Capítulo 25

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Narrado por Lucas:

Acordei por volta das 10 horas da manhã, sentido um calor corporal junto as minhas costas, ao jugar pelo braço moreno na altura de meu peito, logo soube que era Caio que por dedução obvia já havia chegado da casa de Teresa. Chamei seu nome para ver se obtiveria resposta, mas o que eu apenas ouvi foi um respirar fundo junto ao meu pescoço que vez ou outra me causava arrepio. Ele dormia.

Eu ainda esperava acordar daquele sonho a qualquer momento em meu quarto com minha mãe gritando meu nome depois dos cinco minutos a mais já terem passados desde meu último pedido sonolento.

Mesmo sendo relativamente popular na escola por ser presidente do grêmio estudantil, eu me sentia frustrado e angustiado constantemente por ter que encarar a rotina todos os dias – meu signo não se dava muito bem com isso – e por sentir que algo faltava em minha vida, toda vez que eu via casais de mãos dadas e esbanjando felicidades por onde passavam lembrava-me do namorado de minha melhor amiga – pois é, estava nessa fase da adolescência – não sei em que momento, em que hora ou até porque eu comecei a gostar tanto assim dele, Caio sempre demonstrou autoconfiança, nunca baixava a cabeça para alguém que falasse mais alto que ele seja quem fosse, era um estilo bem bad boy que eu não tinha, analisando por esse lado, talvez poderia ter sido esse o motivo de começar a gostar dele, eu via nele uma pessoa que eu não era. Como todos um dia já fizeram, – eu acho – eu ficava às vezes no silencio do meu quarto pensando no grande amor da minha vida (Caio), no nosso primeiro beijo, nossa primeira briga por ciúmes e nossa primeira reconciliação que acabaria em sexo, provavelmente, e ver todo um conto de fadas – digamos assim – virar realidade da noite para o dia, era realmente muito espantoso, tudo na sua vida vira do avesso, principalmente quando se é gay e é apaixonado pelo namorado de sua melhor amiga, me sentia como se estivesse dormido no planeta terra e acordado em marte ou sei lá onde. Apesar de todas as coisas ruins que estavam acontecendo, vulgo Teresa sentir um ódio mortal por mim e por minha mãe nem sequer ouvir falar meu nome, eu me sentia feliz ao lado dele, principalmente quando estávamos assim, abraçados, era como se nada fosse forte o suficiente pra nos separar, era como se apenas o amor dele me bastasse, era como se fossemos ser felizes para sempre, era como se fossemos capazes de ir além do final... Ah, e tantas outras frases que podem ser idealizadas por pessoas apaixonadas.

– Meras besteiras ditas por pessoas que tiveram a infelicidade de se apaixonar – diriam muitas pessoas experientes que não se deram bem nesse lance de amor e hoje vivem desiludidas – e é espantosa a quantidade de pessoas que se deram mal em um relacionamento que idealizaram para a vida toda. Não queria ser uma dessas pessoas um dia. Eu tinha consciência dessas coisas, não era de todo “cego”, enxergava sim a realidade como ela era e poderia ser um dia. Quando se ama uma pessoa, se machucar faz parte do pacote, isso é inevitável, mas se dependesse de mim faria o máximo para que ele não se machucasse e tenho certeza que ele faria o mesmo.

Levantei-me com cuidado para não acorda-lo mais ou menos dez minutos após ter despertado e dei-lhe um beijo na testa. A sensação era o máximo só pelo simples fato de velo dormir e pensar “é meu namorado e o amo”. Notei que Caique já não se encontrava mais ali, deduzi que ele não era um desocupado igual a mim e provavelmente não poderia se dar ao luxo de acordar às 10 horas da manhã mesmo ter ido dormir tarde na noite anterior. Mas o que será que ele fazia da vida? Está aí uma pergunta para um próximo encontro.

Segui para a cozinha com um sorriso no rosto ao contrario do dia anterior para fazer o café da manhã, estava faminto, mas tive o desprazer de abrir o armário e só ver biscoito, salgadinhos, bolachas de chocolate, doritos e tudo mais que uma criança adoraria comer no café da manhã, se eu comesse aquilo àquela hora com a fome que estava, com certeza vomitaria tudo. Fui até o quarto onde se encontrava minha mochila ainda com as roupas dentro, peguei uma pequena quantia do meu dinheiro que havia trazido comigo se caso precisasse pra algo e segui até a padaria mais próxima do bairro. Ao chega lá dou de cara com uma pessoa que pensaria não ver nem tão cedo, era minha mãe, não tive nem a opção de falar ou não, de me esconder ou não, pois quase trombamos, ela primeiramente me olhou assustada e surpresa, depois com raiva e desprezo, já eu mantive até o final minha feição surpresa e assustada. Ela fez menção de se afastar de mim e seguir caminho como se tivesse trombado com qualquer pessoa na rua, não permiti, segurei em seu braço, ela me olhou e antes que falasse qualquer coisa eu disse:

Louco Amor (Lipe "Anjo Apaixonado" CDC)Onde histórias criam vida. Descubra agora