Li e reli umas três vezes aquela mesma mensagem. O medo fez com que meu coração batesse dez vezes mais rápido, a primeira coisa em que pensei no memento em que li aquilo pelo incrível que pareça foi na saúde de minha mãe e não o que poderia acontecer comigo, se fosse expulso de casa, eu tinha como me virar de um jeito ou de outro mas com saúde não tem como.
Caio olhou pra mim com uma expressão no rosto que dizia: “E agora?”
– Lucas isso não é hora de mexer no celular – disse a professora de sua mesa.
– Desculpa professora, posso fazer uma ligação lá fora?
– Vá – disse ela.
– Posso ir ao banheiro? – pediu Caio logo em seguida assim que me levantei já procurando o número de Teresa, não sei como mas ela acabou deixando Caio ir ao banheiro, na verdade só foi uma desculpa pra vir atrás de mim.
– O que vai fazer? – ele perguntou quando já estávamos no corredor.
– Ligar pra ela – disse já colocando o celular no ouvido. O celular chamou, chamou e chamou mas ninguém atendeu. Liguei novamente e nada.
– Liga pro seu pai – falou Caio dando uma ideia. Não pensei duas vezes e liguei, por sua vez nem chegou a chamar, apenas dizia “Fora da área de cobertura” aaaaah, minha vontade era de gritar, extravasar o que estava sentindo mas não demonstrando. Com as mãos já tremendo tentei novamente e novamente aquela voz chata falou “Fora da área de cobertura” – e o telefone de lá?
– Eu não tenho – disse me recostando na parede me dando por vencido, fechei os olhos e respirei fundo.
As coisas iam e vinham na minha cabeça, suposições obscuras das quais só de lembrar me causam angustia e medo. As lagrimas vieram sem resistência alguma.
– Ei Lucas, fica calmo cara, ela pode só está blefando pra te causar medo, mas se não estiver, o que tem demais? Vai ser melhor assim, se ela te expulsa de casa você vem morar comigo, sem problemas.
– Primeiro: ela deve saber de mim e de mais ninguém e segundo: a questão não é só eu, minha mãe, ela é muito nervosa, com qualquer coisa ela já passa mal. Eu estou com medo do que possa acontecer com ela, e o pior é que a culpa... A culpa vai ser minha – falei colocando a mão no rosto, tentando esconder as lágrimas e o meu nervosismo.
– Ei, vem cá – disse puxando meus braços de encontro ao seu corpo, relutei um pouco mas acabei cedendo. Apoiei minha cabeça no seu peito e chorei. Meu Deus, como eu era fraco emocionalmente.
– Alguém pode ver – falei.
– Que vejam, não estou nem aí.
– Eu preciso ir lá, agora – falei saindo de seu abraço e seguindo a frente pelo corredor.
– E como é que a gente vai sair? – ele perguntou em meu encalço.
– Me siga e verá.
– Lucia (vice-diretora) eu não estou me sentindo muito bem – algo que não deixava de ser verdade – será que a senhora pode me liberar? Estou ligando pra minha mãe só que ela não está atendendo.
– Claro filho, vá e descanse, leve seu amigo com você, pra lhe acompanhar – disse ela.
– Muito obrigado Lucia – digo – vamos – digo a Caio que estava próximo a mim.
– Como foi que você conseguiu tão fácil assim? – perguntou meio surpreso assim que saímos da sala.
– É um dos privilégios que se tem quando é presidente do grêmio estudantil e um aluno exemplar – digo já seguindo o corredor novamente pra poder pegar minha mochila na sala.
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Louco Amor (Lipe "Anjo Apaixonado" CDC)
Romance(+)18 🍃LIVRO UM 🍃 Um sentimento de repudio e imensa tristeza me inundava naquele momento, nem mesmo a água gélida que escorria pelo meu corpo me deixava melhor, as lembranças vivas na minha mente do que havia acontecido há pouco me atormentavam...