Capítulo 09

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“Em parte sei que a culpa é minha de tudo que está acontecendo, amo mais do que tudo aquele moreno, se não fosse o fato dele ser namorado de minha melhor amiga, a situação seria maravilhosa, não sei ao certo como foi que virei um amigo tão fura olho, sei que Teresa não merece essa traição mas a verdade é que sinto como se eu perdesse totalmente a consciência quando estava perto dele, era capaz de aceitar tudo que propusesse, capaz de fazer tudo que me mandasse fazer. Eu tinha que me afastar dele, mas se eu não sou capaz nem de escrever sem hesitar isso como é que vou ser capaz de agir? Ele iria ser pai de um filho da minha melhor amiga, eu tinha que conseguir. E por último mas não menos importante, tinha o Fagner, ele era tão fofo, não me arriscaria em escrever que ele gostava de mim mas do que amigo mas não me surpreenderia mais se ele se declarasse pra mim, coisa que eu tenho medo que acontecesse, ele merece alguém melhor que eu, e tinha aqueles quase dois beijos que me deu. Só tenho duas palavras que resumiria “muito bom””

Depois que terminei de escrever desci e tive que encarar minha mãe que ainda estava furiosa pela noite anterior que eu não havia voltado para casa, não falou nada só reconheci pelo seu semblante, preparei uns dois sanduiches com a presença de meu pai que me fez algumas perguntas do porque não ter dormido em casa mas sempre bem calmo ao contrario de minha mãe, inventei algo da qual nem me lembro mais, ele não acreditou muito bem só fingiu a acreditar. Voltei ao quarto, coloquei os fones no ouvido e selecionei a música “the scientist – coldplay” que basicamente falava em voltar no tempo, voltar a um tempo onde tudo era mais feliz, no meu caso, onde tudo era normal. Enquanto dava a primeira mordida no sanduiche pensava pela milésima vez em duas semanas no rumo em que minha vida havia tomado e também em que rumo ela deveria tomar agora em diante, era uma pergunta para qual eu ainda não tinha resposta.

Quando estava terminando o primeiro sanduiche, alguém bate na porta do meu quarto, sem perguntar quem era me levanto e a abro, me deparo nada menos e nada mais que o Fagner com um balde de pipoca em uma mão e na outra dois DVDs.

- Cineminha – falou ele sorrindo.

- Como foi que minha mãe te deixou subir? Ele tá uma fera comigo.

Ele passou o dedo indicador pela cânula que transportava o oxigênio do tubo preso em suas costas a seu nariz – Beneficio do câncer meu caro, quem negaria algo a um paciente prestes a morrer? – falou sorrindo.

Sinceramente não gostava quando ele falava daquele jeito.

- Então entra – falei abrindo mais a porta e saindo de sua frente – vou logo avisando que meu quarto não é tão chique como seu mas é como coração de mãe, aconchegante e sempre cabe mais um – falei brincando e fechando a porta.

- Meu quarto é chique? – perguntou rindo.

- Pelo menos eu acho!

- Pode ser nosso se você quiser – falou ficando serio, com certeza eu fiquei mais vermelho que um tomate pois ele riu em seguida – tá, parei kkk

- Quais são os DVDs que temos aqui – falei me aproximando dele e pegando de sua mão.

O primeiro era “Um amor pra recordar” mas foi o segundo que me impressionou, na capa dizia: “Hoje eu quero voltar sozinho” para quem não sabe, é um filme brasileiro de romance gay. Na mesma hora olhei rindo pra ele que já se acabava de rir.

- Eu não resisti cara.

- Tudo bem – disse rindo – iria acabar assistindo mesmo, disseram que era bom.

- É muito bom – comentou ele – vamos assistir ele primeiro?

- Vamos – falei indo até o aparelho DVD do meu quarto e colocando pra rodar – senta aí na cama, fica a vontade – falei assim que notei que ele ainda estava sentado com o balde de pipoca na mão, ele não contestou e se sentou na cama, sentei a seu lado e peguei meu sanduiche o que não havia comido ainda.

Louco Amor (Lipe "Anjo Apaixonado" CDC)Onde histórias criam vida. Descubra agora