Uma História Diferente - SasuHina

Verdade

    Hinata

Estava tão escuro, uma escuridão que chegava a doer. Eu sabia que algo estava acontecendo comigo, como se meu ser estivesse gritando em agonia e desespero, mesmo que eu não estivesse sentindo nenhuma dor. Sinto que meu corpo está calmo, um repouso confortável, algo que me faria dormir e acordar só depois de muitas horas, mas minha mente era composto de mil gritos de terror, lutando para se manter firme, para não ceder diante da sucção que queriam levá lo para longe de mim.

Eu tinha que ser forte, tinha que lutar, mas meu corpo estava tão imóvel e minhas pálpebras tão pesadas que eu não conseguia ter reações para nada. Ahhhhhhh... Eu tinha que sair. LUTE. Dizia a minha consciência. RESISTA E LUTE. VOCE É FORTE E VAI VENCER, SÓ PRECISA LUTAR!

Eu comecei a gritar, mas sabia que nenhum som saia da minha boca. A sucção estava ali, presente na minha alma, mas era como se eu não pudesse acordar desse estado de repouso, dessa calma agonizante, eu não podia e não conseguia. Nao sabia por que. Então eu resolvi que não ia ficar mais ali nem mais um minuto, não podia, minha vida dependia de mim para lutar e eu faria, vou fazer.

Procurei dentro de mim por uma brecha, uma ideia de me tirar daquele inferno, mas não havia nada, nem uma gota de esperança, só que eu não iria desistir tão cedo, então comecei a forçar, busquei tudo que ainda sobrava de mim, cada gota da minha alma. Gritei e gritei, por ajuda, por mais força, por ser forte. Foi então que senti meu primeiro sinal. Meu coração pulsante dentro do meu peito parecia que queria sair, a aceleração do meu corpo estava tão forte que sentia meu corpo convusionar, e eu sentia também meu poder agitado, como um mar furioso destruindo tudo que viesse a sua frente.

Ouvi o primeiro som do lado de fora da minha própria mente, então cheguei a conclusão de que não estava mais presa dentro de mim. Então forcei, e forcei ainda mais. Senti mãos nos meus ombros e pernas, amarras sendo colocadas ao meu redor. Se fossem amarras de chakra nunca sairia daquele lugar, daquela situação.

- Você nunca sairá daqui, Hyuga. Entendeu? - uma voz grave sussurrou em meu ouvido, uma ameaça dada com muito prazer.

Eu não podia mais ficar ali, se não lutasse mais, aquele estranho conseguirá o que quer, ou seja, o meu poder, o poder que ainda nem aprendi a controlar. Meu peito ainda estava doendo muito, minha garganta estava se fechando por causa do esforço que coloquei em meu corpo. Não, aquilo não poderia acontecer, eu não poderia ficar mais ali!
De repente um punho bate em meu peito com tanta força que o ar preso em minha garganta sai de uma vez só e eu dou um grito que estoura no ambiente silencioso. Abro, então, meus olhos e pela primeira vez consigo ver onde estou.

- De nada! Se não fosse eu, você iria se matar antes de eu conseguir o que queria, é eu não quero que isso aconteça, não é, menina suicida. - o homem fala, mas não o vejo, ele está fora de onde meus olhos podem chegar.

- Pare, por favor! - em minha cabeça, minhas palavras saíram altas e claras, mas eu sabia que estava pronunciando apenas sussurros quase inaldiveis.

- Vou parar, garotinha, quando eu pegar o que é meu por direito. Não antes disso, mas depois quem sabe liberto você. - ele fala e da uma risada como se estivesse gostando de cada momento que está me fazendo passar amarrada ali.

Eu estava farta, farta de ser boazinha, farta de todos acharem que sou fraca o suficiente para não me libertar dali, talvez eles estivessem certos, mas eu queria ir embora, queria voltar para minha família, queria mostrar que sou forte uma única vez.

- Você não conseguirá o que quer, eu não vou me entregar tão fácil! - eu disse da forma mais ameaçadora que consegui.

O silêncio se impôs no espaço  fechado, feito de pedra, em que estava, até que ouvi uma gargalhada baixa e a voz do homem dizer com deboche:

- Tente.

Ouvi o tinir de ferramentas batendo uma na outra e por mais que o meu engolir em seco fosse a prova do meu medo do que ele poderia fazer, eu tentei me concentrar. Mesmo com o peito ainda muito dolorido do soco, eu me concentrei. Não passaria mais nem um minuto a mais com aquele louco por poder. Então me concentrei, fiquei calma, respirei fundo, e mesmo que nada tivesse aparecido pra me ajudar, qualquer resquício de poder, eu me concentrei ainda mais.

Uma chama dentro de mim apareceu de repente, era pequena e era o suficiente. Me concentrei mais e ela começou a crescer, eu não sabia se ficava feliz pelo meu progresso ou com medo de ser descoberta pelo meu captor, mas todo aquele progresso foi destruído quando eu senti o dedo mindinho do meu pé ser quebrado.
O grito que saiu dos meus lábios foi tão forte que tenho certeza que qualquer um a no máximo um quilômetro de distância pudesse ouvir. A dor era insuportável, sentia em todos os ossos do meu corpo e doía em meu cérebro todo. Só que por mais que doesse, por mais que fosse insuportável, eu não queria desperdiçar o poder que tinha adquirido, então o enviei pra quem quisesse sentir e para aqueles que poderiam querer me salvar, não importava quem fosse, mas eu senti que a maior parte do poder adquirido foi para Naruto, não sei porque, não era minha intenção, mais se ele pudesse me salva, não me importava se foi mais pra ele que para os outros.

- Você é uma pirralha mimada, Hyuga. Ninguém irá te salvar, desista. - a ameaça do estranho deu calafrios em meu corpo e a dor era um lembrete do que aconteceria se eu fizesse de novo.

Então fiquei quieta, o choramingar que saía da minha boca era apenas uma distração para o homem saber que ainda sinto dor, mesmo que ainda sinta de verdade, mas não queria desistir, não quando poderia ter a possibilidade de ninguém vir me salvar, então tentei outra vez, só que tentando ocultar o que eu estava fazendo dessa vez.

Naruto

Eu estava andando sem rumo no território do país do fogo, já estava do lado leste do país, quase chegando nas fronteiras, quando um grito ensurdecedor cortou o ar e quase estoura meus tímpanos. Aquele grito não estava dentro do território do país do fogo, mas não estava tão longe e eu não conseguia distinguir se aquele grito era de Hinata ou de outra vítima de bandidos. O grito surgiu do lado norte de onde eu estava e a dúvida se eu seguia aquela direção ou iria atrás ainda de Hinata me bateu com força. Hinata estava em perigo, mas eu não sabia onde ela estava, sabia de onde vinha aquele grito e quando decidi ajudar seja de quem fosse o grito, uma grande poder me acertou em cheio e cai com o impacto, fiquei sem ar por um instante, até que reconheci a identidade daquele poder e saber que as minha dúvidas haviam acabado, pois eu só tinha um lugar para ir.

Fui o mais rápido que pude, não poderia perder mais tempo, não depois do grito que ela deu. Mas algo estava muito errado, eu sentia no ar. A floresta por onde eu passava não se mexia, os negrumes das árvores e arbustos parecia olhar para mim com fome ardente. Nada estava certo, pois eu estava rodeado por pessoas que eu não via. Parei atrás de uma árvore para análisar o terreno a minha volta. Olhei para os galhos das árvores, mas não sentia a presença de ninguém lá em cima. Preparei a minha kunai na hora em que uma quase me acerta, parei a mesma na hora certa com a minha kunai e as outras que vieram em minha direção logo em seguida. Mais de uma dúzia de homens mascarados saíram de trás das árvores, vindos para cima de mim. Eu não tinha tempo, Hinata precisava de mim, não poderia perder tempo com eles.

Quando me virei para ir embora, meu corpo paralisou instantaneamente. Não! Não era pra isso acontecer, não poderia ficar aqui, não com a Hinata a metros de mim. Fechei meus olhos e me concentrei para que pudesse conseguir meu modo sennin. Sentia o poder da natureza se entranhar em meu corpo e logo estava com o poder que queria, só tinha um problema, muitos já estavam em cima de mim e outros atrás estavam lutando, não sabia com quem ou por que, mas se eram inimigos deles, é meu amigo.

Forcei a paralisia sair, até que conseguir, seja por mim mesmo ou pelo outro que estava lutando com eles. Olhei para trás e o que vi foi algo que eu esperava. Sasuke estava lutando contra todos eles e estava levando a melhor, só que não sem esforço.

- Vá! - ele grita para mim - Vá atrás dela!

E eu não perdi mais tempo, fui o mais rápido que o modo sennin me proporcionou, cheguei ao mesmo instante que mais um outro grito estourou na floresta silenciosa. Um grito diferente, pois esse era como se a morte estivesse perto. Não perdi mais tempo, forcei minha passagem pela porta de ferro da casa de pedras que apareceu no meio da floresta, só havia um problema, ela estava fechada com um poderoso chakra.

- NÃO! - gritei.