Capítulo 15

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A passos largos e urgentes segui em direção a porta mas antes que a abrisse me detive, era minha consciência gritando novamente comigo.

- Meu Deus, o que eu vou fazer? - perguntei pra mim mesmo sem obter resposta - Ok! - exclamei por fim dando passos hesitantes para trás até esbarrar no sofá, me sentei devagar, coloquei a cabeça entre as pernas, fechei os olhos e pensei:

Será que vale a pena o que vou fazer agora? abrir mão da pessoa que eu mais amo na vida para o bem de praticamente todos a minha volta? Minha amiga, meu amigo.

Ela está gravida Lucas, a família dela é conservadora, ela precisa dele, você não tem o direito de chegar depois, muito depois e destruir tudo isso, tudo a volta, foi você que deixou se levar, se apaixonou por alguém que não devia, nunca devia, agora tem que aguentar - minha própria mente me julgava.

Havia muitos contras e poucos prós.

Me levantei do sofá e dessa vez mais decidido, abri a porta e saí, cheguei próximo ao portão da casa do Fagner e toquei o interfone, foi seu padrasto que atendeu e prontamente me deixou entrar.

- Acho que ele ainda está dormindo, sobe lá - falou ele exibindo um sorriso.

- Obrigado - falei e fui em direção à escada quando ele me chamou.

- E ah Lucas, fiquei sabendo sobre incidente de ontem, seu amigo e você está bem?

- Sim, graças a Deus - falei voltando a subir.

Do começo do corredor já deu pra avistar que a porta do seu quarto estava aberta, provavelmente já estava acordado mas quando cheguei na frente constatei que dormia, entrei de leve pra não acorda-lo, cheguei próximo a cama onde estava enrolado com o cobertor, só sua cabeça estava a mostra. Levei minha mão para acorda-lo mas hesitei, tentei novamente mas novamente hesitei, não queria acorda-lo e ainda estava bastante nervoso então peguei a cadeira da mesa de seu computador, me sentei e fiquei olhando-o dormir. Tão novo, tão bonito e ter que enfrentar essa barra praticamente sozinho, tá, sei que beleza não define o que as pessoas devem ou não passar pela vida mas seria hipocrisia da minha parte em dizer que não pensei nisso.

Não fui eu e nem ele mesmo que se acordou, foi seu despertador que marcava 7hs, ele levou a mão até ele para desativar ainda com os olhos fechados e exclamou "Droga" provavelmente por acordar cedo, era dia de aula.

Ele abriu os olhos lentamente e quando me viu levou um susto e quase caiu da cama.

- Que susto cara - falou ele se sentado na cama ao mesmo tempo que passava a mão no rosto. Ele estava sem camisa, seu peito branco era magro mais definido e isso me atraia bastante, por um momento perdi a concentração.

- Que romântico - brinquei.

Ele na mesma hora corou de vergonha.

- Não foi isso que eu quis dizer, era só que...

- Eu estou brincando, relaxa - falei rindo. Por fim ele também riu.

- Você é lindo, não teria como eu me assustar com isso - falou ele sério mostrando apenas um sorrisinho de lado.

- Cara, você tem o dom de me deixar envergonhado - falei colocando a mão no rosto.

- Estamos quites agora - falou ele sorrindo - mas a que devo a honra de sua visita a essa hora em minha humilde casa ou melhor quarto.

Nesse momento o clima descontraído deu lugar a seriedade e ele percebeu isso pois também ficou sério.

- Tenho algo pra te falar.

Louco Amor (Lipe "Anjo Apaixonado" CDC)Onde histórias criam vida. Descubra agora