Capítulo XI

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Notas iniciais:

"Deixe o tempo sarar
as feridas e maquiar
cicatrizes".
(D.L)

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POV. Charlie

Assim que minha mãe desligou eu mandei uma mensagem de texto para o meu médico particular mandando que ele largasse o que estivesse fazendo e fosse para a minha casa para avaliar Lúcia. Sem exitar, ele me respondeu que já estava a caminho.

Não vou mentir dizendo que não gostava de todo esse poder que eu tenho, afinal eu lutei para chegar onde cheguei, então o mínimo que eu exijo dos meus funcionários é: Respeito.

Eu poderia ser que nem esses trilionários metidos e ordenar que nenhum deles me olhasse nos olhos diretamente, ou que virassem de costas quando eu passasse, que se deitassem no chão para que meus pés não tocassem o chão imundo, ou até mesmo passar a mão pelos meus móveis quando terminassem de limpar para ver se realmente estava limpo. Mas cara, isso é muito patético, coisa de quem não tem o que fazer e o que eu mais tenho é coisa para fazer. Prefiro tratar todos da forma mais humana possível, oferecendo comida, moradia, educação, lazer, saúde para todos os familiares deles, pois assim, quando eu preciso de qualquer merda, eles nunca me negam nada.

Não vou mentir dizendo que não gostei de Lúcia ter dito que estava bem apesar da dor que eu sei que é evidente em seu corpo. Ela realmente não é a boneca de porcelana que eu pensei que fosse, muito menos a freirinha feia e burra que eu imaginei. Lúcia Bianchi tem mais mistérios do que podemos imaginar, ela já sofreu muito na vida, por isso tem todo esse jogo de cintura para lidar com as pessoas a sua volta e por isso ela foi excelente na entrevista dela lá na boate, mas, apesar de tudo, ela ainda tem aquele ar de menininha inocente e meiga que faz com que todos caiam aos seus pés.

Saí com Lúcia apoiada em mim quando estacionei o meu carro reserva no jardim mesmo, assim facilitava o percurso até um dos quartos de hóspedes ou até o meu consultório médico dentro de casa, ia depender de onde minha mãe resolveu o mandar esperar.


POV. Lúcia

O caminho para casa foi silencioso, eu estava tão feliz em estar indo encontrar meu quarto, minha banheira e minha cama que nem prestei atenção em como saímos daquela caverna, nem se ainda estávamos lá, pois nem cheguei a conhecer o esconderijo subterrâneo, já que desmaiei antes. Tudo que prestei atenção foi nos enormes portões da casa de Charlie se abrindo e Louise na porta nos aguardando ansiosamente.

- Vem, Doutor Lucas está aguardando você no quarto de hóspedes, não quis que ele esperasse em seu quarto para não invadir sua privacidade - Louise falou enquanto me puxava para um quarto no térreo que eu nunca tinha visto nem percebido que existia - Doutor, a minha menina chegou para o senhor me tranquilizar.

- Olá Lúcia, vou começar com os procedimentos avaliativos, tente relaxar, não vai demorar muito - assenti e ele começou a coletar meu sangue, colocar aquele aparelho de auscultar o coração, entre outras coisas chatas de médico

- Vou precisar de algum tempo para avaliar seu sangue melhor, enquanto isso você pode ir para o seu quarto e tomar um banho relaxante que vai te fazer muito bem depois de toda a aventura na boate.

Agradeci e subi para o meu quarto. Louise queria ir comigo para garantir que eu ficaria bem, mas eu queria ficar sozinha, precisava ficar a sós com meus pensamentos. Agradeci e pedi gentilmente para me deixar sozinha em minha banheira para que eu pudesse relaxar. Depois de alguns minutos ponderando os prós e os contras ela finalmente cedeu, mas pediu para que eu não me trancasse, nem no banheiro nem no quarto. Fiz o que ela pediu e fui preparar meu banho.

I'm not HolyOnde histórias criam vida. Descubra agora