Capítulo 32

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Narrado por Caio:

– Acorda Lucas, acorda... Não dorme cara, por favor. – pedia enquanto sacolejava seu corpo inerte no chão. Meu desespero já tomava proporções inimagináveis, minha testa suava mesmo com a temperatura abaixando, minha mão ia de encontro ao rosto varias e varias vezes enquanto meus olhos percorriam cada centímetro daquela floresta em busca de algo que pudesse me ajudar. Atitudes essas que deixavam claro que eu não sabia o que fazer.

– Socorro – gritei – por favor... Alguém?!

Nada, silencio.

As lágrimas pela frustação foram inevitáveis naquele momento.

Ele não iria morrer em meus braços. Eu tinha que agir.

Um trovão reverberou entre as arvores seguida de uma chuva forte que me fez entender a gravidade do problema que eu estava enfrentando, provavelmente se ele não recebesse atendimento médico logo, poderia... Enfim me levantei tremulo de onde estava, o peguei em meu colo, olhei atordoado para os lados e me deparei com outro problema: por mais que eu forçasse minha mente, eu não conseguia lembrar pra que direção ficava minha casa. De repente tudo havia ficado indistinguível. O nervosismo estava acabando comigo.

– Vai ficar tudo bem meu amor – disse beijando sua testa enquanto tentava ficar calmo.

Respirei fundo e decidi ir pela esquerda. Mesmo ele sendo magrinho, ainda assim era pesado e dificultava bastante na hora de andar rápido, a chuva também não ajudava, estava forte e dificultava minha visão, por muitas vezes escorreguei tentando apressar os passos e por pouco não caí.

Percebi que o caminho que havia tomado era o errado a parti do momento que não encontrei a lagoa no meu percurso. Não tentei voltar, pois isso iria consumir muito mais tempo, um tempo que eu não sabia se tinha. Eu sabia que havia um chalé no final daquela trilha, só não tinha certeza se iria encontrar moradores lá, até porque a última vez que estive ali ela estava sendo vendida. Apostei na incerteza e me dei bem, pois assim que avistei o chalé, avistei também uma caminhonete cor de vinho estacionando na frente, não pensei duas vezes e gritei com toda minha força:

– Socorro, por favor, me ajuda, ele tá morrendo.

Senti meus pés deslizarem no chão logo em seguida, tentei recobrar o equilíbrio como fiz tantas outras vezes, não teve jeito dessa vez e acabei indo ao chão, mas mesmo assim o poupei de ser esmagado por todo meu peso. Seu rosto pálido foi a primeira coisa que eu vi, aquilo me fez chorar compulsivamente quase que de imediato, senti um medo e um peso esmagador no peito que eu nunca experimentei na vida, nem mesmo quando ele quis dá um tempo no nosso namoro. Eu tinha fracassado com ele, não o protegi como devia, como havia o prometido.

– O que aconteceu com ele? – Perguntou um cara na casa dos quarenta anos, branco, olhos pretos e todo musculoso que acabara de se ajoelhar a nossa frente. Deveria ser o mesmo que dirigia a caminhonete.

Me ajoelhei de imediato ainda chorando e tremendo, em parte pelo medo de perde-lo, em parte pelo frio. Tentei me acalmar e falei:

– Ele... Ele foi picado, por favor, me ajuda.

Ele checou o pulso dele e então o pegou no colo como eu havia feito lá atrás, o levantou e começou a andar em direção ao chalé, eu claro, o segui de perto sem tirar os olhos do que era meu.

– Pega a chaves no meu bolso e abre a porta – ele pediu quando estávamos próximo.

A peguei pendurada em sua cintura e corri na sua frente para abri-la, mas aí me deparei com três chaves diferentes.

Louco Amor (Lipe "Anjo Apaixonado" CDC)Onde histórias criam vida. Descubra agora