Capítulo XXV

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Notas iniciais:

Nem tudo ocorre da forma em que planejamos, bem
como nem tudo de ruim que acontece é para nos machucar,
às vezes é só aprendizado ou para nos fazer evoluir...


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POV. Charlie

Isso não poderia estar acontecendo, não agora. Eu queria criar coragem e eu mesmo, por livre e espontânea vontade mostrar a ela quem eu sou fora dos portões da mansão, mas Lúcia tinha que me seguir e descobrir da pior forma possível.

Eu estava extremanente irritado, primeiro ela vem com um papinho de relacionamento sério, depois ela some e fica offline, aí aquele merda pega e rouba parte da minha carga e mata homens meus.

Eu estava fora de mim. E ouvir seu grito de horror cortou meu coração. Eu sabia que tinha que fazer alguma coisa para ela me escutar e continuei a seguindo. Ela pensou rápido o suficiente para me passar a perna durante o percurso e ativar o nitro do seu carro na hora certa, fazendo com que eu a perdesse de vista até eu começar a pensar como ela.

Lúcia era esperta demais, sabia que não podia ir a boate porque eu tenho as chaves de tudo e ela teria que sair mais cedo ou mais tarde, ela também não voltaria ao galpão, então, ela só poderia ter ido para a mansão.

Assim que meu carro cruzou os portões da mansão a vi correndo para dentro de casa. Eu sabia que se ela conseguisse se trancar no quarto seria mais que difícil falar com ela.

Ouvi minha mãe a chamar e ela responder com um simples "agora não" sem nem olhar para trás. Corri atrás dela, mas assim que cheguei na porta do seu quarto ela já o tinha trancado e estava arrastando algo. Ela achava que eu invadiria a sua privacidade? Ou está assustada demais para confiar apenas numa tranca.

Comecei a ligar feito um louco para o celular dela, o ouvi tocar duas vezes e depois, mesmo que eu ligasse, não conseguia ouvir mais nada.

Liguei algumas vezes até minha mãe vir ver o que estava acontecendo.

- O que aconteceu com ela? O que você fez com a minha Lúcia, Charlie? - perguntou-me irritada.

- Eu não fiz nada com ela Louise, ela me seguiu até o local do roubo, eu estava puto com umas coisas de mais cedo, ela tinha sumido, estava offline, um vagabundozinho roubou minha carga, matou uns homens meus e eu perdi a cabeça, o torturei e o matei. Se eu soubesse que ela estava vendo tudo a distância eu teria dado uma coronhada para ele desmaiar e o trazia para finalizar com ele aqui. Ouvir o grito dela de horror me cortou por dentro.

- Você gosta dela? De verdade? - perguntou-me.

- Eu não sei mãe, eu juro que não sei. Ela mexe comigo, mas eu não sei se estou pronto para encarar um relacionamento sério agora.

- Vou ver se ela me atende - disse-me sem demonstrar nenhuma emoção na voz.

Eu, Louise e os meninos ligamos e mandamos mensagens para Lúcia como loucos, mas ela não respondeu a nenhum, nem visualizava as mensagens do Whatsapp.

Sentei do lado de fora do quarto dela e fiquei esperando que ela saísse de lá a qualquer momento. O dia clareou e eu não arredei o pé de lá.

- Brother, vá para cama, quando ela sair um de seus homens te avisa, ela precisa do espaço dela para processar todas as coisas que ela viu e ouviu - Disse-me Edward.

- É Brow, ela é teimosa e durona, mas ela vai te escutar quando achar que quer alguma explicação - Disse-me James.

- Certo, qualquer passo que ela der eu quero saber. Ativem o GPS do carro dela.

- Acho melhor não. Quando ela quiser ela mesma ativa - foi a vez de Thomas se pronunciar.

- Eu acho que ela está fazendo muito cu doce para o meu gosto - Alexia se intrometeu.

- Cala a boca Alexia. Suma da minha frente, não quero ver você hoje o dia todo - falei sem paciência.

- Tá estressadinho hoje heim? Sei muito bem como te fazer relaxar...

- Eu tenho nojo de você. Suma da minha frente, já avisei.

Alexia não falou mais nada, apenas saiu da minha frente.

Eu fui ao meu quarto, tomei um banho para tirar aquela roupa suja de sangue do meu corpo e caí na minha cama.

Algum tempo depois um dos meus homens falou em seu walkie talkie.

"Senhor, a..." - ele fez uma pausa como se estivessem falando com ele.

"O que houve?" - perguntei.

"Nada não, me enganei" - eu sabia que ele estava mentindo.

"Ela saiu do quarto e pediu para você não falar?".

"Sim, mas eu não te disse nada, melhor deixá-la comer um pouco em paz".

"Não me diga o que fazer"

"Eu sei senhor, é só que..." - o interrompi.

"É só que nada, eu me resolvo com ela".

Desliguei o comunicador e fiquei andando de um lado para o outro no meu quarto. "Tempo, ela precisa de tempo" - repetia a mim mesmo.

Vi Cármen indo falar com algum segurança e depois sumiu, aparecendo segundos depois no meu quarto.

- Senhor Kiefer? - perguntou antes de entrar.

- Entre Cármen. O que houve?

- A senhora Lúcia vai sair quando terminar de almoçar. Ela pediu para prepararem o carro dela e deixar o GPS e rastreador de tudo dela desligado. O que eu faço?

- Faça o que ela pediu, se ela quer sair sem proteção é com ela mesma, eu não ligo - falei tentando não demonstrar minha decepção com o comportamento dela.

- Tudo bem - disse saindo do quarto.

Fiquei tentando pensar como Lúcia por um tempo e o que ela faria para espairecer a mente? Claro, ir trabalhar. Vou dar um tempo e apareço por lá sem parecer que fui atrás dela.


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Notas finais:

Obrigada por lerem.

Amo vocês 😘😘❤❤

I'm not HolyOnde histórias criam vida. Descubra agora