Capítulo 11

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Vincent caçou em seu armário a segunda pasta que daria ao filho. Folheou com um sorriso de vingança e seus olhos brilhando de ódio. Entrou em seu carro com a pasta no banco de trás e dirigiu até a casa do filho.

Quem atendeu a porta foi a babá. Angelina correu para abraçar o avô e o entregou um de seus desenhos. Ele sempre largava em uma mesa qualquer quando chegava em casa e os empregados jogavam fora sem perguntar.

— O papai foi trabalhar. Mas você pode esperar ele aqui. Não tem problema. Quer um café ou um leite com chocolate? - Angie ofereceu, como via os adultos fazendo.

— Eu não posso ficar, pequenina. Prometo voltar no fim de semana para almoçarmos juntos, ok? - Deixou a pasta com um recado dentro em cima da escrivaninha do filho. Deu um beijo na cabeça da neta e foi embora.

Marvin não fazia ideia da existência de Vincent, mas com a morte de Shaw achou melhor se prevenir. Aumentou sua segurança e alertou aos outros para que fizessem o mesmo. Ele era esperto o suficiente para saber que estava em perigo o tempo todo, só teve sorte que a matança não começou por ele, assim teve tempo de se proteger. Estava em época de propaganda presidencial ele e estaria na mira de qualquer um o tempo todo. Mal sabia ele que logo estaria também na mira do próprio filho.

Seus pelotões de segurança foram reunidos para protegerem também seus amigos. Não os desesperou, mas ele mesmo estava a mil.

Ian chegou em casa de madrugada. A filha já estava dormindo. Ele viu a pasta em sua escrivaninha e abriu já sabendo do que se tratava.

Levou para o quarto e sentou-se na cama para analisar o conteúdo. Antes de ver a foto, leu o bilhete deixado sobre a primeira página, escrito com a letra do pai.

"Não comentei nada sobre Harold Shaw, mas você fez um bom trabalho. Nem eu conseguiria ser tão discreto e ao mesmo tempo chamar tanta atenção. Tenho orgulho de lhe chamar de filho."

A indiferença que sentiu com tal elogio revirou seu estômago.

Olhou a foto do próximo alvo. Um baixinho de cara amassada e poucos fios de cabelo restantes na cabeça.

— Esse vai ser como tirar doce de uma criança. - Disse rindo. Até virar a página.

Nome: Peter Simpson. 58 anos. Peter era dono de toda a rede do Banco Bordô. "Droga. Ele não podia ser o último?". Os gráficos dessa vez estavam ainda mais assustadores. O coração bom de Ian não deixaria que ele morresse sem antes pagar pelo que fez. "Mas assaltar um banco? Puta que o pariu. Não fui treinado para isso.". Apesar de ter sido. Não precisamente, mas ele tinha conhecimento o bastante para conseguir.

Preferia passar as noites brigando com a Duquesa. Por mais que ela estivesse certa, era divertido discordar e assisti-la ficando cada vez mais nervosa. "Ela deve me odiar.", ria com si mesmo em seu quarto.

Desceu para um cigarro antes de dormir para relaxar. No dia seguinte ele teria que surgir com o melhor dos planos para roubar o dono de um banco.

Peter estava a todo o momento rodeado de seguranças. Precisaria entrar no banco antes dele e pegar sua carteira assim que entrasse.

E ele foi, mas, quando Peter entrou no banco e esbarrou em Ian, sendo jogado para longe por seus seguranças, ele não encontrou nenhuma carteira em seus bolsos. "Droga, onde ele deixa essa merda?".

"No carro! Ele esqueceu. Foi isso.". Em alguns instantes outro segurança entraria, e este estaria com a carteira do patrão nas mãos.

- Nolan, desligue as câmeras do Banco Bordô novamente.

O Fim Do InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora