Capítulo XIX

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Notas iniciais:

Depois de um dia de
turbulências, nada
melhor do que deitar
na grama e apreciar
o sol e a vista...


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POV. Lúcia

Quando Dr. Lucas chegou eu já estava no consultório dentro do escritório de Charles. Fizemos todos os exames necessários, aguardamos algum tempo que, para mim, pareceram dias até que ele finalmente voltou com a resposta.

- Devo admitir que você me surpreendeu, nunca vi nenhuma pessoa que tivesse tantos nódulos conseguir eliminar todos eles em 3 meses. Eu pensei que reduziriam pela metade e que o resto tiraríamos na cirurgia, mas os seus sumiram todos. Você tem muita fé minha querida - disse-me sereno.

- Então eu não preciso mais tomar aqueles remédios? - perguntei confusa.

- Isso mesmo, mas não é só porque seus nódulos sumiram que você vai descuidar da sua saúde. Vamos marcar exames de revisão, rotina e o que mais for preciso a cada dois ou três meses, para garantirmos que realmente sumiu e que você está bem.

- Obrigada doutor, se não fosse pelo senhor eu nem sei se teria sobrevivido.

- Você é uma das pacientes mais fortes e determinadas que eu tenho, se cuide, tome as decisões certas e você vai viver muitos anos.

- Certo Dr. Lucas, obrigado, até daqui a três meses - Charlie respondeu no meu lugar.

- Até Charlie, se cuide Lúcia - disse-nos saindo.

- O que foi isso que eu acabei de presenciar? - Louise pergunta com raiva.

- O que é que a sua mente paranóica já está inventando dona Louise? - Charlie pergunta entediado.

- Você estava com ciúmes da Lúcia? Marcando território ou o quê? - perguntou.

- Eu preciso ir trabalhar Louise, ele já disse que ela está bem, não precisava ficar com ladainhas. Agora, se me der licença, vou pegar algo em meu escritório para ir ao galpão, tenho um roubo para planejar. Lúcia, você vai também? Thomas queria falar com você sobre a boate - disse grosso.

- Claro - respondi sem jeito - Eu só vou passar no meu quarto e trocar de roupa.

- Esteja pronta em dez minutos - disse saindo.

Assim que Charlie atravessou a porta sua mãe veio me encher de perguntas.

- Vocês transaram?

Oi? Minha vida sexual agora é da conta dela?

- Claro que não, que tipo de pessoa a senhora acha que eu sou? - perguntei me fazendo de besta.

- Desculpe-me querida, estava torcendo para ter visto tudo errado e eu preciso que você se mantenha longe dele.

- Eu sei o que ele e o meu pai fazem, e, mesmo assim, eu escolhi ficar aqui ao invés de ir atrás do meu pai, que é a única pessoa da minha família que eu tenho viva.

- Mas eu sou sua família querida - disse com a voz embargada pelo choro que tentava controlar.

- Sim, agora nós somos, mas eu não tenho o mesmo sangue que você ou o Charlie. Por falar nele, eu vou subir e trocar de roupa, a senhora sabe como o seu filho é, e eu não estou afim de ouvir as grosserias dele - falei saindo dali e indo ao meu quarto para mudar a roupa antes que o senhor estressadinho viesse encher meu saco.

Quando voltei para a sala o donzelo já me esperava emburrado.

- Que demora viu.

- Diga isso a sua mãe que ficou me enchendo de perguntas e insinuando o que não existe.

Charlie revirou os olhos e saiu me arrastando até a garagem.

- Tenho uma surpresa para você - disse-me tranquilo.

- Adoro surpresas. O que é? - Perguntei como uma criança querendo ganhar doces.

Charlie riu do meu entusiasmo.

- Se eu disser deixa de ser surpresa Lúcia.

- Que sem graça você viu - falei revirando os olhos.

Entramos na garagem e notei um carro com uma capa lilás enorme o cobrindo. Charlie me puxou para perto do mesmo, me olhou de canto de olho e esboçou um meio sorriso com o canto da boca.

- Bom, como agora você não corre mais risco de vida, já sabe dirigir e tudo, eu tenho duas coisas para você. A primeira é a sua carteira de motorista, e antes que você me pergunte, ela não é falsa, tenho meus contatos no departamento que emite elas e mostrei uma gravação de você dirigindo e ele agilizou tudo. Segundo - disse puxando a capa lilás de cima do carro - esse carro é seu. Eu ia mandar fazer ele lilás da cor que você gosta, mas preferi deixar ele branco, pois não é comum um carro lilás no meio da rua e se algo saisse do nosso controle seria impossível te esconder com o carro de cor diferente de todos os outros - falou me entregando as chaves do carro.

- É sério isso? Ele é meu mesmo? - falei histérica.

- É, mas se ficar assim eu tomo ele. Odeio essas coisas de meninas - disse revirando os olhos e eu bufei.

- Tá. Deixa eu ver se entendi, eu ganhei esse carro por que eu não vou morrer?

- Não neh Lúcia. Você ganhou porque você sabe dirigir e porque você é a gerente de uma boate, não pode chegar de táxi, nem de carona, tem que impor respeito. Eu vi que você gostou do audi R8 da minha mãe, mas ele ia demorar muito para ficar pronto, eu já tinha escolhido o A5 e mandado preparar ele antes de ver sua empolgação com o carro de Louise, então não troquei. Ele tem tudo o que você precisa, de linha direta com o meu celular, o de Louise e o dos meninos, até maquiagem, gps, rastreador, turbo, algumas armas embutidas que você pode acionar com um simples botão e as de mão mesmo espalhadas por todo o carro para não ter nenhum contratempo - ele falou e eu fiquei boquiaberta.

- Eu nem sei como te agradecer Charlie. Muito obrigada, de coração - falei o abraçando.

- Ta bom, agora me solte e vamos para o galpão, você em seu carro e eu no meu.

Sorri com seu comentário e entrei no meu carro sem nem hesitar.


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Notas finais:

Obrigada por lerem.

Amo vocês 😘😘❤❤

I'm not HolyOnde histórias criam vida. Descubra agora