na frieza dos personagens do que na violência propriamente dita para
que todas que passem ou que tenham passado vejam em Lúcia a força necessária para sair
de um relacionamento abusivo e desrespeitoso.Boa leitura a todos.
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Eu sempre soube que não podia confiar em você...
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POV. Lúcia
Desci as escadas do escritório e passei correndo pelos meninos que tentaram me impedir de ir onde Charlie havia entrado com aquela biscate.
Possessa de medo e raiva eu soltei meus braços da mão de algum deles, da qual não me recordo agora e fui furiosa até o depósito.
Antes mesmo de chegar nele já era possível ouvir os gritos dos dois. Ele a chamava de vadia gostosa enquanto ela se abria cada vez mais para ele e pedia para ele gozar junto com ela.
Eu não podia acreditar no que os meus olhos estavam vendo. Charlie estava transando com aquela vadia em cima de uma caixa no depósito enquanto ele e vagabunda gritavam de prazer.
Eu estava tão fora de mim que um grito de horror misturado com dor escapou da minha garganta e ele viu que eu estava vendo aquela safadeza toda.
Eu não podia acreditar que ele estava fazendo isso comigo e não passou nem um dia que ele mesmo me pediu em namoro.
Eu saí correndo dali, nem liguei para os clientes, as dançarinas ou o que os meninos me diziam, entrei em meu carro e saí cantando pneu até a mansão.
Eu chorei tanto que minha visão estava ficando embaçada, e o caminho para a casa dele estava ficando perigoso demais devido a minha pouca visão ocasionada pelas lágrimas que rolavam sem que eu tivesse o controle delas.
Meu peito estava doendo tanto, parecia que um buraco estava sendo aberto dentro dele. Aquele desgraçado me humilhou, zombou da minha cara e não foi nem longe. Estava doendo tanto que estava quase ficando sem ar.
Deus, o que eu fiz para merecer isso? Meu pai não me quis, minha mãe morreu, o cara que eu estava gostando me trai na maior cara de pau, eu devo ser a pior pessoa do mundo para merecer sofrer tanto assim.
Não sei como não bati o carro nesse meio tempo. Com muita dificuldade cheguei a mansão e estacionei o carro de qualquer jeito. Tirei as chaves da ignição, travei o mesmo e subi correndo para o meu quarto, trancando o mesmo e indo até o meu closet.
Peguei uma mala que estava num canto e comecei a colocar as roupas mais comportadas que eu tinha dentro daquele closet, mas coloquei também uma ou duas peças curtas também, afinal de contas, você nunca sabe se vai precisar. Coloquei minhas lingeries, maquiagem, uns dois saltos, algumas rasteirinhas, coisas de cabelo e fechei a mala.
Assim que terminei de fechar a mesma ouço Charlie gritando o meu nome. Coloco a mala no mesmo canto de antes e vou abrir a porta para que ele dê suas explicações esfarrapadas e eu possa ir embora sem que ele venha atrás de mim.

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I'm not Holy
ActionEla nunca quebrou uma única regra em toda a sua vida, muito pelo contrário, sempre foi muito certinha e empática com todos a sua volta. Ele nunca foi certinho, nunca seguiu os padrões, ao contrário dela, ele sempre quebrou regras e ama o proibido. E...