Capítulo XVI

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Notas iniciais:

Tudo acontece no tempo certo.


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POV. Charlie

Lúcia adormeceu em meu peito depois do nosso momento juntos e eu não estava muito confortável com essa proximidade toda dela, muito menos desse seu ar de mandona que acha que pode me ter nas mãos dela.

Tudo não passou de uma simples transa, de algo que serviu para aliviar o meu estresse e suprir minhas necessidades de homem. Eu não ia ficar em seu quarto, deitado em sua cama, ainda mais com ela deitada em cima de mim para iludi-la ao ponto dela achar que temos ou poderemos ter algo algum dia.

Depois da noite de ontem eu não ia mais tocar um dedo nela, ao menos não com segundas intenções, pois nunca repito o mesmo "lanche" mais de uma vez, e ela é a "gerente" de uma das minhas boates, porque eu precisava dar alguma ocupação a ela para que ela me deixasse em paz depois que minha meta de tirar sua virgindade fosse cumprida. E, como já cumpri, vou precisar dela muito ocupada para que a mesma não fique enchendo o meu saco.

Levantei logo cedo e fui comer com os meninos, hoje era o grande dia do roubo, o dia em que, mais uma vez, eu ia demonstrar o meu poder e que tudo aquilo era fichinha para mim.

Assim que acabamos de comer Lúcia entra na cozinha e não cruza seu olhar no meu, o que facilita muito a minha vida. Dei um bom dia seco a ela e a senti estranha, ela parecia com dor e meu subconsciente me mandava saber o que estava acontecendo, pois se ela passasse mal e morresse minha mãe ia me culpar o resto da minha vida.

- Aconteceu algo? Está tudo bem? Precisa de alguma coisa? - perguntei sem nenhuma expressão.

- Só fiquei um pouco tonta, não foi nada. Não consegui dormir direito, fiquei com insônia e estou cansada por causa disso.

- Quer que eu chame o médico para te receitar algo para dormir? - perguntei.

- Não precisa, eu vou relaxar na piscina e logo logo estarei dormindo bem, ontem meu dia foi estressante, só isso.

- Tudo bem. Qualquer coisa fale com a minha mãe, com Cármem ou com qualquer um dos seguranças, eles possuem todos os contatos de emergência e, mesmo que eles não estejam autorizados a falar com você ou com qualquer um de nós, eles vão te socorrer - disse e saí sem esperar sua resposta.

Pegamos nossos carros e fomos cantando pneus até o galpão.

Os meninos começaram a me zuar falando que eu estava apaixonado por Lúcia, o que, lógico, não é verdade.

- Para a informação de vocês, eu só perguntei se ela precisava de algo por causa da minha mãe, se ela descobrir que eu tirei a virgindade da sua protegida e que ela pode ter morrido por isso, eu serei um homem amaldiçoado por ela o resto da vida. Sabem como minha mãe reclama pra caraio neh? - falei sem importância.

- Você tirou a virgindade dela? - perguntaram-se uníssono.

- Claro, vocês acham que com uma gostosa daquela eu não ia querer ser o primeiro a ter aquela buceta? Agora que já "comi", ela pode dar para quem ela quiser, eu não estou nem aí. Não repito uma mulher mais de uma vez, exceto Alexia, que é uma puta particular e um aperitivo quando estou com preguiça de sair de casa.

- Cara, eu acho que você ainda vai pagar sua língua - disse-me Thomas.

- Acho que não. De mulher na minha vida já basta minha mãe. Agora vamos voltar ao trabalho seus cuzões.

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Um mês se passou desde que eu e Lúcia transamos. O engraçado é que com ela a palavra transar soa estranha, pois o que nós fizemos foi além do físico, como se os nossos corpos tivesse sido feitos para ser apenas um do outro.

Depois que dormi com Lúcia me senti culpado, pois eu não posso dar a ela o que ela precisa, eu não a mereço, faço coisas ruins com pessoas inocentes e ela é inocente de mais para mim, não que ela seja a senhora Santa daquelas que foi exemplo de pureza física e psicológica, até porque ela conhece parte do meu mundo, sua mãe viveu boa parte disso e ela tem uma noção do assunto. Mas ela cresceu num convento. Ela era o exemplo de fé, educação e devoção para as Madres. Quando alguém aprontava as madres a usavam como exemplo e olha o que eu fiz com a garota...

Durante esse mês eu procurei evitar Lúcia ao máximo. Falava apenas o necessário com a mesma, seja nas aulas de direção ou quando fazíamos alguma refeição juntos.

Na boate ela é a melhor gerente que eu poderia ter contratado, ela dá cada mínimo detalhe de cada coisa que entra, sai, quebra, é perdida, entre outras coisas. As meninas que trabalham lá a amam, pois ela as trata como se fossem suas irmãs mais novas e, em troca, as meninas a obedecem sem nem piscar os olhos, exceto Letícia. Letícia dava trabalho a Lúcia, e quando a mesma pedia para um dos rapazes darem um jeito na menina nem sonha que esse jeito é com muita rola, as vezes umas palmadas, mas só isso. Garanto que se ela soubesse ficaria muito brava e ela mesma dava a surra nos meninos e em Letícia. Chega até a ser engraçado pensar nessa situação.

Sobre o carregamento que eu fiquei de pegar naquela mesma manhã, foi um sucesso. Uns traficanteszinhos apareceram para roubar a carga, mas, claro, meti bala em todo mundo. Agora devem estar conversando com o capeta a sete palmos debaixo da terra ou até mais fundo que isso. Mas isso não me interessa.

Louise recebeu uma chamada importante de uma irmã dela (que está com alguma coisa da qual eu nem fiz questão de saber o que era) e pegou o primeiro avião para o Brasil no meio da madrugada. Vi a oportunidade perfeita para me reaproximar de Lúcia, já que, graças a Deus (sim, eu acredito nEle), Alexia foi supostamente ver o seu pai, acabei dando folga aos rapazes.

Vou para a cozinha tomar café e Lúcia ainda não desceu. Assim que termino de preparar meu café a ouço descer as escadas, pedir a um dos seguranças para colocar algo perto da piscina e vir para a cozinha.


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Notas finais:

Obrigada por lerem.

Amo vocês 😘😘❤❤

I'm not HolyOnde histórias criam vida. Descubra agora