Capítulo 17

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- Não, mas vou te colocar em uma se não me dá uma explicação que me faça chorar por ter me ignorado filho da puta - vociferou visivelmente com raiva, muita raiva.

- O que... O que está fazendo aqui? Você deveria está em casa se recuperando.

Ele me olhou com indiferença misturada com raiva e antes mesmo que o mandasse entrar, ele pisou fundo e passou por mim se sentando no sofá que ficava de frente pra mim, suspirei, tranquei a porta e finalmente me virei pra encara-lo, porém não me aproximei, continuei próximo à porta. Algo me dizia que aquilo não seria nada fácil.

- Eu passei a semana toda esperando você aparecer lá, me humilhei mandando várias mensagens pra ti, passei a semana inteira sem dormir direito - realmente ele estava com uma cara de quem não dormia há dias, eu não devia está diferente dele - e ainda vim aqui te dizer isso, ah eu só posso está louco, eu não sou assim - fez uma pausa pra me fitar, sua expressão não apresentava mais raiva e sim cansaço - Disse a mim mesmo que quando chegasse aqui iria te encher na porrada pela covardia que está fazendo comigo mas simplesmente quando eu te vejo eu não consigo ir adiante, me sinto fraco perto de ti e eu pelo incrível que pareça eu gosto dessa fraqueza, nunca tive um porto tão seguro desde quando morava com minha mãe.

Ouvir aquilo, ao mesmo tempo que me deixava feliz, também me deixava triste. Meus olhos já cheios de lágrimas que eu insistia em não deixar cair acompanhava cada movimento de seus braços a cada palavra que ele falava.

- Eu fiz algo errado? Foi por causa daquele dia lá em casa, em que Teresa me agarrava? Será que eu estou namorando com uma criança que não sabe conversar?

Depois que ele disse a palavra: "Namorando" todas as palavras que vieram depois perderam todo sentido em minha mente, institivamente abri um sorriso.

- Namorando? - repeti.

- An?

- Você disse que a gente estava namorando - falar aquilo só fez meu sorriso e felicidade crescer.

É, eu realmente havia me esquecido do real motivo daquela conversa só por causa daquela besteira.

Com uma expressão confusa no rosto e talvez se perguntando se realmente havia falado aquilo ou não, ele falou:

- Eu não falei isso.

- Falou sim.

Ele baixou a cabeça, suspirou e voltou a me olhar.

- Você sempre foi estranho assim? Uma hora não quer nem me ver, outra hora fica feliz quando digo que a gente está namorando. Se decide porra.

Adeus sorriso no rosto.

- Desculpa - me desencostei da porta onde estava até então e me aproximei dele onde me sentei ao seu lado, ele me seguiu com o olhar - nem eu me entendo as vezes, aquele lance lá da Teresa realmente mexeu comigo mas não foi por causa disso, eu já pensava nisso há muito tempo.

- Em que? Pensava em que?

- A gente não vai dar certo junto Caio - falei de uma vez - ela está gravida e...

- Para, para com isso cara - me interrompeu - em que século tu vive? Eu posso muito bem assumir esse filho sem ter que casar com ela, nada vai faltar a eles.

- A família dela...

Fui novamente interrompido só que dessa vez com um beijo calmo, me coração acelerou naquele momento como da primeira vez. Mais de uma semana sem sentir seus lábios, como eu consegui?

- Eu não quero ser segunda opção para o resto da vida ou até você se cansar de mim, um dia ela vai descobrir, ela já está desconfiada, ela mal fala comigo. - sussurrei ainda com meus lábios próximos aos seus e sua mão em minha nuca, eu não queria mais sair dali.

Louco Amor (Lipe "Anjo Apaixonado" CDC)Onde histórias criam vida. Descubra agora